sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Minha discoteca (vinil)



Acho que a única vez que Luiz Melodia foi capa de revista, se não estou enganado, foi uns meses antes do lançamento desse disco, Maravilhas contempôraneas. Ele mais Jards Macalé, Walter Franco, Sergio Sampaio faziam parte de uma turma, que a crítica chamava de malditos, por não se renderem ao sucesso fácil, nem fazerem tanto sucesso, foram capa da revista Veja. Era preciso ralar o osso. Negro do morro do São Carlos, berço da escola de samba do Estácio, Melodia já demonstrava em seu segundo disco, que samba era só uma de suas influências, o que desagradava ainda mais. Black music, forró, samba. Tudo diluído para distribuição nacional. Brasil que se agradaria de Juventude transviada, que toma conta das casas brasileiras, por ser tema de novela das oito, naquele tempo, das oito mesmo, Pecado Capital em sua primeira versão. è o tema clássico do disco, as outras só para fãs de Melodia mesmo, que ainda hoje esgotam seus shows em questão de horas, provocando filas e reclamações. Por conta desse disco, produzido parte por músicos da Banda Black Rio, Melodia ganharia de "presente", uma homenagem do amigo de maldição, Jards Macalé, um tema desancando a entrada da música negra nos bailes de periferia do Rio de Janeiro, Negra Melodia mais tarde regravada por um outro "maldito", um tal de Nego Dito, Itamar Assumpção. Ê maldição.

MARAVILHAS CONTEMÔRANEAS 1977 , produzido por Perinho Alburquerque e Oberdan Som Livre.

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