sábado, 31 de dezembro de 2011

Que as coisas boas se repitam




Não me lembro de ver algum mistério no Papai Noel. Misteriosa para mim sempre foi a passagem de ano. A colocava entre os três grandes expectativas de minha infância, ao lado da chance de escrever com caneta esferográfica no terceiro ano e a resposta da Denise ao meu bilhete.
Certo é que perdendo a passagem do ano, no dia seguinte eu ficava com a impressão, olhando os rostos das pessoas, que havia perdido um grande evento, uma grande revelação e eu tinha ficado com parte do rescaldo.
Para mim o espetáculo era uma mistura do divino com ficção científica. De formação católica e temente a Deus, eu achava que ELE, abria os céus, fazia um pronunciamento, raios celestiais dizimavam malefícios, um portal se abria e quem estava acordado o atravessava, havia uma mudança corpórea e espiritual, que me faria por exemplo, enfrentar as tarefas da Dona Esmeralda lá do grupo escolar e então seria ano novo do outro lado.
Não sei se não me era permitido ficar acordado ou se eu não aguentava e dormia. Certo é que me lembro da noite em que consegui suportar a passagem e o sentimento que me tomou desde então.
Encarei como todo mundo, aquela euforia, aquela tensão, pressa. Me lembro nitidamente do forno da cozinha lá em casa, sempre quente com assados. Da mesa com seus enfeites, doces coloridos, da minha irmã demorando no banho, minha mãe nos preparos. verificando minhas unhas e orelhas e recomendações, afinal haveria convidados. "Não ponha o dedo no bolo", "Não coma de boca aberta", "Não corra", "Não suje a roupa" e "Não dê petelecos nos seus primos".
Como eu achava que a "coisa" se daria nos céus, fiquei com um pé dentro de casa e outro no quintal com os olhos no céu da noite londrinense. Não queria perder nada.
No momento, a tensão aumentando, fiquei meio dentro e meio fora da casa. Ouvi os gritos de dentro da casa, dos vizinhos, de outras casas, os cães latindo, um galo sei lá e não me lembro de fogos de artifícios. E mais nada. Nada mesmo. Nenhuma ação no céu, nenhum pronunciamento, nenhuma mudança corpórea, nenhuma dizimação por raios celestiais e eu com o mesmo espírito que teria que enfrentar as aulas da Dona Esmeraldo lá no grupo escolar. Fui entrando de novo para a casa, precisava falar com a pessoa que eu achava que teria as respostas para aquele momento, minha mãe.
Fui vencendo os abraços, os cumprimentos, os beijos, vi minha mãe. Ela veio em minha direção com seu sorriso mais aberto. Me deu um abraço caloroso, confortável. Eu queria dizer para ela que tínhamos sido enganados, não tinha acontecido nada. Ela me abraçava forte.
_Pedro Geraldo, filho, Feliz ano Novo.
Eu tinha que contar para ela.
_Mãe, é só isso?
Ela se agachou para ficar na altura dos meus olhos.
_Você gostou? e me abraçou de novo. Quente, confortável.
Aí aconteceu uma coisa. Uma corrente elétrica pelo meu corpo. Eu sabia do que se tratava, era a beleza que me sufoca chegando. Ela entáo falou ao meu ouvido.
_Seja um bom menino!
O pronunciamento Divino tinha chegado através de uma porta-voz.
Não tem pronunciamentos, raios celestiais dizimando malefícios. Sejam Bons Meninos, Boas Meninas, sempre. E tenham força para enfrentarem as Donas Esmeraldas da vida de Vocês.

