quarta-feira, 30 de abril de 2008

tem branca no R'nB (*) - Adele

(*) um post provocação

Leila Lopez

A indústria de filmes pornôs nos EUA, rende milhões de dólares. São cifras altíssimas e, é isso mesmo o nome que se tem que dar, indústria. A premiação anual deles, a AVN, é concorrida e premia os performers em mais de 100 categorias. Na Europa menos mas, a mais branda intolerância européia fêz com que alguns diretores americanos cruzassem o Atlântico e produzissem por lá suas séries, criando um intercâmbio que levou a descoberta de novos astros menos "travados" para a cena pornô americana.
No Brasil, tido como país "sensual", os números poderiam ser melhores, "material" não falta. Mas, se em conversas de bares, entrevistas e lendas, somos desencanados em matéria de sexo, a quatro paredes a história é diferente, e quando o assunto é produção pornô a coisa fica mais complicada.
Ninguém, numa roda de amigos, amigas, aquelas rodas mais descontraídas, confirma interesse em tais produções. Nem ninguém sonha trabalhar na área, mesmo que seja na produção.
De algum tempo para cá, algumas personalidades do meio artístico brasileiro, no limbo, resolveram tentar a "sorte" no meio. Alguns caíram de cabeça, como Alexandre Frota. Já as mulheres, sonhos eróticos da homarada brasileira, como Rita Cadillac, Regininha Poltersgeist, alegaram problemas financeiros e encararam as "camêras" por dinheiro.
Agora parece ser a vez de Leila Lopes, atriz gaúcha, cujo melhor papel na tv foi o da professorinha da novela Rei do gado, da Rede Globo. Ela atuará numa produção do selo Brasileirinhas. Como de costume, o dinheiro foi a desculpa. Mas Leila, na entrevista de confirmação deu tantas desculpas, o que confirma a tese da vergonha de brasileiros "sérios" em relação ao assunto. Ela confirmou que continua com sua carreira de atriz, que o trabalho foi todo "artístico", que ninguém precisa se preucupar, que ela continua "boa gente" e citou as faculdades que fêz. Ridícula.
Tivesse feito uma pesquisa, com mais afinco Leila teria descoberto, que antes dela muita gente do meio "fêz faculdade" e mestrado. Tivesse ela pesquisado, teria descoberto, que Nina Hartley, só para ficar numa performer da velha guarda, tem mais mestrado que ela Leila. Teria descoberto que Lexington Steele saiu de Wall Street para as produções da California, sendo hoje um dos seus melhore realizadores. Tivesse Leila pesquisado, teria descoberto que não precisaria ir muito longe. Valter José, produtor aqui no Brasil, que já ganhou até papel numa curta metragem "sério", "fêz faculdade" e mestrado na USP, em Filosofia, que conversar cinco minutos com o sujeito sobre Kant, não é para qualquer um.
As desculpas mostram o medo de Leila Lopez e outros, de caírem na boca do povo como "sem vergonha" por gostarem "daquilo". Como se gostar "daquilo" fosse feio ou fizesse de qualquer pessoa alguém menos humano, menos responsável ou correto. Nossa sensualidade, nossa virilidade e nossa cordialidade, isso é assunto para antropólogos, é sempre posta à prova nessas horas. Quem quiser que conte outra.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Imprensa 1

Tão responsável quanto as autoridades, familiares e outros, a imprensa agora tenta achar outro foco para o "O caso Isabela".
Vem retumbando ao longe, em conta gotas, a tese de que a estafante exposição do caso, é culpa de um povo, que deseja sangria.
Comentários de Mônica Waldvogel no meio da semana, matéria na Folha e culminando com Ernesto Paglia, o povão, porta de cadeia, deve ganhar respingo do infanticídio. Isso que dá, querer os quinze minutos de fama, aqueles tais, tão apregoados.
E perder tempo com essa classe de "informadores" é lazer para muita gente, que se acha por dentro ao citá-las em conversas de boteco e encontro com amigos.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Movimentos de estudantes

