terça-feira, 12 de maio de 2009

Mexendo nos vinis

durante um tempo, que não me lembro quanto, um amigo me proibiu de ouvir, ou ir à shows do Luiz Melodia. "Por conta de umas questões paralelas," não conseguia ouvir o som de qualquer música do homem sem cair numa deprê de semanas. Mas se ele me salvou do Luiz Melodia, nunca soube do Caetano Veloso. Nos últimos dias, uns fantasmas vieram arrastar suas correntes, em quartos de minha memória, que eu julgava lacrados. Tentei me afastar dos vinis para não deixar os sons do Caê tomar conta dos meus dias. Não deu. O show do moço no Rio, por tabela na voz de uma amiga, fez o favor de acender as velas do martírio. Aí lembrei de uns versos que cometi, com licença.

"ainda não inventaram borracha
de apagar memória"

há um estudo científico por aí, que promete eliminar certas passagens de nossa existência de nossa traiçoeira memória, essa ingrata algumas vezes. Vou me candidatar como voluntário

Caetano Veloso - Sorvete


No que ela fez isso comigo
Era nunca mais ser seu amigo, nem inimigo
Nunca mais namorado, apaixonado
E eu e eu e eu sou (2x)
No que ela não quis o meu risco
Era soprar do olho esse cisco
Que eu já nem pisco
Não dar mais energia, minha alegria
E eu e eu e eu dou (2x)
Feras lutam dentro da noite, normal
Todos os insetos, os do belo e os do mal
Anjos e demônios, o amor tomava conta de mim
Ela loura e negra, querubim e animal
Sobre os monstros da paixão, controle total
Burra, sábia, deusa, mulher, menino e mandarim
Mas ela não quis meu sorvete
Por que gravá-la em vídeocassete, jogar confete
Franquear minha guia
Ir à Bahia
E eu e eu e eu vou


No que ela fez isso comigo
Era nunca mais ser seu amigo, nem inimigo
Nunca mais namorado, apaixonado
E eu e eu e eu sou (2x)
No que ela não quis o meu risco
Era soprar do olho esse cisco
Que eu já nem pisco
Não dar mais energia, minha alegria
E eu e eu e eu dou (2x)
Feras lutam dentro da noite, normal
Todos os insetos, os do belo e os do mal
Anjos e demônios, o amor tomava conta de mim
Ela loura e negra, querubim e animal
Sobre os monstros da paixão, controle total
Burra, sábia, deusa, mulher, menino e mandarim
Mas ela não quis meu sorvete
Por que gravá-la em vídeocassete, jogar confete
Franquear minha guia
Ir à Bahia
E eu e eu e eu vou




Caetano Veloso - Comeu
Ela comeu meu coração
Trincou, mordeu, mastigou, engoliu
Comeu o meu

Ela comeu meu coração
Mascou, moeu, triturou, deglutiu
Comeu o meu

Ela comeu meu coraçãozinho de galinha num xinxim
Ai de mim!
Ela comeu meu coraçãozão de leão naquele sonho medonho
E ainda me disse que é assim que se faz
Um grande poeta

Uma loura tem que comer seu coração
Não, eu só quero ser um campeão da canção
Um ídolo, um pateta, um mito da multidão

Mas ela não entendeu minha intenção
Tragou, sorveu, degustou, ingeriu
Comeu o meu

Ela comeu meu coração
Tragou, sorveu, degustou, ingeriu
Comeu o meu



isso que dá remexer velhos vinis e papéis e, e, ......

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