Um Bom Ano a Todos Vocês , Raros Leitores !!!!!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O destino que se cumpriu


ou L'Adieux





os pássaros no poema dele voavam sobre uma praça. voavam sem incômodo, observando a vida em volta. ele lembra de uma pergunta dela. ela lembra da resposta dele. ele tem emprego agora. ela tem outras leituras, piaget, pierce, paulo freire, emília ferreiro, beth brait, lúcia santaella. ele lembra dela na sessão da uma da tarde de domingo no cineclube do bixiga. ela ainda mistura os três perfumes. depois que se separaram ele mandou seis cartas para ela, ela respondeu três. o "Rua de Lazer" era carta?. se encontraram cinco vezes, ela marcou duas como especiais no caderno dela. ele comprou um disco do beto guedes para ela. logo ela que duvidava da existência dele em outros tempos. dentro ele colocou o texto dos pássaros que ela só lerá em casa, chorando e mostrará tempos depois numa sala de aula. A Dona Benê ainda faz bolinhos? ela agora sabe onde fica algumas casas de chá, becos e cineclubes e sebos. ele escreveu em algum lugar que ela era o amor de índio e sol de primavera na vida dele, o fazendo levantar a cabeça. ele era o cavaleiro que errava e ela a princesa colegial com dote prometido. ela pegou aquela mania dele de não gostar de ver as costas de quem parte. se beijaram. ele desceu a coronel jordão para pegar a chico pontes. ela atravessou a praça oscar e pegou a urbano marcondes. ele terá saudade daquela vulnerabilidade dos seios e da pele macia. ela falou que gostava da boca dele. ela vai casar. e falou pela última vez o nome dele no aumentativo.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ouvi em 2011 2

emicida e criolo salvando o hip-hop, o samba paulistanos


criolo demorou mais de 20 anos para o primeiro disco. enquanto isto somos assolados pela variação mais nojenta do funk carioca onde quer que vamos. promete mais para 2012


luisa maita está entre as cantoras que merecem audição mais apurada. fzem parte deste time, andréia dias, karina buhr, tulipa ruiz, por exemplo


a internet salvando a carreira e o trabalho de alguns artistas. sem ela essa nunca chegaria aos nossos ouvidos se dependessemos de gravadora, rádio, programadores e locutores.


ainda gosto da versão de chrystyan & ralf, a dupla mais afinada. e descobri que maria bethania também gravou essa música. mas achei vercilo corajoso.


seu jorge não perdendo as chances.

é do ano passado. mas neste ano ouvi com mais atenção. delicadeza me ganha sempre e jeneci tem sobra.



outro trabalho delicado. a união de hamilton de holanda e andré mehmari executando egberto gismonti e hermeto paschoal.



por conta de um reencontro. desci quase todos os discos do pessoal do clube da esquina em casa. para me inspirar em alguns textos por aqui.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ouvi em 2011

lonely boy tem até vídeo engraçado no you tube e dan auerbach e patrick carney estão cada vez melhores.


alvy, nacho y rubin.nos lembrando que esquecemos a américa espanhola e seus talentos.



para os momentos de sacolejo em 2011 busquei ajuda de janelle moane.



pj harvey é uma das três mulheres no mundo que pode me pedir para largar minha vida assentada e fugir com ela. para ela compraria, pelo sistema minha casa minha vida, uma casa simples lá em ferraz de vasconcelos. e chegaria feliz em casa ao final do dia depois de passar pelas baldeações da linha 11 da cptm. let the england shake foi lançado durante os conflitos na inglaterra neste ano. disseram té que tinha uma relação com o fato. mentira. ela prepara o disco já alguns anos. baseou-se em poemas de yeats, t.s. elliot e nas campanhass bélicas inglesas. para muitos o melhor disco de 2011. ah, as outras duas? não digo, não falo, não conto.


músicas de porto rico pelo saxofonista miguel zenon. depois que descobri alma adentro fui ouvir outros trabalhos dele. alma dentro tem aquela aura de buena vista social clube, velha guarda da portela, pelo respeito ao trabalho dos compositores mais velhos.



naquela minha obsessão por nome de banda, descobri essa. os arranjos se assemelham à algumas orquestras brasileiras.



snif. disco de despedida do r.e.m.. gosto da música, do título e amei o vídeo. como já escrevi. não canso de ver.kirsssteeen.



desculpe raro leitor. mas foi um pontapé na bunda que deu mote para as letras e canções de helpeless blues do bom grupo fleet foxes, que lembra, crosby stills & nash. Robin Pecknold, antes de se dar conta que somos mais de 6 bilhões sendo que boa parte do sexo feminino, se escondeu dos amigos. aí quando saiu de casa, sacudiu a poeira e fez como alguns, exorcizou via escrita, o incômodo. o disco é lindo.


