"Que se sustente, meu deus....Uma coisinha de nada, mas com estilo" Francis Ponge
sexta-feira, 26 de junho de 2009
A man in the mirror
O Sr. Joseph Jackson, não permitia que seus filhos brincassem com outras crianças. Trancados em casa ensaiavam à exaustão. Para Michael tinha palavras mais duras ainda, dizia que ele era feio e tinha cara de macaco. Fato que fazia com que ele não olhasse nos espelhos para escovar os dentes ou pentear os cabelos e sequer pensasse que talvez alguns meninos em lugares distantes da casa dele, quisessem brincar com ele por ter a mesma idade dele.
Hey Michael, acabou o tormento dos ensaios, pode olhar os espelhos agora , sair para a rua para brincar e depois descansar se você quiser.
para constar, eu acho Off the Wall, melhor do que o Thriller
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Memórias Londrinenses
Navegando pelo internet achei essa foto aí de cima, do Restaurante Rodeio, publicada no blog do Estadão, Paladar. Dei algumas olhadas para confirmar o que meu coração, já dizia do que se tratava. Sim é o restaurante Rodeio de Londrina. As janelas do lado, as janelas acima do Edifício Cinza e o degraus que dão para dentro do restaurante.
Mas o que mais chamou minha atenção e apertou meu coração, está no canto esquerdo da foto, aquele restinho da lata da banca de jornal em frente ao restaurante. A lata dela hoje é das modernas, e o dono, claro é outro. Mas ela, com lata mais simples, foi frequentada por mim, dos 7 ao 14 anos. E o dono era outro. Seu Pedro, meu pai.
Presença minha ali que fez com Beto Fróes da Motta batizasse a estátua de gesso de um jornaleiro, para as atividades da aula de Educação Artística de Pedrão,assim que a professora pediu que ele desse um nome à ela.
Foi de dentro dela que vi algumas vezes Alvaro Dias, então locutor de rádio e amigo dos meus primos, filhos da Tia Dita, passar em direção à Rádio Atalaia, para apresentar seu programa, que seria ouvido pela minha irmã, vizinhas e outras moçoilas londrinenses.
Foi de dentro dela que vi, Mário Stamm, candidato da Arena derrotado, cumprimentar meu pai antes de cumprimentar Dalton Paranágua, vitorioso do MDB, que estava acompanhado da filha, que se interessou mais por uma revista de gibi nova exposta por nós. Esse gibi, Turma da Mônica é bom mesmo ? e depois de ouvir minha resposta. Você estuda no meu colégio. Você fez um gol naqueles moleques lá do Hugo Simas. Tinha feito mas mantive a pose, diante das autoridades presentes embora quisesse dizer, Fui eu mesmo e que tal largarmos esses paspalhos falando de política aí e irmos até o Cine Vila Rica.
Foi de dentro dela que vi passar pela calçada, Sucupira antes de ir para o Corinthians, jogar com Rivellino. Foi dali que vi passar Zé Roberto, Pescuma, antes da Portuguesa, e antes que um amigo, Zé Amaral, já em São Paulo e então único torcedor luso conhecido por mim,me diria se tratar de um primo de uma colega do colégio e Tião Abatiá, antes do Coritiba e antes também da Portuguesa e das confusões de sua vida futura. Tião Abatiá que ganharia até personagem na Revista do Zé Carioca, como Tião Abaterá, lida por mim ali, naquela banca.
De onde olhando para os degraus do restaurante, vi Neneca, único jogador que Iran Melo se lembra do Londrina, entrar no restaurante e ser aplaudido de pé pelos frequentadores, por ter dias antes denunciado apostadores da loteria esportiva, que tentaram suborná-lo, para entregar o jogo contra o Paranavaí. Ele não só entregou os sujeitos, como fechou o gol na vitória do Londrina, todo de branco, contra o Paranavaí todo de vermelho, vencer por 4 x 0, com gols de Carlos Cesar (2), Gauchinho e Canhoto. Neneca que ao fim do jogo diria aos microfones da Paiquerê. Prefiro minha vida simples na Vila Casone, sem saber que ele sairia sim de Vila Casone, para diante do poderoso Palmeiras ser campeão Brasileiro pelo Guarani em 1978.
