quinta-feira, 21 de março de 2013

cinema em tarde de outono





"não existe certo ou errado", ele disse. também não há problema em ser saudosista. eu falei de você a sessão de terapia toda. ele me pede que defina felicidade. eu caio pela fenda do tempo numa tarde  de outono, talvez pela estação lá fora, talvez pela moça que sorriu sem medo para mim como você fazia, caí na tarde em que combinamos de assistir  derzu uzala de akira kurosawa. você tinha acabado de comprar um disco da ella fitzgerald no museu do disco e queria mostrá-lo para mim. você sorria tanto que eu inventei ali uma teoria para o ciúme e a inveja. você brilhava mais que a capa amarela do disco. SUNSHINE OF YOUR LOVE. brilhou na tarde de outono. brilhou depois que saímos da sala. pela cidade afora. ruas, estações de metro. e brilha em certas ocasiões em que me pedem parte da definição de FELICIDADE.



.

Nenhum comentário: