aprendi a gostar de boxe por conta de duas pessoas. meu pai e miles davis. vi miles posando com luvas de boxe numa revista e com meu pai assisti pela tv lutas importantes observando-o no outro canto da sala antecipando os golpes dos boxeadores. ele gostava dos lutadores elegantes, embora às vezes umas pancadas viessem a calhar. os golpes deviam ser precisos, com boa técnica. nada da porrada prá todo lado, tipo briga de rua, que mais tarde mike tyson instituiu. sugar ray leonard, eder jofre, muhammad ali, servílio de oliveira e george foreman estavam nas nossas listas de caras que queríamos ver lutando.
teófilo stevenson entrou na lista por várias razões. alto, bom jogo de pernas e lutava bonito.era campeão olímpico dos pesos pesados. muitas lutas, poucas derrotas, muitos nocautes. o cara era amigo do fidel castro. enquanto muitos se vendem por pouco ele recusou milhões de dólares para enfrentar muhammad ali e continuou na ilha de cuba. um cara a ser observado, mais, admirado.. embora eu torcesse para que a luta entre stevenson e ali tivesse ocorrido, só para contra meu gosto, ele dar alguns sopapos na cara bonita de ali, para mostrar que a política de fidel para esporte e educação estava certa.
adolescente inventei para me afastar de momentos da minha solidão e timidez, encontros hipotéticos, stevenson foi personagem de um deles. nós passaríamos uma tarde entre rum e charutos sob o sol da ilha conversando sobre boxe, a música e a mulher cubana, dança, cabrera infante e claro, el comandante.
é aqui aqui fico com dois bordões de meu pai; Este negão é bom e 2012 não está bolinho.
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