De onde corri para a porta do Bourbon Hotel que fica na mesma calçada pouco acima, para ver o time do Cruzeiro com Tostão, Raul, Piazza, Dirceu Lopes, desfilar antes de enfrentar o Londrina no VGD, Estádio Vitorino Gonçalves Dias, jogo que vi ao lado do meu irmão e do meu pai por conta de ingressos dados por... Tostão.
De onde eu vi reaparecer na vida da família do meu pai o Tio "Gé", que se chama Eduardo e andava sumido em anos, deixar de ser a "lenda" nomeada por mim e pelo meu primo Zé Antônio e dar outra cor na fala de minha vó Rosa.
De onde vi chegar uns sujeitos mal- encarados interpelar meu pai em discussão um pouco alterada,sobre, depósito e exposição de certas "publicações" que já estavam recolhidas em outras bancas da cidade e do país, e depois levarem o material apreendido, embora tenham deixado umas em embalagens plastificadas, que aguçavam minha curiosidade pré puberdade. Que me fizeram ver que as meninas da New Girl só pareciam ter um seio. E que Brigitte Bardot, em nus frontais, numa revista cujas palavras se alimentavam de consoantes uma ao lado da outra, me deixou tão encantado, que distraído esqueci meu pai, que só não me pegou no flagra porque escondi a dita na mala da escola. Que foi outro alvoroço quando cheguei no colégio e causou discussão acalorada sobre a existência daqueles pelos pubianos em outras mulheres pelo mundo. Discussão que acabou na diretoria com o diretor brandindo a revista retirada de minhas mãos. E se fosse a mãe de vocês ? No que Marcelo Farid retrucou baixinho. Peluda assim, não é minha mãe mesmo.
De onde eu saia a pé para qualquer ponto da cidade. Aos cinemas, ao estádio, ao colégio,para a biblioteca, a igreja, para o "Bosque",casa dos amigos ou de volta para minha casa, descendo a Professor João Candido, contando os quarteirões e olhando àrvores e pessoas, cumprimnentando as conhecidas e sorrindo sómente para outras.
De onde eu podia ver, uma moça morena bonita, que trabalhava na padaria ao lado do restaurante, e que me presenteava com deliciosos doces, esperar pelo namorado. E observando-a, fui sedimentando os silêncios diante da presença feminina.
De onde eu podia ver passar em trajes civis, Denise Weiss, longe do uniforme do nosso colégio, passar para o inglês, cinema, encontro com amigas. Acenando e falando, Oi, ou me apresentando assim para as amigas. Esse é o Pedro, ele é da minha classe, lê, vai ao cinema e escreveu uma redação bonita e ouve a Cruzeiro do Sul. Que eu respondi com sorriso tímido, embora quisesse dizer. Eu mesmo, que tal se largassemos essas suas amigas aí e fugíssemos para Bela Vista do Paraíso. Não disse.
e se o autor(a) da foto tivesse registrado as àrvores em frente ao restaurante. Teria mostrado parte do que resta das que foram plantadas, no começo da cidade, por um mineiro, filho de portugueses, casado com uma baiana de nome Maria e que levou os Novaes do Estado de São Paulo para o norte do Paraná.Teria mostrado o que os livros de história da cidade não contam, que parte das àrvores do centro da cidade, foram plantadas por esse mineiro baixinho. Teria fotografado as àrvores plantadas por Augusto Antunes de Carvalho, meu avô.
tudo isso só de ver essa foto aí.
Mas o que mais chamou minha atenção e apertou meu coração, está no canto esquerdo da foto, aquele restinho da lata da banca de jornal em frente ao restaurante. A lata dela hoje é das modernas, e o dono, claro é outro. Mas ela, com lata mais simples, foi frequentada por mim, dos 7 ao 14 anos. E o dono era outro. Seu Pedro, meu pai.
Presença minha ali que fez com Beto Fróes da Motta batizasse a estátua de gesso de um jornaleiro, para as atividades da aula de Educação Artística de Pedrão,assim que a professora pediu que ele desse um nome à ela.
Foi de dentro dela que vi algumas vezes Alvaro Dias, então locutor de rádio e amigo dos meus primos, filhos da Tia Dita, passar em direção à Rádio Atalaia, para apresentar seu programa, que seria ouvido pela minha irmã, vizinhas e outras moçoilas londrinenses.
Foi de dentro dela que vi, Mário Stamm, candidato da Arena derrotado, cumprimentar meu pai antes de cumprimentar Dalton Paranágua, vitorioso do MDB, que estava acompanhado da filha, que se interessou mais por uma revista de gibi nova exposta por nós. Esse gibi, Turma da Mônica é bom mesmo ? e depois de ouvir minha resposta. Você estuda no meu colégio. Você fez um gol naqueles moleques lá do Hugo Simas. Tinha feito mas mantive a pose, diante das autoridades presentes embora quisesse dizer, Fui eu mesmo e que tal largarmos esses paspalhos falando de política aí e irmos até o Cine Vila Rica.
Foi de dentro dela que vi passar pela calçada, Sucupira antes de ir para o Corinthians, jogar com Rivellino. Foi dali que vi passar Zé Roberto, Pescuma, antes da Portuguesa, e antes que um amigo, Zé Amaral, já em São Paulo e então único torcedor luso conhecido por mim,me diria se tratar de um primo de uma colega do colégio e Tião Abatiá, antes do Coritiba e antes também da Portuguesa e das confusões de sua vida futura. Tião Abatiá que ganharia até personagem na Revista do Zé Carioca, como Tião Abaterá, lida por mim ali, naquela banca.
De onde olhando para os degraus do restaurante, vi Neneca, único jogador que Iran Melo se lembra do Londrina, entrar no restaurante e ser aplaudido de pé pelos frequentadores, por ter dias antes denunciado apostadores da loteria esportiva, que tentaram suborná-lo, para entregar o jogo contra o Paranavaí. Ele não só entregou os sujeitos, como fechou o gol na vitória do Londrina, todo de branco, contra o Paranavaí todo de vermelho, vencer por 4 x 0, com gols de Carlos Cesar (2), Gauchinho e Canhoto. Neneca que ao fim do jogo diria aos microfones da Paiquerê. Prefiro minha vida simples na Vila Casone, sem saber que ele sairia sim de Vila Casone, para diante do poderoso Palmeiras ser campeão Brasileiro pelo Guarani em 1978.
De onde corri para a porta do Bourbon Hotel que fica na mesma calçada pouco acima, para ver o time do Cruzeiro com Tostão, Raul, Piazza, Dirceu Lopes, desfilar antes de enfrentar o Londrina no VGD, Estádio Vitorino Gonçalves Dias, jogo que vi ao lado do meu irmão e do meu pai por conta de ingressos dados por... Tostão.
De onde eu vi reaparecer na vida da família do meu pai o Tio "Gé", que se chama Eduardo e andava sumido em anos, deixar de ser a "lenda" nomeada por mim e pelo meu primo Zé Antônio e dar outra cor na fala de minha vó Rosa.
De onde vi chegar uns sujeitos mal- encarados interpelar meu pai em discussão um pouco alterada,sobre, depósito e exposição de certas "publicações" que já estavam recolhidas em outras bancas da cidade e do país, e depois levarem o material apreendido, embora tenham deixado umas em embalagens plastificadas, que aguçavam minha curiosidade pré puberdade. Que me fizeram ver que as meninas da New Girl só pareciam ter um seio. E que Brigitte Bardot, em nus frontais, numa revista cujas palavras se alimentavam de consoantes uma ao lado da outra, me deixou tão encantado, que distraído esqueci meu pai, que só não me pegou no flagra porque escondi a dita na mala da escola. Que foi outro alvoroço quando cheguei no colégio e causou discussão acalorada sobre a existência daqueles pelos pubianos em outras mulheres pelo mundo. Discussão que acabou na diretoria com o diretor brandindo a revista retirada de minhas mãos. E se fosse a mãe de vocês ? No que Marcelo Farid retrucou baixinho. Peluda assim, não é minha mãe mesmo.
