sábado, 19 de fevereiro de 2011

Roda de Sábado - Regina Casé


foto:Vânia Toledo

1.

Gosto de Regina Casé. Desde que a vi em duas peças do Astrubal Trouxe o Trombone, grupo da qual ela fazia parte e de quem vi Aquela Coisa Toda e Farra da Terra no Sesc Pompéia.
Depois fui acompanhando a carreira dela nas telenovelas, filmes, seriados e programas como Tv Pirata, Brasil Legal, Um pé de quê, Central da Periferia, , este um quadro no Fantástico. Agora ela ganhou, durante o verão, um programa no domimgo da Globo, o Esquenta.
Ela avisou, faz uma homenagem para os antigos, Clube dos Artistas e Almoço com as estrelas, programas da extinta Tv Tupi.
Mas há quem critique os maneirismos cariocas da moça. Eu já a acho com a cara do Brasil. Isto podia ser constatado no Brasil Legal, que o Canal Viva irá reprisar agora. Ela ficava com a cara dos entrevistados, fosse ele um caboclo do norte ou uma dondoca do sul. E quase não houve programa em que lágrimas não rolaram na despedida.
Se a crítica que se faz ao Esquenta se refere às manifestações funkeiras ou do samba de pagode, do chiado do sotaque, oriundas do Rio de Janeiro, Regina abraçou de vez o pagode meloso paulistano, não tem programa sem um grupo de São Paulo, com a platéia toda cantando junto, mostrando que a periferia está mais integrada do que se parece e o Brasil está diferente. E é preciso ouvir o que dizem quem passa por lá. Feito isso se reparará que mesmo Lula e FHC comugam em alguns pontos uma mesma idéia, de que este país está diferente e as pessoas estão mais confiantes.
Com todos os maneirismos continuo com Regina, como sempre tive, desde o começo.


2.

Passada a fase da vitrolinha da Mana, passaram por minha casa outros dois aparelhos de som, um deles resistindo ainda comigo, um 3 em 1.
O encarregado informal de abastecer as agulhas com o pagode que saia do bairro de Ramos do Rio de Janeiro e o funk, soul americano, era meu irmão Ruy. As novidades dessa área chegavam vindo pelas mãos e gosto dele.
Foi assim que num período de tenebrosas nuvens, onde abracei a ortodoxia escorpiniana por completo, ele chegou com um vinil do Almir Guineto em casa. E foi ouvindo o disco e adotando como um mantra a faixa Conselho, que fui abrindo aos poucos a janela e a porta do quarto, indo para a sala e abrindo a porta da rua, para ao menos ver o movimento.
Regina Casé contou uma história parecida. Envolvendo ela e o marido e a música Conselho.
Emocionante.








3.

No mesmo programa Regina fez mais. Uma homenagem para Jovelina Pérola Negra. Que também era daqueles nomes levados pelo meu irmão, para tocar lá casa. E fez Regina uma coisa que já fiz em versos de postais, gravações em fitas cassete. Destacando, grifando o verso:

"Prá nivelar a vida em alto astral."




Merecem, Jovelina e Regina, homenagens.



Nenhum comentário: