sábado, 30 de abril de 2011

Roda de Sábado - Bodas

sempre que queriam apontar o trabalho de milton nascimento como "difícil", apontavam o disco "milagre dos peixes". e aí ele fez um show no teatro municipal de são paulo, cheio,e o registrou ao vivo, tendo o apoio ainda do Som Imaginário(*). logo em seguida um outro show na cidade universitária, também cheio, em foto que pode ser vista na capa interna do disco de 77 o "geraes".
"milagre dos peixes ao vivo" teve faixas censuradas. discos tiveram suas faixas riscadas para dificultar a audição e o disco saiu de catálogo.
o que tenho em casa é fruto de uma excursão emocionante pelo centro de londrina numa tarde de primavera. com planos, sonhos e palavras, tudo dividido, ganhei o presente. tá guardado. e eu adoro o verso;

"Deus salve sua chegada/Deus salve sua beleza",

que dizia muito daquela menina com nome de princesa da família real brasileira. o verso também faria sentido uns anos depois, numa creche do parque do novo mundo.




antes do disco do milton voltar para os catálogos. o que fez ney matogrosso com a faixa "bodas", no seu primeiro trabalho pós "secos & molhados", que tem um nome bonito que só, "Àgua do céu-pássaro". que tocou numa bela tarde na eldorado - am, inteirinha, inteirinha. outros tempos. de músicas e rádios.





(*) a ficha do show do Milton

Orquestra Sinfônica regida por Paulo Moura

Arranjos de Paulo Moura e Wagner Tiso

Conjunto Som Imaginário:

Luís Alves – Baixo

Robertinho Silva – Bateria

Toninho Horta – Guitarra

Nivaldo Ornelas – Sax-Soprano, Sax-Tenor e Flauta

Wagner Tiso – Piano e Órgão

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Inventário

três fitas cassete c60.

nomeadas assim: nacional, internacional e amor não é fácil de achar.

cada uma embrulhada em meia folha de sultite amarelada, contendo pequenos textos de própria lavra e palavras ajuntadas.

amarradas em elásticos.

dentro da fita "o amor não é fácil de achar", enroladinho, ingresso da peça, "Romeu e Julieta" dirigida por Antunes Filho, com a Giulia Gam ainda bem novinha como Julieta e Marco Antônio Pâmio como Romeu, levada no Sesc Consolação nos 80.






A versão de Antunes Filho é toda costurada com músicas dos Beatles. A melhor montagem da peça que já assisti, se bem que rivaliza com a de Gabrel Vilela encenada em plena Praça da Sé pelo Grupo Galpão de Minas Gerais.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sarau Elo da Corrente

Ô Pedrão você é engraçado e fantasioso. Onde já se viu uma história dessa num bar de Pirituba. Essa foi demais. kkkk. Mas valeu.







domingo, 24 de abril de 2011

A prova da existência de Deus

Só um bom observador repara no bar defronte a favela na entrada da feira de sábado do bairro. É um bar diferente, uns posteres do time do Santos em várias formações, um poster com Jimi Hendrix, Mick Jagger e John Lennon dividindo o mesmo microfone tomando quase toda uma parede, uma estante com livros usados na entrada, livros que podem ser levados como empréstimos e se não quiserem devolver , tudo bem. Além disso um microfone nos fundos do bar. Às quintas há um sarau no bar. O sarau é frequentado pelo barbeiro que já escreveu dois livros, pela empregada doméstica que desce no ponto quase em frente do bar, vindo do trabalho pelos lados do Itaim Bibi e tem os rapazes do reggae e do rap. Algumas vezes, em ocasiões especiais o sarau acontece nas instalações do CEU com transmissão da rádio comunitária que também tem sua sede no bar, com uma programação recheada de samba, pagode, rap, reggae, r&b, soul, com as bandas do bairro mandando fitas e cds para tocarem por lá também. A rádio até já fez um festival no bairro, tudo pensado pelo dono do bar, "um agitador cultural da periferia!", nas palavras dele.
O dono do bar conserva aquele penteado setentista a la Roberto Carlos e seus amigos da Jovem Guarda e ainda fala às vezes um:"é isso aí bicho!".
Algumas vezes aos sábados, dia da feira, ele coloca alguns vinis para vender na porta do bar. Trilhas de novelas, cantores populares, bandas de rocks dos 60 e 70 estão no pequeno acervo. De vez em quando aparece, aquele material todo da Carly Simon, que só um bom observador percebe, que só de vez em quando mesmo ele é exposto.

_Minha mulher tem ciúme dela. Quando a gente briga ela fala que vai queimar os discos, doar. Ela até já fez isso, entregou para as Casas André Luiz, fui lá buscar, antes que um louco, mais apaixonado pela mulher do que eu ficasse com os discos. Que fotos hein bicho? Já viu os pés dela? E a boca? Eu trago aqui e falo pra minha mulher que vou vender, exponho para ela ver quando ela passar. Não ofereço prá ninguém e se alguém se interessa, desconverso. Volto prá casa e digo que ninguém se interessou, é vinil nêga, ninguém se interessa mais. Tudo isso porque um dia, desesperançado ela me pegou olhando as fotos dessas capas e eu falei em voz alta.