De onde eu saia a pé para qualquer ponto da cidade. Aos cinemas, ao estádio, ao colégio,para a biblioteca, a igreja, para o "Bosque",casa dos amigos ou de volta para minha casa, descendo a Professor João Candido, contando os quarteirões e olhando àrvores e pessoas, cumprimnentando as conhecidas e sorrindo sómente para outras.
De onde eu podia ver, uma moça morena bonita, que trabalhava na padaria ao lado do restaurante, e que me presenteava com deliciosos doces, esperar pelo namorado. E observando-a, fui sedimentando os silêncios diante da presença feminina.
De onde eu podia ver passar em trajes civis, Denise Weiss, longe do uniforme do nosso colégio, passar para o inglês, cinema, encontro com amigas. Acenando e falando, Oi, ou me apresentando assim para as amigas. Esse é o Pedro, ele é da minha classe, lê, vai ao cinema e escreveu uma redação bonita e ouve a Cruzeiro do Sul. Que eu respondi com sorriso tímido, embora quisesse dizer. Eu mesmo, que tal se largassemos essas suas amigas aí e fugíssemos para Bela Vista do Paraíso. Não disse.
e se o autor(a) da foto tivesse registrado as àrvores em frente ao restaurante. Teria mostrado parte do que resta das que foram plantadas, no começo da cidade, por um mineiro, filho de portugueses, casado com uma baiana de nome Maria e que levou os Novaes do Estado de São Paulo para o norte do Paraná.Teria mostrado o que os livros de história da cidade não contam, que parte das àrvores do centro da cidade, foram plantadas por esse mineiro baixinho. Teria fotografado as àrvores plantadas por Augusto Antunes de Carvalho, meu avô.
tudo isso só de ver essa foto aí.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Soar de vuvuzelas
1.
Quando as seleções africanas,começaram a aparecer com mais frequência em disputas oficiais mais clássicas do futebol, os comentaristas Milton Peruzzi, Geraldo Bretas, Mauro Pinheiro e Dalmo Pessoa, ainda chamavam os jogadores negros, mesmo os daqui, de "coloured", expressão que me remetia para as reportagens, das quais me lembravam, em fotos em revistas como, Cruzeiro, Manchete e Realidade, e que me mostravam fotos de estabelecimentos comerciais em cidades americanas, durante os conflitos pelos direitos civis, que tinham placas com essa palavra, eram, "Not coloreud" ou "For only coloured".
Fora o uso ainda dessa expressão, entre risinhos, os jogadores africanos eram tratados de ingênuos, infantis, "não tinham as manhas !", diziam. Manha no caso, era a malandragem, a gana pela vitória. Eles queriam era mais se divertir mesmo. Estar numa disputas como aquelas, já significam vitórias impensáveis.
Quando as seleções de base africanas começaram a disputar e a ganhar os torneios para os quais eram onvidadas, começaram à surgir fraudes, como adulteração de documentos dos atletas. Bastou para toda e qualquer seleção ficar sobre suspeita, a cada vitória sobre alguma equipe de mais "tradição". E bastou para que cada jogador africano ganhar alcunha eterna de "gato". A "boa" e "vigilante" imprensa brasileira, se manisfetou, claro. Como se nós nunca tívéssemos adulterado uma carterinha escolar ou assemelhados. Mas os africanos não tinham as manhas, e deveriam ser punidos.
Agora a FIFA, por conta dos torcedores sulafricanos, pensa em proibir a vuvuzela. Vuvuzela, popularmente falando é uma corneta. Soprada o tempo todo pelos torcedores faz mesmo um barulho infernal. Para a FIFA, a vuvuzela nos estádios, é pior do que morte por conta de futebol, estádio sem conforto, inseguranças. Recentemente a torcida do Palmeiras na Libertadores usou apitos no Parque Antártica e a torcida do Internacional infernizou os jogadores do Flamengo com fogos de artifícios, diante do hotel onde a delegação se hospedava mas, isso é a manha. A "boa" e "vigilante" imprensa brasileira, resolveu meter bedelho. Usou até a palavra "cultura" e chamou de "esquisita" a manifestação dos torcedores, essa gente desaculturada na visão deles.
