pequenas lembranças, sem objetivo histórico de um diletante e doente do pé.
"Vou me embora vou me embora
eu aqui fico mais não
vou morar no infinito
e virar constelação"
versos do enrêdo da Portela em 1975, que falava de Macunaíma. No ano anterior, 1974, o homenageado tinha sido o músico Pixinguinha, falecido em 73. Outro desfile interessante da escola foi quando ela resolveu trabalhar suas cores tradicionais, azul e branco no enrêdo, "Das maravilhas do mar, fez o esplendor de uma noite", com refrão, "O mar, ô o mar, por andei mareou, mareou...", derramando alas azuladas pela avenida.A escola é ainda a maior vencedora dos carnavais cariocas, mas tem padecido de desfiles desiguais.
O primeiro campeonato de Joãosinho Trinta na Beija Flor foi com "Sonhar com Rei dá Leão", em 1976, ainda viriam outros e polêmicas. Acusado de trazer o luxo para avenida Joãosinho saiu com essa: "Quem gosta de pobreza é intelectual". Mas quem teve pobreza de espírito foi a Cúria carioca, que censurou um Cristo Redentor num desfile da escola, que veio coberto com um plástico preto. Recentemente um diretor da escola afirmou que a ideia de cobrir o Cristo foi dele.
"Bumbum praticundum brugurundum", foi um dos melhores desfiles do Império Serrano nestes tempos de Sambódromo. Saiu de lá para as arquibancadas do Maracanã no embalo das torcidas do Flamengo.
Outro enredo que saiu da Sapucaí para conquistar estádios de futebol Brasil afora foi "Peguei um Ita no norte", que também deu campeonato ao Salgueiro depois de algum jejum. Em qualquer campo podia se ouvir o refrão, "Explode coração/na maior felicidade/é lindo meu Salgueiro/ contagiando e sacudindo essa cidade", com as torcidas trocando Salgueiro pelo nome do time de coração. Ainda hoje em cidades pequenas é possível ouvir o samba.
A União da Ilha costumava trazer desfiles divertidos e coloridos. Um desses clássicos é "O Amanhã" de 1978, aquele que começa assim, "A cigana leu o meu destino/eu sonhei", até Simone gravou o hit. Outro que foi para a boca de um cantor de mpb foi "É Hoje" de 1982. Caetano gravou o samba no álbum Uns, e não tem quem não acompanhe o cantor quando ele manda os versos, "A minha alegria atravessou o mar/ fez um desembarque fascinante/ no maior show da Terra". Outro samba da união da Ilha para ser lembrado é "Domingo". Uma das alas, muito colorida trazia, guarda sóis, cadeiras de praia, bolas, toalhas e o integrantes da ala viam vestidos como se fossem para a praia. E também parte do versos foi cantado pela torcida do Flamengo no Maracanã, "No Rio colorido pelo sol/as morenas na praia/que gingam no samba/e no meu futebol".
No ano do centenário da abolição a Unidos de Vila Isabel, falou do tema e ganhou o carnaval com "Kizomba a festa da raça". Um desfile um pouco mais luxuoso do que de costume, a escola tem uma diretoria mais politizada. Seus desfiles bem simples nem sempre empolgam os jurados. A escola já desceu em várias ocasiões. ato que deu até para um importante compositor da escola, Martinho da Vila, compor, "Renascer das cinzas". "vamos renascer das cinzas/replantar de novo o arvoredo(...) sambar na avenida de azul e branco/ é o nosso papel/mostrando para o povo/que o berço do samba/ é em Vila Isabel"
Os mais puristas reclamam do andamento. Da postura da bateria pós sambódromo, com paradinhas e até o funkeado de Mestre Jorjão da Viradouro. Reclamam do rumo tomado hoje em dia. O certo é que a festa popular na avenida, pode sim ser lida como um ópera popular. Se descende de outros carnais vais, mais históricos e até mais conceituados e estudados por historiadores, não dá para entender o Brasil e o brasileiro sem essa manifestação. Mesmo que se pegue e estrada e se vá resfrescar num lugar distante do barulho. Mas em algum momento, o eco da festa pega o desavisado.
"Vou me embora vou me embora
eu aqui fico mais não
vou morar no infinito
e virar constelação"
versos do enrêdo da Portela em 1975, que falava de Macunaíma. No ano anterior, 1974, o homenageado tinha sido o músico Pixinguinha, falecido em 73. Outro desfile interessante da escola foi quando ela resolveu trabalhar suas cores tradicionais, azul e branco no enrêdo, "Das maravilhas do mar, fez o esplendor de uma noite", com refrão, "O mar, ô o mar, por andei mareou, mareou...", derramando alas azuladas pela avenida.A escola é ainda a maior vencedora dos carnavais cariocas, mas tem padecido de desfiles desiguais.
