sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Barão de Itararé, cinema e música para sacolejo

"Tudo seria fácil se não fosse as dificuldades"
Barão de Itararé


o cinema brasileiro está agora preocupado com o Oscar. De um tempo a essa parte, os cineastas, mais o clã Barreto, Globo Filmes, alguns críticos e parte do público, querem por querem uma estatueta dourada no panteão do cinema nacional. a arrogância é tanta, que muitas vezes se odeia os trabalhos que ganharam a estatueta no lugar do "nosso filme". esquecem-se que nosso cinema, não é tudo isso, embora seja muita coisa pelas condições que se apresentam para a realização de um filme nesse país.
para mim o calcanhar de Aquiles do cinema brasileiro, foi o fato dele sempre se concentrar em si. os filmes na sua maioria parecem feitos para meia dúzia de amigos, que vibram e bajulam o sujeito cineasta. aí aquele filme que pode ter um bom argumento, se perde na edição e na direção. os curtos metragens dos últimos tempos, deram um refresco para a produção nacional. é possível perceber neles o potencial de roteiristas, com histórias para lá de interessantes e argumentos bem realizados. mas existe uma turma mais interessante mesmo. laís bodanski faz parte do time."chega de saudade", seu mais recente trabalho é bem isso que tento colocar aqui. não é preciso querer conscientização da platéia, nenhuma teoria, só uma história, vindo de um argumento simples sendo bem realizado. um baile da terceira idade, com sua várias histórias desfilando diante dos olhos do espectador. discreto, saboroso e inteligente. não precisou subir nenhum morro, mostrar nenhuma violência e é um bom filme brasileiro.
(ainda ando de mal com as maiúsculas)

"Dizes-me com quem andas e eu te irei se vou contigo"
Barão de Itararé


Marku Ribas e Elza Soares são os crooners da banda que toca no filme "Chega de Saudade" de Laís Bodanski. Ribas é uma das melhores vozes desse país. Só os mais inteirados do samba rock, e de bailes de sambalanço se prontificam a ouvir o sujeito, uma pena. Essa é a terceira versão dessa música, que já foi gravada pelas bandas de neo-forró, Aviões do Forró e Saia Rodada.

Marku Ribas - Você não vale nada mas eu gosto de você




"Os juros são o perfume do capital"

"Urçamento é uma conta que se faz para saveire como debemos aplicaire o dinheiro que já gastamos"

"Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados"



"Este mundo é redondo mas está ficando muito chato"

o sempre atual, Barão de Itararé

Um comentário:

iendiS disse...

E "de onde menos se espera, aí é que não vem nada mesmo!" Deve ser por isso que o cinema brasileiro nunca leva um Oscar! Brincadeiras à parte, é de fato muito irritante os mesmos grupinhos a se auto-elogiar não só no cinema, mas em toda cena cultural brasileira. O cretino do Arnaldo Jabor, por exemplo, quando eu "masoquisticamente" o ouvia há alguns anos, só deixava o bode de lado, como ele mesmo dizia, para ficar falando de porcarias que tivessem a presença das intragáveis Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, ou para falar da "genialidade" de qualquer lançamento da - surpresa! - GloboFilmes.