Há um ano da Copa, falta muito respeito ainda para com as manifestações dos africanos e com a presença deles nessas disputas. Um pouco de tolerância faria bem.
Hey coloureds soprem suas vuvuzelas !!!
2.
Na mesma semana em que Glória Coelho e outros estilistas, teve que engolir golea abaixo, modelos negros na São Paulo Fashion Week.
Na mesma semana que o jornalista Elio Gaspari em artigo na Folha confirma, que os estudantes que tiveram acesso à faculdades através de cotas, tem igual ou melhores notas, que os estudantes com outro tipo de acesso, em detrimento daquela afirmação de eles não teriam como acompanhar o currículo apresentados pelas instituições.
O Estadão publicou estudo que comprova que mais de 90% de pessoas ligadas à educação no Brasil, não toleram conviver com negros, pardos e deficientes.
Será preciso muito soar de vuvuzelas para acordar essa gente.
3.
Dona Benê
A primeira e única vez em que ela foi à um estádio, foi para tomar conta da neta mais velha, a Amany. Foi acompanhada de marido, filhos e amigos. Se instalou nas arquibancadas do Pacaembu, perto da "Turma da Curvinha".
O árbrito do jogo foi João Paulo Araújo, um negro alto e desengonçado. Na primeira não marcação de uma suposta falta, o torcedor à nossa frente, com a manha e nossa "cultura" dos estádios, vaticinou.
_ Seu negro filho da puta !!
Um "Ai gente !!", espremido em voz de soprano saiu da voz dela.
A cena seguinte não é muito clara na minha cabeça. Talvez o rapaz, tenha se virado para ela e meio envergonhado e tenha dito um, "Desculpa aí dona !", mas é nebulosa minha memória, porque aquele xingamento em mim, com ela ali, com minha sobrinha no colo, doeu como chibatada ancestral. E me levou para alguns quarteirões acima dali, na PUC, onde ela frequentou sala e corredores e se formou depois dos 60,onde também defenderia tese de mestrado, ironia aqui, sobre o histórico de mulheres negras, pouco vista por esse escriba por conta de outra nebulosidade. A das lágrimas.
No domingo, enquanto a seleção brasileira, na terra de Bafana Bafana, arrasava a Itália, e às vesperas dos 78 anos, comemorados ontem em pequena comilança familiar, ela se aventurava em mais um vestibular.
Essa merece um soar um vuvuzelas.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Dois poemas Márcia e Manoel
O poema nasceu numa folha de embrulho rosa. Nasceu da memória de um dezembro e de quintais vistos. Era para se chamar, Tempo de mangas, mudei para,Natal em família. Professores da área de português do colégio em que estudava, acharam que o texto cometido, tinha um certo, valor. O maior incentivador, ali e depois, foi Manoel Cardoso.
O poema exposto aos colegas de colégio, e até a análise dele numa classe que não era a minha, me colocaram um sabor diferente na boca. Ganhei o concurso escolar com o poema. E logo em seguida, em reuniões regadas à violão e canções da MPB, soube que Márcia Pescuma, uma das mulheres mais lindas que já vi na minha vida, inteligência e fina ironia e umas das tetéias do colégio ia musicar o dito. Se ela ia fazer isto, eu só podia ficar mais metido e insuportável, como ainda sou toda vez que me lembro dela. Fui para o mundo.
Cardoso e Márcia também. Márcia vejo em nacos de avisos na internet. O Cardoso reapareceu dia desses. Em relatos breves, confusos e preucupantes, logo dissipados, ao reouvir a fala brasileira, nordestina e com gosto de delícias caseiras. Não gosta de Orkut, blogs, essas coisas, paciência Mestre. Aqui dois poemas de livros recentes publicados por ele. A palava está de volta. A Márcia eu acho na internet. Ajuntando os pedaços da memória com a vida nova, pode ser, poema novo.
