quinta-feira, 21 de abril de 2011

Carta Aberta do Zé

Raros Leitores.

Claro, roubado na Caruda

20.04.11 - Brasil
Carta Aberta à Comissão de Cultura, Educação e Esportes do Município de São Paulo

José de Almeida Amaral Junior
Professor universitário em Ciências Sociais. Economista, pós-graduado em Sociologia e mestre em Políticas de Educação


Nobres vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, em especial, à Comissão de Cultura, Educação e Esportes, saudações.

Venho por meio desta carta, em primeiro lugar, parabenizar a iniciativa do poder público em propiciar à população paulistana um agradável momento de recreação e arte como vem sendo feito na ‘Virada Cultural’, que acabou de viver neste domingo último a mais nova edição, a sétima, com grande sucesso espalhado pelos quatro cantos da urbe.

A partir disso, gostaria de fazer aqui uma constatação e, então, solicitar sua atenção para medidas que me parecem necessárias.

Conforme indicado pela revista Rolling Stone "A prefeitura de São Paulo teve um custo de R$ 8 milhões para a realização da Virada em 2011. Entre os artistas musicais selecionados para shows espalhados pela cidade (mas majoritariamente concentrados no centro da capital paulista), estão, no time dos estrangeiros, Misfits, P.O.D., Skatalites, Armando Manzanero, Steel Pulse, Edgar Winter, P.O.D., Straightjackets e Fred Wesley and the New JBs...."

Penso que, por ser uma iniciativa pública, em todos os meios deveríamos ter um mínimo de ‘reserva de mercado’, ou seja, propiciar um percentual maior de criação brasileira em tão importante evento, que envolve exposições, cinema, teatro, dança, música e até atividades físicas. Sob forte exposição midiática, torna-se um espaço interessante para manifestação de nossos talentos, em todos os segmentos oferecidos.

Noto que, especificamente, no aspecto musical, não houve, nenhum espaço dedicado ao Choro, nosso pioneiro, o mais antigo gênero urbano musical do país. Isto mesmo sabendo-se que São Paulo é um celeiro dos mais profícuos nesse sentido, com uma contribuição centenária de grandes instrumentistas e autores. Tendo, inclusive, o dia 28 de junho como o seu ‘Dia Estadual do Choro’, em homenagem ao grande Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto. E, além, apresenta hoje uma gama bastante respeitável de músicos de excelente qualidade que poderiam tranquilamente estar dispondo de um palco, em uma das tantas avenidas, praças ou esquinas de São Paulo.

Lembro, inclusive, que há entre a Luz e Santa Ifigênia, um histórico núcleo onde, todos os sábados, reúnem-se artistas e aficionados para fazerem, religiosa e gratuitamente, rodas de choro. Mais precisamente na Rua Gal. Osório. No mesmo local foi pensada, anos atrás, uma nova ‘Rua do Choro’, como uma espécie de reedição daquela antiga, ocorrida há cerca de 30 anos na Rua João Moura, em Pinheiros. Esta foi extinta. E a outra, esquecido o projeto. Porém, os encontros permanecem fortes e rotineiros na roda da Gal. Osório. Não é difícil vermos turistas, inclusive estrangeiros, no local, maravilhados com o som ali produzido. Por que não aproveitar essa iniciativa em prol da cultura musical brasileira? A ‘Virada Cultural’ poderia ser um espaço interessante de experiência e, quem sabe, possível incentivo à reinauguração de uma nova Rua do Choro. Ler mais.





Um comentário:

Tânia Maria disse...

Oi SuperPedro!!!
Acabamos de ver! Muito obrigada pela força!
E adoro esse choro. Eu não conhecia esse clipe.
Valeu! "Ele" te manda abraço e obrigada também!
Beijo "nela"
Nocê tamém.
Tânia