domingo, 30 de janeiro de 2011

Imprimindo novos rumos

Aquelas Dez

bons tempos. com qualquer radinho no apartamento em vila guilherme, eu conseguia sintonizar estações de rádio mundo afora. uma delas, a quase preferida, a rádio jb.
as dez da noite de segunda a sexta era o horário de luiz carlos saroldi. às terças ele recebia convidados, que pelo que eu entendi eram recebidos com vinho branco e desfilavam, as dez músicas que fizeram sua cabeça.
claro deu cócegas no neguinho. essa semana, no post de 25 de janeiro, citei que chovendo na roseira de tom jobim, é para mim, uma das dez músicas que reputo mais bonitas que o homem bípede fez sobre a face da terra. e muitas vezes, sonhando ser convidado de luiz carlos aroldi, fiz essa seleção, que para um cara que gosta de música, muda toda hora. então antes que a vontade passe. e mesmo porque estou avaliando este espaço aqui por conta de uma mudança séria em minha vida nessa semana que entra. então fica como um resuminho disso tudo que disse e desdisse e mal escrevi por aqui. tudo passa por essas dez. eis aqui. raro leitor faça a sua por aí.

1. Petrushka - Stravinsky - Primeiro movimento. ouvia o prefixo da usp-fm e queria saber que tema era aquele. conhecia outras peças de stravinsky e só fui saber que aquela abertura também era dele ao ligar para emissora.

2. Chovendo na roseira - Tom Jobim. em qualquer gravação. vale sempre o que escrevi dias atrás. ouvi pela primeira vez numa tarde rara de estudo, ouvindo então a eldorado-am, numa tarde de primavera. larguei os livros e aumentei o volume.

3. Yesterday and today - Yes. é a música mais improvável para você tirar alguém para dançar. aconteceu. dancei com uma guria de nome alice num bailinho de quintal. inesquecível.

4. Elsa - Bill Evans. procuro não ouví-la quando tenho alguém por perto. é vexame certo. lágrimas rolam sempre. vai entender.

5. Anna´s song - Marvin Gaye . não conhecia esta do marvin gaye. conhecia uma ana na puc. vi a música na coletânea do marvin numa loja, pedi para tocarem. deu um baque em plena loja. atordoado comprei pela música e pela ana.

6. Ela - Elis Regina. a letra é do aldir blanc. me lembra aquela professora hours-concours. as imagens da letra nunca mais esqueci. um grande amigo, grande mesmo, namorava uma menina que morava num oitavo andar, mas não era sózinha. mas quando eu ia para o apartamento dela com ele, no elevador me lembrava dessa música. prá ELA escrevi um texto que se perdeu intitulado ELLA.

7. The Flower duet - da peça Lakmé de Delibes. outra que prefiro ouvir sózinho. vendo um filme francês certa feita, lá estava ela. sucumbi na poltrona. esqueci até o nome do filme. nunca mais o achei para revê-lo.

8. Black Water - The Dobbie Brothers. um amigo deixou o disco do grupo por meses em casa. virou lição de inglês. sei até o backing em voz de baixo. e já me atrevi a cantá-la num ensaio de coral.

9. Terra das palmeiras - Taiguara. se roberto carlos foi meu primeiro ídolo artístico. taiguara foi a primeira voz que admirei. terra das palmeiras também ouvi fazendo tarefa de casa ouvindo a eldorado-am. achar a música é difícil. quando eu estava com o coral da aliança francesa, a regente mara campos, quando foi apresentar parte do repertório, veio com a partitura dela. desabei. recentemente a reencontrei no you tube.

10. Meu herói - Marcos Valle. me lembro até hoje da aparição de Marcos num cavalo branco numa noite de domingo no fantástico. o vídeo é tétrico. mas letra e música mexem comigo. me vejo na letra. e em parte dela vejo meus amigos, muitos deles. heróis querendo sobreviver neste mundo de meu Deus, sem querer machucar os outros.


sábado, 29 de janeiro de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

In/On The sun

in

the

sun

on

the

sun

always

with

you




seja

sob

o

sol

ou

debaixo

de

chuva

a

minha

alma

geme

por

você






e a Zoey hein, que coisa !