_Essa mulher explica a existência de Deus!

Não é verdade bicho?









You belong to me, música da Carly Simon e de um amigo dela, um certo Michael Mcdonald que quando compôs essa música estava indo substituir o vocalista dos Doobie Brothers e levou com ele a música e os outros integrantes do grupo toparam gravar também.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mexendo nos Vinis- The Doobie Brothers



Flying cloud, o viajandão do Doobie Brothers




O Toninho tinha uma cabelo bem comprido era o camisa 3 do time juvenil do Excelsior onde eu defendia e sonhava com dias melhores com a 5 às costas pelos campinhos de várzea de São Paulo, antes de ficar com medo de cabecear as pelotas.
O Toninho tinha cabelo quase de índio, olhos verdes, parecido com o vocalista do Red Hot Chili Peppers, o também Anthony, Kiedis. O pai dele, o Seo Osvaldo trabalhava na Bandeirantes como fotográfo e fotografava a molecada jogando bola e em outros momentos. O pai dele levava para casa muitos vinis da discoteca da emissora, alguns até com carimbo da oferta da gravadora.
O Toninho mostrava tudo aquilo para quem quisesse. Novidades e velharias na mesma sacola. Muitas vezes os vinis foram parar em casa. E ao pegar nos discos eu ficava imaginando se o Hélio Ribeiro, o Humberto Marçal e êxtase total, se Ferreira Martins, também não tinha manuseado aqueles discos em algum momento. E escondido lá no quarto ficava imitando a locução dos caras, Ferreira principalmente, ao colocar os discos no prato. Pensando que talvez, já que futebol estava ficando fora de questão, se eu trabalhasse no rádio, aquela que me chamava atenção não poderia em algum momento com alguma seleção musical preparada por mim e com minha locução, se mostrar atenta aos meus olhares platônicos.
Assim pensando dois discos demoraram para voltar para a casa do dono, The Captain Fantastic and the Brown Dirty Cowboy do Elton John e What where once vices are now habits do The Doobie Brothers. Este último o quarto disco da carreira do grupo lançado depois de The Captain and Me, que tinha deixado os caras semanas em primeiro lugar nas paradas americanas. A banda misturava folk, country music, gospel em arranjos que me chamaram a atenção e foram também um pouco lições de inglês.
Não há nenhuma virada musical, nenhuma ruptura no àlbum, o rock estava deixando parte da juventude injuriada, certos discos traziam faixas muitos longas e chatas, no disco em questão mesmo Flying cloud é um exemplo do que alguns faziam à època. Só um pivete interessado se encantaria com aquilo quando os amigos estavam indo em outra direção.
Além da citada Flying cloud, a já citada por aqui, entre aquelas dez mais, Black Water, Another park another sunday, primeiro single do disco e a lição de inglês maior, em declaração para aquela uma, Tell what you want and l'll give what you need, que pensei em mandar em bilhete.
Tudo muito certinho e bem conduzido por Tom Johnston que na excursão do disco seguinte sairia do grupo para dar lugar para Michael Mcdonald que imprimiria ao grupo seu acento de soul e jazz.
Devolvi os discos para o Toninho, com dor no coração ja que ele não gostava nem de um nem de outro e nem de quase nenhum daqueles discos levados pelo pai dele. O disco saiu de catálogo e só alguns anos o achei perdido num sebo do centro paulistano, comprei e voltei eufórico para casa, tenho com o disco as mesmas sensações, as mesmas emoções a cada audição.
O Toninho virou pastor evangélico, os Dobbie Brothers, com Tom Johnston de volta se apresentaram ontem no mesmo palco com Michael Mcdonald e Jack Johnson em show pelas vítimas do terremoto do Japão e eu em Sampa mexendo nos vinis preparando mudança de casa, achei o vinil comprada no sebo. Nenhuma mudança, nenhuma ruptura, não me importo.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Carta Aberta do Zé

Raros Leitores.

Claro, roubado na Caruda

20.04.11 - Brasil
Carta Aberta à Comissão de Cultura, Educação e Esportes do Município de São Paulo

José de Almeida Amaral Junior
Professor universitário em Ciências Sociais. Economista, pós-graduado em Sociologia e mestre em Políticas de Educação


Nobres vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, em especial, à Comissão de Cultura, Educação e Esportes, saudações.

Venho por meio desta carta, em primeiro lugar, parabenizar a iniciativa do poder público em propiciar à população paulistana um agradável momento de recreação e arte como vem sendo feito na ‘Virada Cultural’, que acabou de viver neste domingo último a mais nova edição, a sétima, com grande sucesso espalhado pelos quatro cantos da urbe.