falando em pontapé na bunda, desculpe, raro leitor. thurston moore do sonic youth deve ter sentido que o dele estava na reta. antes lançou um trabalho bonito.


sobre pontapé nos fundilhos. ela e dusty e amy winehouse saíram da mesma escola. dusty sumiu. amy subiu. adele resolveu cuidar da voz. fez bem. esperamos mais.



e cansei de ouvir os mais velhos. sem o menor constrangimento.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Filmes de Natal

trocando as bolas
eddie murphy e dan aykroyd em boa forma sob a direção de john landis


antes só do que mal acompanhado
da mesma turma acima. direção de john hughes. steve martin e john candy


papai noel às avessas
billy bob thorton fazendo um papai noel politicamente incorreto. um duende que planeja um assalto e lauren graham.


a felicidade nãos e compra
clássico é classico e vice-versa, como diz o anedotário futebolistico



um homem de família
e se tivéssemos dito sim para outras de nossas escolhas. se não tivéssemos desviado de nossas primeiras intenções. e tudo bem meninos, tem o nicolas cage. mas tem a tea leoni



anjo de vidro
aquelas histórias edificantes, superação, tristeza. susan saradon, como sempre mandando bem. e não avisa que a penelope cruz está no filme e nem que ela dança de lingerie.



simplesmente amor
não canso de assistir. e tem trilha bacana, falas engraçadas e cenas antológicas.



sábado, 24 de dezembro de 2011

Roda de Sábado - Feliz Natal



tenho página numa rede social. postei ao longo da semana alguns vídeos em alusão ao natal. todos com artistas americanos. até pensei em achar alguns brasileiros. mas nós, assim como acontece, nas canções infantis, mais assustamos que celebramos. uma das mais famosas das canções natalinas brasileiras a "Boas Festas"(eu pensei que todo mundo fosse filho de papai noel), foi composta por assis valente que tentara o suicídio algumas vezes e conseguido seu intento em plena praça, tomando formicida. a mais leve canção de natal talvez seja "O Velhinho"(seja rico ou seja pobre, o velhinho sempre vem) de otávio filho. mas a maioria são adaptações de canções estrangeiras.
outras adaptações não deram certos por aqui, fazemos chacota com elas. artista lançar discos natalinos. a produção americana nesta àrea é muito ampla. seja qual for o estilo, jazz, soul, country, os artistas teem trabalhos temáticos interessantes.
os ingleses por sua vez acham importante nesta época saber qual a música lançada neste período que mais foi vendida e tocada no reino unido. este ano a aposta é num coro de mulheres de soldados ingleses que estão fora do país e que lançaram uma música perguntando "where are you?". mas também times de futebol, artistas consagrados já passaram por esta experiência na terra da rainha.
as iniciativas brasileiras dos últimos tempos foram forradas de críticas e de brincadeiras de mal gosto. o disco de simone é um bom exemplo. o de ivan lins nem sequer é lembrado. durante a febre do pagode paulistano, netinho de paula reuniu seus amigos e lançaram um compacto e um ep que ficou preso ao gueto do pagode. em 2004 a gravadora movieplay lançou em cd chamado "cavaquinho natalino" com todas as canções natalinas mais conhecidas, foi a última iniciativa.
onde as "canções" natalinas estão a salvo é na propaganda. os jingles feitos para a varig (estrela brasileira brasileira n céu azul/iluminando de norte a sul), do antigo mappin(chegou natal e o ano novo logo vai chegar) e o clássico do banco nacional(quero ver você não chorar/não olhar prá trás nem se arrepender do que faz) nos redimiram. saíram de sua primeira intenção e alcançaram outra dimensão no nosso imaginário natalino. assim como os especiais de fim de ano do cantor roberto carlos, o único que conseguiu passar quase ileso pela maledicência. roberto só repete o que muitos cantores americanos, ingleses cansam de fazer, especiais de natal para tv. e quando escrevo que ele quase que escapa ileso é porque já se pode ouvir vozes que contrariam o desejo de se ter roberto nos acalentando com sua canções românticas nosso natal.



sintam a classe.


