segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Tolo e a grama do Maracanã








os dois me perguntaram quase ao mesmo tempo, lá nos corredores do glorioso e.e.s.g. casimiro de abreu, a.k.a. CECA, do paulistano bairro de vila guilherme,  que música dos beatles eu mais gostava. para os dois eu tive a mesma resposta e recebi deles opiniões diferentes.
 ela em carta escrita em folha de caderno universitário me respondeu, quando pode, sobre silly love songs, já enfatizando que ela sabia que não era dos beatles mas da fase wings do Paul McCartney  e que gostava. argumentava com a + b porque achava que a música podia muito bem caber no repertório da banda.
 ele não só me disse que adorava beatles, que gostava de something, música que pediria a tradução para nossa professora de inglês, como tinha as coletâneas duplas a vermelha e a azul e assim que pareceu que nossa amizade iria vingar me convidou para tardes de audição na casa dele, onde inadvertidamente, para mim mais tarde, declinei dobre minha preferência sobre fool on the hill. inadvertida porque ele andando comigo por são paulo e vendo meus deslizes, desmandos lançaria a pérola; pedrão, você é mesmo o tolo da colina.




nossa memória é vertiginosa. lendo no estadao sobre o aniversário de 70 anos Paul McCartney nesta segunda me lembrei destes e de outros momentos em que o Velho Macca, em encontros com aqueles ao meu redor, pontuou como trilha.
me lembrei de como eu achava, menino lá em londrina, que os beatles compunham suas músicas para celebrar a beleza da irmã de um amigo meu.
me lembrei de como eu me mudei para liverpool ao saber que era a cidade dos beatles, tinha um time de futebol e jogava de vermelho como então jogava o lec(londrina esporte clube)
me lembrei de como não soube para onde correr quando eles se separararm. não sabia se continuava discreto como Ringo, místico como George, revolucionário como John, ou faria canções "tolas", como disse Lennon sobre o parceiro certa vez.
muitas vezes preferi ser tolo.
my love me pegou,
tomorrow deixei de lado quando ouvi na voz de David Cassidy.
dancei num bailinho o iníco de band of the run.
o disco triplo wings over américa me redimiu e desbancou frampton comes alive das paradas.
durante anos achei que o disco era daquele novo amigo. descobrindo depois que era de outra amiga que receberia seu pasquim o rua de lazer só depois que eu entendesse a letra de tug of war
me lembrei que os rapazes do ficlke piclke não cantavam beatles. e que o baixista já em londres e à alguns passos de Paul se recusou a ir ao show perto de sua casa e nem sequer viu a ânsia da multidão no dia do live aid.
multidão que não deve ter pertubado aquele meu novo amigo, de amizade já confirmada, que no maracanã, com direito a notificação no guiness e  então com a namorada, recolheria mudas da grama do estádio e as traria para plantar no quintal de sua casa, onde mostrava orgulhoso para os visitantes como ela crescia sob os patas do rex e woodstock, ou já era o pitoco ?
e pensando nos pés que pisaram nos "antepassados" daquele tufo de grama e  sob uma tarde de sol paulistano, onde este tolo da colina imaginou que Paul tinha aceitado o duo com Stevie Wonder em  ebony and ivory para celebrar nossa amizade.

memória vertiginosa e célere correndo por túneis e mais túneis e entrando em quartos claros e escuros.



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