Cardoso e Márcia também. Márcia vejo em nacos de avisos na internet. O Cardoso reapareceu dia desses. Em relatos breves, confusos e preucupantes, logo dissipados, ao reouvir a fala brasileira, nordestina e com gosto de delícias caseiras. Não gosta de Orkut, blogs, essas coisas, paciência Mestre. Aqui dois poemas de livros recentes publicados por ele. A palava está de volta. A Márcia eu acho na internet. Ajuntando os pedaços da memória com a vida nova, pode ser, poema novo.
explorando Ínvias Veredas
ouvindo gritos em Translúcido Silêncio
É preciso esfacelar
essa campânula
que aprisiona o silêncio
é preciso deixá-lo fluir
do mais profundo existir
trazê-lo às aglomerações
às ruas e às praças
distribuí-lo ao que carecem
de encontrar a própria alma
é necessário o calar-se
é necessária a sintonia
do mundo aberto:
planície e montanhas
metrópole e sertão e litoral
urge escutar as secretas vozes
esmagadas pelo burburinho
pelo atrito das máquinas da cidade
in, Translúcido Silêncio, Ed. Scortecci 2003
Te digo, ouve bem
somos feitos de palavras
se a elas nos apegarmos
e as transformarmos em armas
teremos o mundo aos pés
é preciso armar metáforas
que trasportam muito mais
que o trivial sem sentido
palavra mata, liberta
se as detonarmos em hora certa
Criemos elipse, hipérboles
apostrofemos o eterno
palavra além do enleio
é prece, é força, é grito
trecho in, Ínvias Veredas, 2007
ouvindo gritos em Translúcido Silêncio
É preciso esfacelar
essa campânula
que aprisiona o silêncio
é preciso deixá-lo fluir
do mais profundo existir
trazê-lo às aglomerações
às ruas e às praças
distribuí-lo ao que carecem
de encontrar a própria alma
é necessário o calar-se
é necessária a sintonia
do mundo aberto:
planície e montanhas
metrópole e sertão e litoral
urge escutar as secretas vozes
esmagadas pelo burburinho
pelo atrito das máquinas da cidade
in, Translúcido Silêncio, Ed. Scortecci 2003
Te digo, ouve bem
somos feitos de palavras
se a elas nos apegarmos
e as transformarmos em armas
teremos o mundo aos pés
é preciso armar metáforas
que trasportam muito mais
que o trivial sem sentido
palavra mata, liberta
se as detonarmos em hora certa
Criemos elipse, hipérboles
apostrofemos o eterno
palavra além do enleio
é prece, é força, é grito
trecho in, Ínvias Veredas, 2007
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Pitaco Esportivo - Los Angeles Lakers
Na liga Americana de Basquete os Lakers não são meus preferidos.Mas entre eles e o Orlando Magic, não teve como fugir, e é interessante ver mais um time treinado por Phil Jackson, que conquistou seu décimo título. Um "professor" dos bons, com bons projetos na cachola. Depois que o Orlando despachou o Cleveland Cavaliers, ficou a impressão que teriam mais condições de levar o campeonato. Mas Kobe Bryant, ladeado, entre outros por Derek Fisher e Paul Gasol, colocaram fogo na disputa que parecia favas contadas. E Phil Jackson promete mais, com o a ajuda de Kobe e quem mais puder ajudá-lo.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
All the things you are
à minha frente, é tudo branco. acenderia um cigarro mas não fumo. nu, beirada da cama. gosto como ela só pronuncia a primeira sílaba de meu nome. acho íntimo. sendo tudo branco à minha frente, posso construir a história que eu quiser.canções sussuradas com voz rouca no ouvido dela. ressona em sono leve o corpo dela agora. depois de contornado pela minhas mãos e desenhada pelos meu dedos. do tudo branco à frente a lembrança de um texto e de momentos tantos, palavras outras. a histórita é minha, a história é parecida.gosta quando digo o nome dela com minha voz rouca. aí penso que vivo, posso sair dessa bruma e conquistar outras terras.
cenário: uma mesa no centro, apresentação de um texto.