As paredes da FAAP eram insípidas. Sem grafismos, cartazes, limpa, limpa. O estudante de sotaque nordestino carregado, apareceu para falar de política, poucos ouviram. Viagens internacionais, compras, faziam mais parte do interesse da turma. O estudante com sotaque nordestino, falou com conhecimento, diante de algumas garotas, que tinham sido votadas pela revista Playboy, como as mais bonitas do mundo acadêmico paulistano. Terminada a explanação o estudante convidado seria lembrado só por aqueles que se interessaram por sua fala. Um mês depois estava eleito presidente da revivida UNE. Era Aldo Rebelo.
Quem atravessasse a rua diante da FAAP e pegasse o ônibus elétrico, Cardoso de Almeida, que passava em frente e fosse até o ponto final, no sentido bairro, ficaria à três quadras da PUC. Chegando pela Rua Monte Alegre, poderia se postar no mesmo lugar onde anos antes o Coronel Erasmo Dias estancou cavalos e soldados, encurralando os estudantes no teatro, que sofreria dois incêndios até hoje inexplicáveis.
Diante da PUC, o visitante, que veio do Pacaembu perceberia, que a distância não era só física mas, muito de ideológica poderia se perceber. Muros e paredes com cartazes e filipetas de shows, pichações e um fluxo mais soltos dos estudantes. Entrando pelo portão para descer a rampa, em direção ao prédio novo, o visitante veria à sua direita a sala do D.C.E. de Letras. Uma música sempre seria ouvida vinda lá de dentro, era um disco tocando ou alguém cantando ao violão. Nas paredes do D.C.E., pôsteres do último discurso de Charles Chaplin, Robert Plant ou letra inteira de uma música de Chico Buarque e Pablo Milanez, Cancion por la unidad latino americana e mais chamamentos para outros encontros com D.C.Es.Andando pelas rampas o visitante cruzaria com as meninas que a revista Playboy citava como as quartas mais do mundo acadêmico paulistano.
Os estudantes, anos mais tarde de Ulysses Guimarães pedir panelaço, chegavam à Avenida Paulista, de metrô, ônibus, carro, à pé. Parte da mídia e da oposição na época, disse que eles estavam de brincadeira, que pareciam ir à uma festa. Era uma manifestação sem consistência. A mídia elegeu entre eles, uma musa e um muso, o presidente da Une, que se sustentava depois de sair do limbo. Era Lindenbergh Faria.
Lúcia Kluck Stumpf, estuda em São Paulo na FMU. É presidente atual da Une. Foi à um programa de tv paga, pedir a manuntenção da meia entrada, que setores artísticos querem eliminar. Foi desencada pelos outros participantes, entre eles o cantor Lobão.
Acampados há duas semanas na reitoria da UNB,estudantes já conseguiram parte do que queriam, o afastamento do reitor Timothy Mullholand, agora querem direito ao voto para escolha dos próximos reitores.
Em São Paulo, terra da atual presidente da Une, a UNIFESP assiste manifestações de seus estudantes contra seu reitor, Ulysses Fagundes Neto, pego no rastilho dos cartões corporativos.
Nesses tempos em que a educação quase inexiste, e os campi de faculdades e universidades parecem mais shopping centers com suas franquias de alimentação e cosméticos, tirando a chance de uma salinha para um D.C.E. com seus pôsteres retrôs e estudantes com boa índole em busca de novas causas, as manifestações mais recentes, seja ela por que motivo for, é benvinda. E que não digam, que as grandes causas acabaram. Os seres humanos ainda esperam dias melhores.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Alvíssaras !!!

Duas bandas dos anos 80 estão com trabalhos novos, e daqueles trabalhos, que nos fazem repensar sobre a carência de talentos na arte, na música aqui nesse caso.
Depois de dezesseis longos anos sem gravar, o B-52´s, lancou trabalho com inétidas agora em março.Funplex, traz o frescor de sempre do grupo, que man^tém sua espinha dorsal, Cindy Wilson, Kate Pierson, Fred Schneider e Keith Strickland. mesmo a acentuação eletrônica de algumas faixas, não desfigura a maneira de trabalhar da banda. Moderna contemporânea, sem ser chata. divertida acima de tudo.
Depois de desandar o caldo, perder parte do viço inicial, perder integrante. o R.E.M. apresenta ao seu dileto público,Accelerate. O novo álbum é das melhores coisas que o grupo realizou em sua carreira. As guitarras cobrindo vários temas, soando, quase como uma banda iniciante, com todo gás, querendo apresentar suas armas.
Dois trabalhos que nos dão um respiro de prazer diante de um mundo tão duro, egoísta e complicado. Dá até para acreditar na raça humana, só um pouquinho, mas dá.