Raro Leitor, Feliz Natal!!!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Aquela cançao do Roberto





o especial do roberto daquele ano foi no dia 23 de dezembro. ele reparou, quando eles entraram na rua maria candida, vindos à pé pela olavo egídio, que o cantor aparecia na tela colorida do bar na esquina com a ataliba leonel. eles andariam pela rua até a praça oscar. virariam quase ao fim dela para pegar a urbano marcondes. ele a deixaria na avenida angelina. desceria o caminho todo de volta, cortanfo caminho até a joaquina ramalho. eles conversavam sobre música, cinema, livros talvez. eles conversavam. ele se sentia bem mas queria fugir dali. não queria voltar mais.quase perto da praça oscar ele olhou novamente para a tela da tv de uma padaria.ele pensou que roberto tinha sido trilha daquela caminhada noturna. um caminho que conhecia. andando por aquele trecho foi lembrando de outros personagens na vida dele. e como algumas coisas interessantes da vida dele estavam ligados àquela paisagem. naquele momento ele estava atormentado. já sózinho, resolveu tomar uma cerveja na padaria. djavan dividia a tela com roberto. ele entendeu o recado na letra de djavan. pediu cerveja de garrafa. levantou o copo em cumprimento para outros dois clientes, que o devolveram, meneando cabeças e levantando os copos. olhou para a tela.djavan ainda dividia a tela com roberto e eles cantaram juntos a ilha. o atendente da padaria olhou para ele e perguntou se estava tudo bem. tinha notado algumas lágrimas no canto dos olhos dele. para aumentar o seu desassossego ele soube que ligaria para ela no dia seguinte. tinha comprado um presente de natal para ela.



olavo egídio, maria candida, urbano marccondes, avenida angelina, joaquina ramalho são ruas dos bairros paulistanos de carandiru e vila guilherme.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

My Valentine

ontem foi disponibilizada música nova do velho macca, com acompanhamento de eric clapton.
tem disco novo em 2012, de covers.
e hoje, justo hoje, a fileirinha de sagitarianas se encerra com chave de ouro.
bem a propósito, my valentine.
embora ELA não esteja nem aí para tudo isso aqui e nem goste de músicas com letras em inglês. mas vou cantar alguns versos de alguma outra canção popular, no ouvido dELA.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Roda de Sábado - Almas fatiadas

Alma Fatiada - Cruz e Sousa

Vê como a Dor te transcendentaliza!
Mas no fundo da Dor crê nobremente.
Transfigura o teu ser na força crente
Que tudo torna belo e diviniza.

Que seja a Crença uma celeste brisa
Inflando as velas dos batéis do Oriente
Do teu Sonho supremo, onipotente,
Que nos astros do céu se cristaliza.

Tua alma e coração fiquem mais graves,
Iluminados por carinhos suaves,
Na doçura imortal sorrindo e crendo...

Oh! Crê! Toda a alma humana necessita
De uma Esfera de cânticos, bendita,
Para andar crendo e para andar gemendo !


Diz aí Lupe!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mexendo nos Vinis-Captain Fantastic...





