"Que se sustente, meu deus....Uma coisinha de nada, mas com estilo" Francis Ponge
sexta-feira, 22 de junho de 2012
A minha Bem
A minha Bem são músicas aprendidas, cantadas.
A minha Bem são palavras aprendidas, tomadas com outro sabor pelos textos meus.
A minha Bem é colorida embora prefira os tons cinzas e escuros.
A minha Bem tem um sorriso bonito reservado para o quase nunca, o talvez.
A minha Bem guarda os espinhos que lhe feriu, não se separa deles para sair e ver o sol.
A minha Bem, não gosta de fotos, não quer saudades antecipadas, frisadas no tempo.
A minha Bem quer o mundo, seu conhecimento, suas causas, casos.
A minha Bem por vir de onde veio, é inquieta, sozinha incompreendida.
A minha Bem quer asas nos pés.
A minha Bem quase não diz mas agrega tantos outros nela.
A minha Bem ajudou a me trazer aqui.
Para a minha Bem
a Benção
o Beijo
a minha Bem, Benta Benê cantava essa pela casa e musical, ouviu e gostou certa vez da introdução de l'm gonna crawl do led zeppelin
segunda-feira, 18 de junho de 2012
O Tolo e a grama do Maracanã
os dois me perguntaram quase ao mesmo tempo, lá nos corredores do glorioso e.e.s.g. casimiro de abreu, a.k.a. CECA, do paulistano bairro de vila guilherme, que música dos beatles eu mais gostava. para os dois eu tive a mesma resposta e recebi deles opiniões diferentes.
ela em carta escrita em folha de caderno universitário me respondeu, quando pode, sobre silly love songs, já enfatizando que ela sabia que não era dos beatles mas da fase wings do Paul McCartney e que gostava. argumentava com a + b porque achava que a música podia muito bem caber no repertório da banda.
ele não só me disse que adorava beatles, que gostava de something, música que pediria a tradução para nossa professora de inglês, como tinha as coletâneas duplas a vermelha e a azul e assim que pareceu que nossa amizade iria vingar me convidou para tardes de audição na casa dele, onde inadvertidamente, para mim mais tarde, declinei dobre minha preferência sobre fool on the hill. inadvertida porque ele andando comigo por são paulo e vendo meus deslizes, desmandos lançaria a pérola; pedrão, você é mesmo o tolo da colina.
nossa memória é vertiginosa. lendo no estadao sobre o aniversário de 70 anos Paul McCartney nesta segunda me lembrei destes e de outros momentos em que o Velho Macca, em encontros com aqueles ao meu redor, pontuou como trilha.
me lembrei de como eu achava, menino lá em londrina, que os beatles compunham suas músicas para celebrar a beleza da irmã de um amigo meu.
me lembrei de como eu me mudei para liverpool ao saber que era a cidade dos beatles, tinha um time de futebol e jogava de vermelho como então jogava o lec(londrina esporte clube)
me lembrei de como não soube para onde correr quando eles se separararm. não sabia se continuava discreto como Ringo, místico como George, revolucionário como John, ou faria canções "tolas", como disse Lennon sobre o parceiro certa vez.
muitas vezes preferi ser tolo.
my love me pegou,
tomorrow deixei de lado quando ouvi na voz de David Cassidy.
dancei num bailinho o iníco de band of the run.
o disco triplo wings over américa me redimiu e desbancou frampton comes alive das paradas.
durante anos achei que o disco era daquele novo amigo. descobrindo depois que era de outra amiga que receberia seu pasquim o rua de lazer só depois que eu entendesse a letra de tug of war.
me lembrei que os rapazes do ficlke piclke não cantavam beatles. e que o baixista já em londres e à alguns passos de Paul se recusou a ir ao show perto de sua casa e nem sequer viu a ânsia da multidão no dia do live aid.
multidão que não deve ter pertubado aquele meu novo amigo, de amizade já confirmada, que no maracanã, com direito a notificação no guiness e então com a namorada, recolheria mudas da grama do estádio e as traria para plantar no quintal de sua casa, onde mostrava orgulhoso para os visitantes como ela crescia sob os patas do rex e woodstock, ou já era o pitoco ?