Declarações e canções de amor rasgadas
Parte inicial de um texto que não se resolve há muito tempo e que se arrasta há muito tempo. talvez desde os anos 80.
Se eu tivesse estofo intelectual suficiente e leitura técnica abundante. Já teria escrito, ensaios e teses, sobre, amor e encontros à partir dessas duas citações que uso, enverganhado e atrevido muitas vezes em textos meus. Essas duas citações são ao meu ver, mais fortes e mais sinceras na proposta que me atrevo, do que os meus próprios textos.
Uma delas para quem ouve música popular brasileira e principalmente Marina Lima, é conhecida. É um verso de Fullgás, autoria dela e letra do irmão e filósofo, Antonio Cícero, diz o verso:
"Você me abre
seus braços
e a gente
faz
um país"
O outro verso que toma meus dias de pesquisa sobre o amor e encontros tem um trecho, que saído de um texto de um amigo, o José Amaral Jr, também, hoje professor universitário,quase só é conhecido por mim. é um texto que ele na adoslescência intitulou, "Dois problemas se misturam", e aqui, pelo menos no que diz respeito ao título do texto, voltamos a música brasileira moderna, porque o título do texto, que versa sobre o cotidiano de um cidadão comum, se utiliza do recurso modernista de apropriação criativa em cima de um texto já construído para estabelecer outro. "Dois problemas..", evoca Raul Seixas, quando Raul andava esquecido. Lá pelo meio do texto, o cidadão comum, com as angústias comum, humanas, decreta:
"Então percebo
que o melhor
lugar do
mundo
é no meio dos
braços dela"
Vale lembrar que o texto de Zé Amaral é anterior ao de Antônio Cicero, e os dois juntos , deixam em mim uma sensação de agrado, e possibilidades de vitórias, sejam elas para o que o que for. Há também claro, a questão da inveja, e aqui a coloco sem traumas no caso do Zé Amaral. Esse trecho do texto dele, até hoje me tira o sono. Diante dele me sinto como um marcador de um jogador habilidoso, tomei todos os dribles possíveis.
Tendo os dois versos à mão, o coração estabelece que o amor abre essas portas de construções possíveis em nossas vidas. Uma felicidade, que embora momentânea, paira sobre nós, nos velando, nos aguardando, para que a tomemos como causa de nossa existência no mundo. Para que de um forma ou outra saibamos, em pequenos instantes, naquele efeito etéreo, que, é possível nos darmos bem, e sermos felizes. Que é nossa obrigação, nessa pequena viagem aqui. E que se essa viagem pode contar com a presença de um companheiro, companheira, amigo, amiga, familiares. Essa missão enamorada, pode ser menos traumática.
Só cheguei até aqui...... (*), necessita de correções.
cenário: uma mesa no centro, apresentação de um texto.
Declarações e canções de amor rasgadas
Parte inicial de um texto que não se resolve há muito tempo e que se arrasta há muito tempo. talvez desde os anos 80.
Se eu tivesse estofo intelectual suficiente e leitura técnica abundante. Já teria escrito, ensaios e teses, sobre, amor e encontros à partir dessas duas citações que uso, enverganhado e atrevido muitas vezes em textos meus. Essas duas citações são ao meu ver, mais fortes e mais sinceras na proposta que me atrevo, do que os meus próprios textos.