A partir disso, gostaria de fazer aqui uma constatação e, então, solicitar sua atenção para medidas que me parecem necessárias.

Conforme indicado pela revista Rolling Stone "A prefeitura de São Paulo teve um custo de R$ 8 milhões para a realização da Virada em 2011. Entre os artistas musicais selecionados para shows espalhados pela cidade (mas majoritariamente concentrados no centro da capital paulista), estão, no time dos estrangeiros, Misfits, P.O.D., Skatalites, Armando Manzanero, Steel Pulse, Edgar Winter, P.O.D., Straightjackets e Fred Wesley and the New JBs...."

Penso que, por ser uma iniciativa pública, em todos os meios deveríamos ter um mínimo de ‘reserva de mercado’, ou seja, propiciar um percentual maior de criação brasileira em tão importante evento, que envolve exposições, cinema, teatro, dança, música e até atividades físicas. Sob forte exposição midiática, torna-se um espaço interessante para manifestação de nossos talentos, em todos os segmentos oferecidos.

Noto que, especificamente, no aspecto musical, não houve, nenhum espaço dedicado ao Choro, nosso pioneiro, o mais antigo gênero urbano musical do país. Isto mesmo sabendo-se que São Paulo é um celeiro dos mais profícuos nesse sentido, com uma contribuição centenária de grandes instrumentistas e autores. Tendo, inclusive, o dia 28 de junho como o seu ‘Dia Estadual do Choro’, em homenagem ao grande Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto. E, além, apresenta hoje uma gama bastante respeitável de músicos de excelente qualidade que poderiam tranquilamente estar dispondo de um palco, em uma das tantas avenidas, praças ou esquinas de São Paulo.

Lembro, inclusive, que há entre a Luz e Santa Ifigênia, um histórico núcleo onde, todos os sábados, reúnem-se artistas e aficionados para fazerem, religiosa e gratuitamente, rodas de choro. Mais precisamente na Rua Gal. Osório. No mesmo local foi pensada, anos atrás, uma nova ‘Rua do Choro’, como uma espécie de reedição daquela antiga, ocorrida há cerca de 30 anos na Rua João Moura, em Pinheiros. Esta foi extinta. E a outra, esquecido o projeto. Porém, os encontros permanecem fortes e rotineiros na roda da Gal. Osório. Não é difícil vermos turistas, inclusive estrangeiros, no local, maravilhados com o som ali produzido. Por que não aproveitar essa iniciativa em prol da cultura musical brasileira? A ‘Virada Cultural’ poderia ser um espaço interessante de experiência e, quem sabe, possível incentivo à reinauguração de uma nova Rua do Choro. Ler mais.





terça-feira, 19 de abril de 2011

sábado, 16 de abril de 2011

Roda de Sábado - Fred Wesley

é hoje. se eu conseguir me acertar com o sr. leo huberman e sua história da riqueza do homem, de quem tenho que fazer uma resenha com formatação abnt e tudo mais como manda o figurino. quem manda inventar.




sexta-feira, 15 de abril de 2011

Própria (pa)Lavra

musa dançando na lembrança



o que a gente mais faz

é admirar os impostores

e ter medo de ler

as palavras as entrelinhas

das canções de amor

dos poemas rasgados

das flores

conversas encontros

nãomaisnão.


o que a gente mais faz

é ter medo de ouvir

do sonho

aquele nome acolhedor

que de tanto bem

que tanto bem

faz

que tanta

paz

traz.




sim.
me lembro daquela tarde em que voce apareceu com a letra da roberta flack e do donny hathaway para me ensinar a letra de where is the love, para cantarmos juntos na praça.
sim
me lembro de como amarrava seu cabelo
sim
voce é uns dos personagens do meu blog.
musa pairando. musa dançando na minha lembrança.
sim.
ainda sonho.

não.
não dói.



sábado, 2 de abril de 2011

Preconceito para João & Mano

só lembrando:

ano passado quando perguntado se já havia sido tratado com racismo, Neymar, jogador do Santos, respondeu assim: "Eu ? Eu não ! Eu não sou preto !". Banana aqui é outra coisa. e os brasileiros que ficaram indignados ? deram várias nacionalidades para o atirador da banana. e tem grande chance dele ser brasileiro e morar na Alemanha como estudante. aí quero ver.

e ironia

a fala de Jair Bolsonaro no CQC foi tão desproposital, que até Marcelo Tas, apresentador do programa, que costuma fazer piada e humilhar Preta Gil, em relação ao seu aspecto físico, se sentiu desconcertado. quando isso acontece é porque a agressão foi forte mesmo. a tal da vergonha alheia.


no mais. a repercussão é tanta por serem Neymar e Preta Gil, quem são. duro é para os Pretos e Pretas do Brasil lutarem cotidianamente com a intolerância e o desRESPEITO.





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