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Duas para o Romão





para um morador paulistano do bairro de Pirituba, a saída para o centro, para o trabalho ou para o passeio é um martírio. o itinerário é um caracol, um cachorro brincando com o próprio rabo. as saídas são pelas pontes Anhanguera ou Piqueri.
quando resolvo ir pela Piqueri na passagem do rio tietê sento do lado direito do coletivo na ida e na volta do lado esquerdo. assim não corro o risco de ter nos olhos lágrimas, como já aconteceu e nem de avistar o prédio da Editora Abril e ver a escada de incêndio de onde um cara romântico e amante de Por do Sol podia encontrar e começar uma amizade com um outro, falando de fins de tarde e música num ambiente marcado mais pela tecnologia do que por aquele romantismo de poetas vendo o mundo de outra maneira.


Love and Peace Brother !



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

25 de janeiro - Aniversários

Aniversários: Tom Jobim, Tostão, Cidade de São Paulo...hum...vai... Jãnio Quadros...e outro hum......

e se perguntarem minha opinião sobre as dez músicas mais bonitas que o homem, já bípede, fez sobre a face da Terra, esta está inclusa.










sábado, 22 de janeiro de 2011

Roda de Sábado - Pixinguinha e + Walter






esta foto de Pixinguinha tirada por Walter Firmo virou poster. assim como a outra tirada de outro ângulo no quintal do músico.
um poster foi parar na casa da minha avó Rosa em Londrina. a foto era tão familiar que Pixinguinha parecia parente, sei lá um irmão de minha vó.
costumava ficar um bom tempo olhando os detalhes do poster, admirado. e tentando achar um jeito de enrolá-lo junto aos meus pertences e me picar de lá
a dona do poster, minha prima Dulcinéia, percebeu.

_ Bonito né ?

_É !

_È meu !!!!

Cruel. Muito Cruel.


e +



sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sobre comoção

na discussão sobre fotografia, os participantes vão elencando nomes importantes. na minha vez, meio ressabiado resolvo falar dos fotógrafos brasileiros. Pedro Martinelli, Juvenal Pereira, Cristiano Mascaro e Walter Firmo. O nome do último é acompanhado de um pigarro por um dos participantes. ele acusa Walter Firmo de montar suas cenas para comover. inclusive fala de uma foto de Firmo publicada nos 80 no JB, das que mais gosto, de pura armação sentimentalóide. balancei. tentei defender o fotográfo. assim como balancei com a história de Leão, Caramelo ou John essa semana.
costumo ter simancol com as reportagens que leio e vejo. brinco até com aquela que me atura que se professor ou diretor de jornalismo fosse e o repórter me aparecesse com certas matérias que estão por aí, que eu o mandava para a rua ou a ilha de edição para fazer diferente.
mas ainda gosto de Walter Firmo, a sua lente dirigida para o brasileiro tem mesmo poesia e comoção. e o trabalho é bom mesmo. só me lembrei dessa história por conta dessa barrigada da imprensa e minha. porque certas belezas, mesmo as montadas nos comove. e não tem discernimento que nos salve.


Walter Firmo













quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Leão, Caramelo, John

era Leão, virou Caramelo, agora é John, por enquanto.....


Imprensa dá barrigada com história de cão que guardava túmulo da dona no RJ



A imprensa brasileira conseguiu comover a muitos com a história do cão Caramelo, que supostamente guardava o túmulo da dona após ela ter sido soterrada pelos deslizamentos de terra que atingiram a região Serrana do Rio de Janeiro na última semana. A história foi noticiada pelo G1, UOL, Folha.com, R7, Extra e virou até charge de Chico Caruso no jornal O Globo, entre outros. No entanto, segundo o Diário de Teresópolis, a história, repercutida até pela imprensa portuguesa, não passou de uma grande confusão.