no bairro paulistano do carandiru tem uma viela que tanto dá acesso para a rua maria candida quanto para a rua chico pontes. roselene morava nela. roselene era uma loirinha de cabelo comprido, usando sempre a calça do uniforme escolar padrão do estado naquele momento. tinha repetido de ano e ao lado da fátima e da márcia me ajudavam a não me sentir tão velho naquela classe. ela durante uma aula de português, quando a professora eunice trabalhou uma letra do roberto carlos, "custe o que custar", chorou copiosamente. eu entendi. aquilo frequentemente acontecia comigo, a beleza sufocando e se transformando em choro.
numa tarde de primavera quase ao fim do ano letivo ela trazia um lp grudado ao peito, como fosse parte do material. vi a capa do disco. eu o conhecia. um exemplar do disco dormia em casa mas não era meu. era parte de minhas lições de inglês particulares, eu adorava as construções do letrista. enrolei a língua várias vezes para dizer;"it crackled on the speakers; and trickled down the sleepy subways trains; for heavy eyes could hardly hold us", da letra de "we all fall in love sometimes". o disco era de um amigo do residencial cujo pai trabalhava na bandeirantes, o toninho, zagueiro central do excelsior e com a feição do anthony kiedis do red hot chilli peppers. era o disco do elton john "Captain Fantastic and the Brown Dirty Cowboy".
roselene me disse que ia pedir para a professora de inglês substituta a tradução de uma música. a professora de inglês titular tinha viajado junto com aquela professora hours councors, que estava demorando para voltar, diga-se. a professora de inglês substituta era uma loirinha elétrica, de olhos azuis muito vivos e cheia de história para contar. a roselene, que era amiga de duas meninas que três anos depois iriam circular comigo e com aquele meu novo amigo em outro colégio do bairro, insistiu para que a professora traduzisse uma música. as emissoras de rádio tocavam, "we all fall in love sometimes", hélio ribeiro a tinha traduzido no seu programa "o poder da mensagem", ferreira martins a tinha dedicado para a "feia" dele. mas roselene queria a tradução de "someone saved my life tonight". do disco eu gostava da faixa título, de "better off dead" e "bitter fingers" e principalmente de "writing". a professora foi convencida e começou a contar histórias enquanto fazia a tradução. eu não sabia mas teria um deja vu quatro depois quando aquele meu novo amigo teve a mesma idéia da roselene, já com eu e ele andando com as amigas dela, a solange e a rosana. ele pediu a tradução de uma música, a dele era "something" dos beatles. e a professora marlene. de quem nós gostávamos de ouvir as histórias para o retardo das lições, traduziu como anos antes na maior alegria.

muitos que gostam dos trabalhos do elton john costumam afirmar que depois de Goodbye Yellow brick road, pode se esquecer o que ele fez. eu prolongo até o Captain Fantastic and the Brown Dirty Cowboy. os trabalhos seguintes terão faixas de boas qualidades e esparsadas. a parceria com bernie taupin sofre um hiato, eles se separam por um tempo. mas naquele período a carreira de elton estava no auge e profícua. só para se ter uma ideia, no ano do lançamento do citado disco, elton john estava circulando com john lennon. tinha gravado do cantor, one day at the time e lucy in the sky with diamonds". e nas andanças americanas tinha entrado em contato com músicos da filadélfia, da ala da música negra americana, reparem no arranjo para a faixa "Tell me when whistle blows", nos transportando para o mfsb, agrupamento de músicos liderados por kenny gamble e leon huff, e para a love unlimited orchestra de barry white .para eles elton dedicou, "philadelfia freedom'. todo este material resultou em compactos, que as rádios fizeram questão de executar e que não eclipsaram "captain fantastic.." que só foi perdendo a força de vendas porque dois petardos duplos iriam derrubá-lo sem chance de retorno ao topo das paradas. eram; "The songs of key of life", de stevie wonder e o trabalho de um loirinho com cabelo e cara de anjo, o "Frampton comes alive" do peter frampton. quem sai hoje à procura do cd, é premiado. as faixas daqueles compactos; "one day at the time", "philadelfia freedom" e "lucy in the sky with diamonds", estão como bônus. a rosele iria gostar e pode ser que ela mexendo nos vinis dela ainda encontre aquele velho e bom trabalho, tenha alguma boa recordação e chore como eu, pela beleza que sufoca às vezes nosso peito.

Disco Original

  1. "Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy" - 5:46
  2. "Tower of Babel" - 4:28
  3. "Bitter Fingers" - 4:33
  4. "Tell Me When the Whistle Blows" - 4:20
  5. "Someone Saved My Life Tonight" - 6:45
  6. "(Gotta Get A) Meal Ticket" - 4:00
  7. "Better Off Dead" - 2:37
  8. "Writing" - 3:40
  9. "We All Fall in Love Sometimes" - 4:15
  10. "Curtains" - 6:15

]
Faixas bónus (reedição de 1996)

  1. "Lucy in the Sky With Diamonds" - 6:18
  2. "One Day (At a Time)" (Lennon) - 3:49
  3. "Philadelphia Freedom" - 5:23