quinta-feira, 10 de abril de 2008

Charlton Heston

A carreira de sucesso de Charlton Heston no cinema durou duas décadas. Voltando da Europa com o fim da segunda guerra, foi estudar teatro e começou à participar em pequenos papéis na televisão.
Dos chamados filmes épicos da era de ouro de Hollywood, pode-se contabilizar no mínimo quatro, Os Dez Mandamentos, Ben-Hur, que lhe valeu um Oscar, El Cid e A Bíblia. Trabalhou em westerns, filmes de guerra e mais recente trabalho mais em ficções científicas. Trabalhou tanto com diretores como Cecil B. de Mille em O Maior Espetáculo da Terra, e também com diretores como Orson Welles, em A Marca da Maldade.
Quando Hollywood começou a mudar, ele foi perdendo espaço para a sua grandiloquência nas telas. Talvez O Planeta dos Macacos tenha sido seu último respiro. O tal cinema catástrofe, ainda vai usá-lo em filmes como Aeroporto e Terremoto. O cinema mudaria. Charlton Heston sairia aos pouco de cena.
Dizem que a primeira impressão é que fica, no caso de Charlton Heston, seus últimos papéis na vida real, tiraram para muitos em Hollywood e no mundo inteiro, a admiração que muitos sentiam por ele. Ao se tornar presidente da National rifle Associaton (NRA), uma oraganização americana, que prega o direito do sujeito às armas, e ser recebido por George W. Bush, muitos apagaram, parte da história de Heston como liberal democrata, um cidadão que caminhou com Luther King, lutou por direito civis, que prestou solidariedade para Lyndon Johnson contra Richard Nixon, essa parte da história dele, começou à ser apagada antes da conclusão de seu obituário.
A pá de cal, foi a "entrevista" para Michael Moore, em Tiros em Columbine. Tratado mais como um ícone da vilania, que os americanos querem detestar em Bush. O andar de Charlton Heston, e suas expressões, diante da surpresa "entrevista", deixa sem rumo, o herói idealizado de muitos mundo afora e o sepultou em vida.


A montanha dos sete abutres


No filme A montanha dos sete abutres do austríaco Billy Wilder, diretor de sucessos como O pecado mora ao lado, Crepúsculo dos deuses, só para ficar com esses dois, Kirk Douglas vive um jornalista, que trabalha num jornal pequeno, e quer ganhar prêmios e reconhecimento para o seu trabalho.
A oportunidade aparece na figura de um simplório cidadão de uma cidade do Novo México, que fica preso numa mina da cidade. O personagem Chuck Tatum cria toda uma situação em que ele comanda todas as ações. Cria um verdadeiro circo diante da mina, envolve a vítima, a esposa, as autoridades, e o que seria um simples resgate de horas, vira um drama de dias, por conta das cenas dirigidas pelo jornalista.
O filme mostra tanto quanto trabalha a imprensa, e como reage a população diante de um fato de comoção explícita.
È uma aula de jornalismo, sim, um jornalismo às avessas, mas, jornalismo, e tem muito do que temos vistos nos últimos dias na imprensa paulistana, que ainda não aprendeu com o caso, Escola de Base.
Os culpados ainda não conhecemos. Os condenados sim. E são os de sempre. Pessoas próximas à vítima, cidadãos aproveitadores , jornalistas , "formadores de opinião" e autoridades. todos querendo aparecer, fazer parte de reality show que virou a vida brasileira. A vítima ? Bem a vítima, que descanse em paz. e quem quiser que reze por ela.

domingo, 6 de abril de 2008

Minha discoteca (cd) - Monk´s Music


Não é fácil ouvir Thelonius Monk. Parece uma tarefa para iniciados, uma sociedade secreta. Mesmo quando ele executa standarts, demoramos à reconhecer a melodia, que está por baixo dos arranjos e dos improvisos.
Ele parecia executar a música só para ele mesmo e, todas as músicas, mesmo as dele ficavam diferentes a cada execução.
Monk´s Music é um dos mais palatáveis àlbuns da carrreira de Monk. Tem oito faixas, sendo que duas deles, Off minor e Crepuscule with Nellie, têem seus takes repetidos. Mais, foi gravado uma sessão apenas e traz músicos como, John Coltrane, Coleman Hawkins, sim os dois juntos no sax tenor, Art Blakey na bateria, Ray Copeland no trumpete e Gigi Gryce no sax alto e Wilbur Ware no baixo acústico.
Além das faixascitadas fazem parte do àlbum, Ruby my dear, Well, you needdn't, Epistr

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Filme que vi



A lenda bluseira e violeira trata o Diabo como personagem em suas histórias. Dizem foi assim com Robert Johnson, dizem ser assim com alguns violeiros mineiros e até Helena Meireles, disse que o tinhoso tinha sim, parte na coisa, até no momento de confeccionar uma palheta.
O diabo em pessoa aparece para Samuel L. Jackson, na figura de Rae (Cristina Ricci ), passeia em trajes minúsculos, é lascivo e quer atrapalhar a redenção e a ressurreição de Lazarus, isso, o personagem, se chama Lazarus, está sem rumo na vida, traído pela mulher, desistiu do blues e quer aceitar Cristo, como num tema de Zeca Pagodinho.
Para não ser tentado por Rae, Lazarus quer mostrar a palavra à ela. Terá trabalho e nós um bom filme, onde até Justin Timberlake faz uma ponta. Discreto, discreto. Discreta também é a trilha do filme. Nenhuma música conhecida e só pano de fundo para a trama mesmo, mas é de se perguntar se Samuel L. Jackson, toca aquela guitarra mesmo.