De acordo com a reportagem, Caramelo realmente existe e perdeu seus donos na tragédia, mas não era ele que aparecia ao lado de um túmulo e sim, John, o cachorro de Rodolfo Júnior, voluntário que trabalha no cemitério Carlinda Berlim.
John e seu verdadeiro dono

“Isso é coisa de repórter que precisava chegar com uma história diferente para apresentar ao chefe... o John é meu há mais de um ano quando fiquei com ele pra mim! O antigo dono foi para o Rio e deixou ele por aí... ele chamava o cachorrinho de Leão, mas eu prefiro John... ele tem cara de John, afirmou Junior ao Diário de Teresópolis, que enfatizou que seu cachorro é dócil e o segue por todos os lugares, por isso estava ao seu lado, enquanto trabalhava. “No dia em que o rapaz tirou a foto dele eu estava trabalhando nas covas e ele ao meu lado como sempre... e aí depois veio essa maluquice toda”.

Não se sabe se a confusão começou após as fotos de John terem sido divulgadas pela agência AFP como as de Caramelo, ou se pela semelhança dos dois cachorros. Mas o caso irritou o administrador do cemitério, Márcio de Souza. “É lamentável que tal fato seja utilizado para causar comoção aos leitores! Fui contatado horas antes da notícia ser levada ao ar por um repórter e fui claro ao dizer que o cão da foto ao lado do túmulo é de propriedade de um de nossos voluntários que no momento faziam sepultamentos naquele local, logo não tem nada a ver com o cão adotado, disse.

As notícias sobre o cão “fiel” não paravam por aí. Esta semana vários portais divulgaram que o cachorro, que supostamente guardava o túmulo da dona, foi adotado por uma família da capital carioca, mas depois fugiu. Caramelo foi adotado e desapareceu, mas não era ele que aparecia na foto ao lado do túmulo. “Houve uma confusão que não se sabe onde começou”, afirma Anderson Duarte, autor da reportagem do Diário de Teresópolis.

Segundo o jornal, a confusão se torna evidente quando uma reportagem do Extra diz que o cão estava no cemitério Carlinda Berlim e que foi encontrado pela Comissão Especial de Proteção Animal da Alerj perambulando pelo bairro Caleme. “Para chegar de um bairro ao outro você tem que atravessar a cidade”, explicou o repórter do jornal de Teresópolis.


..isso que dá acreditar na "grande imprensa" . e também me comovi.




vou ficar com o filme

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Leão, o Cara

das muitas histórias tristes da Serra Fluminense. O vira-latas Leão há dois dias não sai ao lado da cova de sua dona.

para os cariocas/fluminenses ele é Leão. para os jornais paulistas Caramelo. que seja. a história ainda faz pensar.



é por isso que eles já foram homenageados assim....








nada mais a declarar.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pitacos de Segunda

olha quem foi homenageado ontem no estádio do café...

em outubro a Câmara de Vereadores de Londrina o homenageou. campeão brasileiro pelo guarani. ainda hoje detem o recorde de goleiro que ficou o maior tempo sem tomar gol no brasileirão, feito conseguido quando jogava pelo náutico em 1974. campeáo paranaense com o londrina. jogou também no américa-mg.
ontem recebeu duas homenagens no estádio do café durante a partida amistosa entre flamengo x américa-mg. o américa jogou com uma camisa comemoratica em sua homenagem. e ganhou mais uma placa. mas o sportv só mostrava ronaldinho, 0 ex-gaúcho. perdeu a chance de mostrar um craque do caráter.

a loteria esportiva dava muitas brechas. o aliciamento de resultados era um deles. uns caras bateram na casa da periferia do goleiro titular do londrina, anos 70. ele tinha que entregar o jogo do domingo seguinte, contra o paranavaí. o goleiro fingiu que aceitou.
foi até a diretoria e depois para delegacia, entregou os caras e a grana preta. alvoroço na cidade.
os repórteres se instalaram na casa acanhada do goleiro. a dúvida, jogava ou não jogava domingo ? mas havia uma unânimidade, o cara tinha moral e não tinha se vendido. era só dar uma olhada em volta, na vida do cara.
domingo VGD lotado, londrina com uniforme 2, ainda vermelho, cores da bandeira da cidade, paranavaí de branco. 4 x 0 londrina, goleirão catando todas e tendo o nome ovacionado.