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

1978, ninguém saiu ileso



trilha sobre a cabeça do cavaleiro que errava




e isso. e o sair da hibernação, levantar a cabeça, e aqueles poemas; aqueles professores; aqueles encontros com violão; os novos caminhos; aquele novo amigo e aquela princesa colegial com dote prometido com seus perfumes misturados.


e eu já contei esta história algumas vezes. eu assitia ao festival de jazz daquele ano pela tv cultura ao lado do meu pai, apresentação da etta james. o velho se empolgou, senti. mrs. james manda então o hit dos stones, miss you. o velho se ajeita na cadeira. deve ter sentido aquela sensação na espinha que temos com certas músicas ou perfomances. e ele de lá; música boa, música boa. eu de cá; é do mick jagger e do keith richards. ele; o quê? daqueles branquelas magrelos!!!!rimos. e ele; mas a música é boa. e ala.....meu deus!!!

ninguém saiu ileso. ninguém.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Inventário


anexo de carta amarelada, guardada entre as páginas do livro a
Balada de John & Yoko dos editores da "Rolling Stone", recebida naquele Natal de 1980.



A última carta para John Lennon


"Sabe cara! eu devia ter seis ou sete anos quando ouvi pela primeira vez aquelas canções que hoje sei porquê disparavam nossos corações. E as ouvi por mais seis ou sete anos. E então, de repente; era o fim dos Beatles. Não sei porque mas, logo de ínicio, peguei amor por tudo que diziam, pelas coisas que faziam, pelas roupas que usavam e pelos cabelos longos. E aprendi a cantar "She loves you IêIê Iê". Também aprendi a definir muito bem cada um daqueles quatro, o sério Ringo Starr, o místco George Harrison, o bonitão e alegre Paul McCartney e o misterioso e realisa John Lennon. Acho mesmo que cresci com os quatros cabeludos de Liverpool. Da mesma forma que eles mudaram seus temas de "She loves you" para "A day in the life". E quando os Beatles se separaram acho que era a hora também de seguirmos nosso caminho individualmente. E todos eles seguiram, mais ou menos a risca, um tipo de caminho que visualizei antes. E, você John Lennon, também. Toda sua trajetória, ora inquieta, ora romântica, ora política, ora existencial, foi mais ou menos as coisas que fiz, pensei e sonhei nestes últimos anos. Lennon você gritou "Power to the people", sussurou "Oh my love", sonhou em "mind games" e parou em "Sometimes in New York City".É em "Mother", você parecia reclamar a falta de um lar, montado de uma maneira mais natural. Seu pai abandonou a família quando você ainda era bem pequeno, e só quis voltar quando você já era famoso. Você não o aceitou e não cedeu como sempre: expulsou-o de casa. Lennon, estou pasmado com a sua morte. Triste quando penso na forma como foi feita. Mas me consolo quando penso que você, como eu, tinha pressa e talvez tenha sido até, que olhando para o futuro, você conseguiu criar tanta coisa maravilhosa. Não sou o único. Muitos estão dizendo coisas semlehantes no mundo inteiro. Estou aqui à distância, mas sempre muito perto de tudo que você fez. E não gosto nenhum pouco deste louco chamado Mark David Chapman, de 25 anos, que te deu quatro tiros, cinc, seis, sei lá eu quantos tiros. Ele não tinha o direito de fazer o que fe. Talvez dentro da loucura dele, até tivesse. Mas não compreendo porque o mundo fica tão violento, a cada dia que passa, e como é que as pessoas podem se perder em tantos becos escurs, deixando de lado os princípios mais simples que poderiam levar suas vidas para uma existência mais sadia. Aqui em São Paulo por exemplo, na semana passada, Pedrinho sequestrou e matou seu amigo de infância Celso Satow para obter dinheiro. Acho que as coisas são parecidas: a violência fez as duas coisas. E não é só: crimes passionais, violência no trânsito, violência policial, ódio no olhar das pessoas, injustiça, tristeza, medo.....As coisas não deveriam ser assim. As pessoas precisam de novo encontrar algum motivo para sorrirem livremente, andarem pelas ruas sem medo de morrerem e amarem sem "preconceitos e limitações". E mais: esse seu matador não tinha direito nenhum de fazer isso. Ele tem 25 anos e eu tenho 24. Acredito que ele, como eu, deve ter crescido e aprendido muito com sua música. Mas loucura não tem explicação e, por isso, prá mim chega. Vou sentir saudade de você, John Lennon, e não gosto de sentir isso com coisa nenhuma. Tentarei ficar alegre, pensando que você fez tudo o que foi possível através de sua música, para melhorar o mundo em que vivemos, e que se deteriora mais e mais a cada dia que passa. O mesmo mundo violento que você sempre sentiu e denunciou; e que acabou por eliminar você da forma mais violenta possível.

