quinta-feira, 11 de julho de 2013

Paredão Mazurca perde o lugar





Tive dois times de botão do Atlético Mineiro e time de botão se pode escalar quem se quer, fazendo uma seleção de todos os tempos, por conta disso  o goleiro dos meus Atléticos era o mesmo, o uruguaio Mazurkievski. Na primeira versão eu o fiz com uma caixa de fósforo Pinheiro, recheada de pedaços de chumbo, areia, pedrinhas, fita isolante preta e o escudo do Galo no centro. Com ele cheguei às semifinais do torneio interno de botão da casa do Beto lá em Londrina, perdendo para um Santos "dopado' de jogadores de tampinhas de relógio, que davam um efeito incrível na bolinha e achavam ângulos impossíveis para transpor o "paredão Mazurca". Mas o goleiro atleticano  impressionava e inspirava. Meu amigo Beto, que jogava com o Santos "dopado", passou a jogar no gol todo vestido de preto.
O segundo time do Atlético me foi presenteado pelo amigo José Amaral. Acho que foi depois de duas incursões nossas pelo universo do Atlético. A primeira foi no campo do Nacional no bairro paulistano da Água Branca numa Taça São Paulo de Juniores em que azucrinamos o goleiro adversário do Galo naquela tarde tentando desestabilizá-lo, coitado, sofreu.
A segunda, e aqui minha memória falha, porque não sei se aconteceu lá no Comendador Souza, campo do Nacional ou se foi no Pacaembu, cujo adversário do Atlético não me lembro, e também nem sei se quem estava comigo era o José Amaral. Só sei que ao avistarmos a charanga do Atlético nos esquecemos do jogo, e por isso que eu acho que foi o Amaral o acompanhante, porque ninguém, ninguém mesmo, e só loucos por música desistiriam de um jogo e sairiam entrevistando os velhinhos da charanga sobre suas influências musicais. E mais, passar parte do jogo, discutindo onde podia se pontuar o acento de bandas de coreto ou o dos Hot Five de Louis Armstrong na charanga do Galo, por isso acho que era o Zé Amaral. O certo é que aprendemos o hino do Atlético, cantamos as marchinhas e saímos do estádio até o ônibus com eles e quase embarcamos para Belo Horizonte. Depois disso o José Amaral apareceu em casa com aquele time de botão, achando que eu gostava muito do Galo. Ledo engano, acho que foi ai que expliquei, que se tratava de uma paixão circunstancial e  falei para ele que gostava do Cruzeiro, pela camisa azul, pelas estrelinhas no escudo e por uma história linda vivida com Tostão, ídolo cruzeirense, apesar do Cruzeiro ser menos negro que o Atlético.
Aquele time de botão presenteado ressuscitou o "paredão Mazurca", mas o perdi e recentemente acho que foi durante uma aula de futebol de mesa para o filho de uma amiga.
Os goleiros atualmente dispensam o uniforme todo preto. Coloridos não percebem que são alvos fáceis de bons atacantes cheios de más intenções contra eles. O atual goleiro do Galo,Vitor, joga de cinza. Ouvindo os jogos do Atlético na Libertadores achei que Renato, Ortiz, argentino, João Leite, Taffarel e claro Mazurkievski, se incorporaram nele. Mazurkievski se foi há uns dois anos se tanto, mas estava ao  lado de Vitor.
Ouvindo a torcida do Atlético não se percebe o som da charanga, aquela charanga, alguns integrantes devem ter tido o destino de Mazurkievski, espero que não, mas se for o caso, que tenham paz. Não penso em comprar um novo time do Atlético, nem percebo movimento de um presente chegando. Mas se acontecer, perdão "paredão Mazurca" o goleiro será o Vitor.


P.S. Não sou Torcedor do Atlético Mineiro, mas Parabéns Galo !

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