é isso aí Sr. Hélio Miguel o sr. sempre foi grande. ronaldinho, ex-gaúcho o c.......





o termo londrix usado no post de ontem, roubei de um poema de Ademir Assunção, jornalista, poeta, paulista e londrinense honorário, do seu primeiro livro LSD NÔ, da editora iluminuras de 1994.



LONDRIX 79



velha lamparina

vela a chuva na janela à toa

entrelábios flora rara trança loura

belamiga rindo rindo rindo rindo me desfolha

lingerie despida breve brisa sei minha face crispa

e doura.

domingo, 16 de janeiro de 2011

London Londres Londrix Londrina

depois de ver uma nesga do céu londrinense na chegada de Ronaldinho, Ex-Gaúcho à cidade e principalmente depois de ler pequenos comentários de Leonor Migliavacca e Tania Amaral.





os da capital, chamam aqueles que não moram na faixa leste do estado paranaense, pejorativamente de "Pés Vermelhos", porque carregam a poeira e o barro da terra roxa impregnada nas roupas, sapatos e alma.
a expressão fica mais bonita no sotaque com o "r" pronunciado e "lh" comido, cujo resquício ainda pode ser ouvido na fala de minha irmã Rosa Maria, da minha prima Rosa Adair, Francisleine Sancho e Grazi Massafera. "Pé Vermeio !"

a terra roxa foi a responsável pela forte cultura do café no norte paranaense. Londrina ganhou esse nome pela homenagem que seus fundadores, ingleses, resolveram fazer para suas mulheres, as londrinas.
por conta do café a cidade ganhou uma alcunha, que os locutores da Paiquerê repetiam a cada hora cheia, hora das notícias importantes:

"Em Londrina, Capital Mundial do Café, são 17:00hs. O goleiro Neneca participou do treino apronto. E joga contra o Maringá, o Clássico do Café, domingo no VGD."

Neneca era a segurança e é o único jogador que Iran Melo lembra do time. boa lembrança. o cara é um bom caráter.

a história da cidade foi contada na classe do Grupo Escolar Dario Vellozo, pela dona Esmeralda. encantado com a história pensei em fazer o caminho inverso. virar diplomata e morar em Londres. eu apresentaria minhas credenciais para a Rainha e apresentaria para ela a princesa londrinense que teria entendido meus meneios, rodeios, olhares silenciosos e amor platônico. e teria aceitado meu convite para caminhar comigo além das divisas da cidade, muito além de Jataizinho.
mas a história da cidade ficava mais bonita ainda na voz matuta e mineira de um dos primeiros moradores da cidade e que plantou muitas das árvores que ainda hoje estão em pé na cidade, talvez fazendo sombra na cabecinha oca de Ronaldinho, Ex-Gaúcho, meu avô Augusto.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Belas Artes



nunca soube ler o olhar de interesse feminino sobre mim. passei muitas vezes batido por andar com o olhar baixo. e só o percebi quando cutucado pelos amigos. olhei mais de soslaio do que encarando, silencioso e inseguro.
mas aquele olhar parecia atencioso comigo e curioso. a fala também era curiosa, cheia de perguntas, sobre meus discos, livros, família e amigos. depois de caminhadas, muitas silenciosas, um outro encontro.
combinamos de assistir um filme no cine Belas Artes, foi proposital. queria me passar por um cara intelectual, cheio de sensibilidades. era a cereja do bolo, pensava. Ela apareceu linda, saindo de uma sombra para as luzes da Paulista. imagem de filme mesmo.
depois do filme um complemento alimentar, o sujinho, "O Bar das Putas" ou o jota´s. num ritual que seria praxe nas nossas idas ao cinema e ao Belas Artes em especial, fora as livrarias e as lojas de discos. o jota´s já era, as livrarias viraram mega livrarias e as lojas de discos sumiram. o sujinho resiste, tem até filial do outro lado da rua. o Belas Artes, vai fechar, se não for conseguido seu tombamento.
outros momentos "históricos" parecem que só resistem em nossa memória mesmo.
sem o menor compromisso e seguindo seu curso em avalanches, as coisas parecem mesmo desbarrancar com as enxurradas da natureza e de nossas lágrimas.

Se cuidem.