O primeiro campeonato de Joãosinho Trinta na Beija Flor foi com "Sonhar com Rei dá Leão", em 1976, ainda viriam outros e polêmicas. Acusado de trazer o luxo para avenida Joãosinho saiu com essa: "Quem gosta de pobreza é intelectual". Mas quem teve pobreza de espírito foi a Cúria carioca, que censurou um Cristo Redentor num desfile da escola, que veio coberto com um plástico preto. Recentemente um diretor da escola afirmou que a ideia de cobrir o Cristo foi dele.
"Bumbum praticundum brugurundum", foi um dos melhores desfiles do Império Serrano nestes tempos de Sambódromo. Saiu de lá para as arquibancadas do Maracanã no embalo das torcidas do Flamengo.
Outro enredo que saiu da Sapucaí para conquistar estádios de futebol Brasil afora foi "Peguei um Ita no norte", que também deu campeonato ao Salgueiro depois de algum jejum. Em qualquer campo podia se ouvir o refrão, "Explode coração/na maior felicidade/é lindo meu Salgueiro/ contagiando e sacudindo essa cidade", com as torcidas trocando Salgueiro pelo nome do time de coração. Ainda hoje em cidades pequenas é possível ouvir o samba.
A União da Ilha costumava trazer desfiles divertidos e coloridos. Um desses clássicos é "O Amanhã" de 1978, aquele que começa assim, "A cigana leu o meu destino/eu sonhei", até Simone gravou o hit. Outro que foi para a boca de um cantor de mpb foi "É Hoje" de 1982. Caetano gravou o samba no álbum Uns, e não tem quem não acompanhe o cantor quando ele manda os versos, "A minha alegria atravessou o mar/ fez um desembarque fascinante/ no maior show da Terra". Outro samba da união da Ilha para ser lembrado é "Domingo". Uma das alas, muito colorida trazia, guarda sóis, cadeiras de praia, bolas, toalhas e o integrantes da ala viam vestidos como se fossem para a praia. E também parte do versos foi cantado pela torcida do Flamengo no Maracanã, "No Rio colorido pelo sol/as morenas na praia/que gingam no samba/e no meu futebol".
No ano do centenário da abolição a Unidos de Vila Isabel, falou do tema e ganhou o carnaval com "Kizomba a festa da raça". Um desfile um pouco mais luxuoso do que de costume, a escola tem uma diretoria mais politizada. Seus desfiles bem simples nem sempre empolgam os jurados. A escola já desceu em várias ocasiões. ato que deu até para um importante compositor da escola, Martinho da Vila, compor, "Renascer das cinzas". "vamos renascer das cinzas/replantar de novo o arvoredo(...) sambar na avenida de azul e branco/ é o nosso papel/mostrando para o povo/que o berço do samba/ é em Vila Isabel"
Os mais puristas reclamam do andamento. Da postura da bateria pós sambódromo, com paradinhas e até o funkeado de Mestre Jorjão da Viradouro. Reclamam do rumo tomado hoje em dia. O certo é que a festa popular na avenida, pode sim ser lida como um ópera popular. Se descende de outros carnais vais, mais históricos e até mais conceituados e estudados por historiadores, não dá para entender o Brasil e o brasileiro sem essa manifestação. Mesmo que se pegue e estrada e se vá resfrescar num lugar distante do barulho. Mas em algum momento, o eco da festa pega o desavisado.
Sampa
Ao contrário do que alguns acham em São Paulo gosto da Vai-Vai. sempre eternamente. Mas o único desfile que me lembro que gostei foi um da Mocidade Alegre cujo refrão era "E bate batera/ prá e prá cá/ se hoje não tem amanhã terá". lembrei de outro da Mocidade. "Aonde vais Caramuru?/ eu vou pra França/ vou levar Paraguassu. Aonde vais Caramuru?/ eu vou para França...". no que os integrantes da escola na apuração emendaram.."Aonde vais Caramuru?/eu vou pra França/vou levar Paraguassu/ Aonde vais Caramuru ?/ eu vou prá França/e você vai tomar no c(*). gente civilizada, claro.
Em São Paulo as torcidas, os babacas, não costumam levar enredos para os estádios. A exceção é a Gaviões.Mas nem todos pegaram na boca do torcedor. O do campeonato de 1995, "O que é bom é para sempre", "me dê a mão me abraça/viaja comigo pro céu..." e os refrões do samba "Vou pra Bahia", são os únicos que de algum modo foram e ainda são cantados pela "organizada" e de por outros fora dela, no estádio. No mais as demais acabaram trazendo também para São Paulo o samba do Salgueiro já citado, "Peguei um Ita no norte".
Se houvesse um quesito por respeito ao samba e a história no samba, seria quase certo, que as "organizadas" estariam fora dos desfiles. Certo que elas se originaram dos blocos, que se formou em torno das baterias constituídas para acompanhar seus integrantes aos estádios. E é só. Pior que trouxeram para os desfiles, a mesma virulência e intolerância, que praticam onde costumam frequentar. Se tem algo que possa enterrar de vez o interesse, embora menos hoje em dia, pelo samba paulistano, é a presença dessas "organizações".
Bom Carnaval. Bom descanso
Monobloco - Coisinha do pai/Vou festejar
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