e pensando nos pés que pisaram nos "antepassados" daquele tufo de grama e sob uma tarde de sol paulistano, onde este tolo da colina imaginou que Paul tinha aceitado o duo com Stevie Wonder em ebony and ivory para celebrar nossa amizade.
memória vertiginosa e célere correndo por túneis e mais túneis e entrando em quartos claros e escuros.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Teófilo Stevenson (1952-2012)
aprendi a gostar de boxe por conta de duas pessoas. meu pai e miles davis. vi miles posando com luvas de boxe numa revista e com meu pai assisti pela tv lutas importantes observando-o no outro canto da sala antecipando os golpes dos boxeadores. ele gostava dos lutadores elegantes, embora às vezes umas pancadas viessem a calhar. os golpes deviam ser precisos, com boa técnica. nada da porrada prá todo lado, tipo briga de rua, que mais tarde mike tyson instituiu. sugar ray leonard, eder jofre, muhammad ali, servílio de oliveira e george foreman estavam nas nossas listas de caras que queríamos ver lutando.
teófilo stevenson entrou na lista por várias razões. alto, bom jogo de pernas e lutava bonito.era campeão olímpico dos pesos pesados. muitas lutas, poucas derrotas, muitos nocautes. o cara era amigo do fidel castro. enquanto muitos se vendem por pouco ele recusou milhões de dólares para enfrentar muhammad ali e continuou na ilha de cuba. um cara a ser observado, mais, admirado.. embora eu torcesse para que a luta entre stevenson e ali tivesse ocorrido, só para contra meu gosto, ele dar alguns sopapos na cara bonita de ali, para mostrar que a política de fidel para esporte e educação estava certa.
adolescente inventei para me afastar de momentos da minha solidão e timidez, encontros hipotéticos, stevenson foi personagem de um deles. nós passaríamos uma tarde entre rum e charutos sob o sol da ilha conversando sobre boxe, a música e a mulher cubana, dança, cabrera infante e claro, el comandante.
é aqui aqui fico com dois bordões de meu pai; Este negão é bom e 2012 não está bolinho.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Diane na banheira
"A chama que não se apaga"(Shoot the Moon) é o título do filme "em brasileiro" citado aqui esta semana e dirigido por Alan Parker. e aí está Mrs Keaton na banheira.....
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Da Semana: Amor não é fácil de achar
eu não me lembro de quase nada do filme. não me lembro do nome e até hoje não pesquisei para saber. sei que era um drama familiar, que Ela o escolheu por conta dos atores, que já o havia assistido, que o escolheu pelos atores Albert Finney e Diane Keaton, que tinha uma música do grupo Eagles na trilha, l can't tell you why, que lá pelo meio do filme, para descansar um pouco dos seus problemas, a personagem de Keaton resolve tomar um banho de banheira, desfrutar na água pelo corpo, acender um baseado. foi quando Ela se aproximou mais de mim e fazendo duo com Keaton na tela cantou if l fell dos beatles. isso a memória afetiva, auditiva guardou. memória que guardou também que ela recebeu fitinha cassete bem selecionada e gravada num 3 em 1 "de responsa", flores e um pasquim escrito a mão onde se podia ler: "São Paulo é como o mundo todo/ Num mundo um grande amor perdi.". e a memória auditiva acha que o anjinho que trouxe Evan Rachel Wood ao mundo foi o mesmo que estava no escuro do cinema naquela tarde, assoprando a música para Ela..
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Nelson Jacobina
a sala tinha dois quadros negros. o que era usado pelos professores e outro que ficava à direita dos alunos. um tempo eu precisei desafogar um Kaos dentro do meu coração. aproveitei o intervalo e escrevi no quadro de pouco uso, o que ficava à direita dos alunos. ao entrar na classe a professora quis saber quem era o "autor" da façanha. alguém disse que só podia ser coisa minha. em minha defesa falei os autores da música e cantei o trecho escrito no quadro que permaneceu por uns dias intacto no quadro negro.
"Todo quadro negro é todo negro todo negro
e eu escrevo seu nome nele
só para demonstrar o meu apego "
mais tarde em rodas de violão e porque caetano veloso tinha gravado a música e a deixado mais popular cantei com alguns, "Vampiro". e não foi sem intenção que uma dELAS ter recebido bilhete com
"Belezas são coisas acesas por dentro "
todas elas parceria de Jorge Mautner com Nelson Jacobina (1953-2012)
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