John Lennon, Adeus "

São Paulo 9 de dezembro 1980
P.S. Não sei se o sonho acabou se ele
nunca começou ou se talvez tenha recomeçado.
Sei apenas que é preciso sonhar e por isso
Imagine all the people.

Texto Otávio Ceschi Jr.
Locutor e produtor
Bandeirantes-FM




e se você ouviu a música acima até o fim, ouviu a introdução dessa aqui

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Beijão e Obrigado


você, raro leitor, transporte esta cena abaixo para um dos corredores internos do prédio novo da puc-são paulo. largos, amploa, separando as classes. ela se esquivava de mim às vezes. uma noite ela fez como barbra streisand nesta cena sem conhecer o filme. e eu tinha ido pegar uma cerveja na lanchonete. minhas palavras não tinham dado certo. ao vê-la mudar de lado, cheia de livros na mão, indo mais para o outro canto do corredor me recordei dessa cena. resolvi usar a fala de robert redford, toda ela (n.r.: a primeira parte principalmente até o momento em que ela elogia o texto que ele havia escrito). e ela, sem conhecer o filme fez quase igual o personagem de barbra. deu no deu. me atura. espero que ela não leia o blog hoje. ela sempre achou a fala espirituosa e inteligente. se ela souber que é plágio......sem festa hoje. Teca, tinha caras melhores no Direito, em Economia,em Ciências Sociais, avisei. Beijão e Obrigado.





e uma das que gravei na primeira fita para ela.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O direito àquela Alegria fugaz



e nós que aqui ficamos, agradecendo a vida, temos que ir atrás de nossas conquistas. é assim que se faz.

Boa Semana a Todos!!!!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Dr. Sócrates

inscrição da faixa: Ganhar ou Perder mas sempre com Democracia



só para lembrar aos mais "novinhos" e outros, que se expressam livremente hoje, inclusive contra o corinthians e os corinthianos. tinha que ter muito peito para levar uma faixa dessa à campo em plena ditadura militar. só isso.


e Cara, Descansa em Paz.





sábado, 3 de dezembro de 2011

Mezzo Cool Mezzo Funk


MEZZO COLL MEZZO FUNK


4 anos por aqui. escrevendo errado, errando o lugar das vírgulas, do mas, das locuções adversativas, silabas, das funções do "que".
mas carregando nas tintas para celebrar, olhares, caminhadas, encontros, gols feitos, gols perdidos, penteados presos com elásticos, perfumes, sorrisos, troca de idéias, partidas de botão, leituras de gibis, banhos de chuva, sorvetes derretidos, flores mandadas, bilhetes carinhosos, pentecostais, católicos,judeus, ateus, existencialista,marxista, petista, malufista, negão e brancão, línguas de sogra, picnics, cervejas em profusão, vinhos delicados, pernas seios e bocas, almondegas, kibes, macarrões com bom molho, fanta uva sem gelo, torresmo de boteco, pastel de feira, pingados com pão e manteiga, jantar em restaurante bacana, bailes de formaturas, bailinhos de quintal, macapá, curitiba, londrina new york, grandes autores, filmes bobinhos, buttman, cults, sessão da tarde, chaves, mandela, rock soul salsa funk, enfim um sacolejo de penduricalhos e quinquilharias de boas cepas. trafegando como um bom mascate. celebrando amigos, colegas, família, namoradas. pedindo, compreensão, alguns abraços e alguns beijos na boca.porque de ferro só o homem, nêgo.



MEZZO COOL




MEZZO FUNK