Uma delas para quem ouve música popular brasileira e principalmente Marina Lima, é conhecida. É um verso de Fullgás, autoria dela e letra do irmão e filósofo, Antonio Cícero, diz o verso:
"Você me abre
seus braços
e a gente
faz
um país"
O outro verso que toma meus dias de pesquisa sobre o amor e encontros tem um trecho, que saído de um texto de um amigo, o José Amaral Jr, também, hoje professor universitário,quase só é conhecido por mim. é um texto que ele na adoslescência intitulou, "Dois problemas se misturam", e aqui, pelo menos no que diz respeito ao título do texto, voltamos a música brasileira moderna, porque o título do texto, que versa sobre o cotidiano de um cidadão comum, se utiliza do recurso modernista de apropriação criativa em cima de um texto já construído para estabelecer outro. "Dois problemas..", evoca Raul Seixas, quando Raul andava esquecido. Lá pelo meio do texto, o cidadão comum, com as angústias comum, humanas, decreta:
"Então percebo
que o melhor
lugar do
mundo
é no meio dos
braços dela"
Vale lembrar que o texto de Zé Amaral é anterior ao de Antônio Cicero, e os dois juntos , deixam em mim uma sensação de agrado, e possibilidades de vitórias, sejam elas para o que o que for. Há também claro, a questão da inveja, e aqui a coloco sem traumas no caso do Zé Amaral. Esse trecho do texto dele, até hoje me tira o sono. Diante dele me sinto como um marcador de um jogador habilidoso, tomei todos os dribles possíveis.
Tendo os dois versos à mão, o coração estabelece que o amor abre essas portas de construções possíveis em nossas vidas. Uma felicidade, que embora momentânea, paira sobre nós, nos velando, nos aguardando, para que a tomemos como causa de nossa existência no mundo. Para que de um forma ou outra saibamos, em pequenos instantes, naquele efeito etéreo, que, é possível nos darmos bem, e sermos felizes. Que é nossa obrigação, nessa pequena viagem aqui. E que se essa viagem pode contar com a presença de um companheiro, companheira, amigo, amiga, familiares. Essa missão enamorada, pode ser menos traumática.
Só cheguei até aqui...... (*), necessita de correções.
sábado, 6 de junho de 2009
Dia Mundial do Meio Ambiente
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Sasha Grey
Algumas semanas atrás a Revista Época trouxe uma matéria sobre, o que se denominava, "pornô feminista".
O viés da matéria é aquele velho conhecido, de que, se o pornô tem história, homem bonito, paisagens, mulheres "limpas", então fica menos imoral, o "sujeito de bem" dizer que gosta da matéria, filmes pornôs.
A matéria elenca algumas diretoras, meio obscuras até no pornô mainstream, que perceberam, que as mulheres estão gostando de assistir à esses tipos de filme, claro, as "mulheres de bem", as bem sucedidas,padrão, "Sex and the city". Até aí sem novidades.
Concorda-se que a vida das mulheres na indústria não é fácil. Mas algumas delas, com a consciência, de que são mais importantes que os marmanjos que as dirigem e alguns dos babacas com quem contracenam, estão tomando a rédea de suas carreiras, mas essas passaram longe da matéria de Época.
O espanto da hora, para alguns blogueiros cinéfilos no Brasil, é a escolha de Sasha Grey, para protagonista do novo filme de Steven Soderbergh,diretor de Traffic, Onze homens e um segredo, o The Girlfriend experience.
O espanto se dá por conta da assumida carreira de Sasha Grey, cujo nome artístico, foi escolhido do título do livro de Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray, de atriz pornô. Além disso, Sasha, que teve parte de sua educação em casa e fez escola de teatro, é escritora, cineasta e começou na indústria utilizando o nome da mulher do cineasta Jean Luc Godard, de quem a moça é fã,Anna Karina.
Por sinal, essas facetas de Sasha é que estão deixando blogueiros cinéfilos do Brasil, torcendo mais o nariz. A moça versa por mais de cinco minutos, coisa que muitos não fazem, sobre cinema independente, literatura, artes plásticas, e põe abaixo muitos dos preconceitos, sobre os integrantes da indústria pornô. A moça tem tanta cultura, que carrega aquela alcunha que já foi mai pejorativa de "nerd".
Sasha acaba de ganhar seis páginas da edição americana da Rolling Stones, que ao contrário da Revista Época, resolveu tratar o trabalho da moça com mais respeito, assumindo sempre sua carreira e suas escolhas, se expondo e enfrentando e confrontado idéias.
Enquanto aqui, pelo viés da defesa da moral, percebemos os risinhos atravessados dos "intelectuais".
Sobre diretoras no maistream pornô, outro post virá.
Ah, e Sim, este blog tem a moça em boa conta.
terça-feira, 2 de junho de 2009
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