sexta-feira, 12 de junho de 2009

All the things you are

à minha frente, é tudo branco. acenderia um cigarro mas não fumo. nu, beirada da cama. gosto como ela só pronuncia a primeira sílaba de meu nome. acho íntimo. sendo tudo branco à minha frente, posso construir a história que eu quiser.canções sussuradas com voz rouca no ouvido dela. ressona em sono leve o corpo dela agora. depois de contornado pela minhas mãos e desenhada pelos meu dedos. do tudo branco à frente a lembrança de um texto e de momentos tantos, palavras outras. a histórita é minha, a história é parecida.gosta quando digo o nome dela com minha voz rouca. aí penso que vivo, posso sair dessa bruma e conquistar outras terras.


cenário: uma mesa no centro, apresentação de um texto.



Declarações e canções de amor rasgadas


Parte inicial de um texto que não se resolve há muito tempo e que se arrasta há muito tempo. talvez desde os anos 80.

Se eu tivesse estofo intelectual suficiente e leitura técnica abundante. Já teria escrito, ensaios e teses, sobre, amor e encontros à partir dessas duas citações que uso, enverganhado e atrevido muitas vezes em textos meus. Essas duas citações são ao meu ver, mais fortes e mais sinceras na proposta que me atrevo, do que os meus próprios textos.
Uma delas para quem ouve música popular brasileira e principalmente Marina Lima, é conhecida. É um verso de Fullgás, autoria dela e letra do irmão e filósofo, Antonio Cícero, diz o verso:
"Você me abre
seus braços
e a gente
faz
um país"
O outro verso que toma meus dias de pesquisa sobre o amor e encontros tem um trecho, que saído de um texto de um amigo, o José Amaral Jr, também, hoje professor universitário,quase só é conhecido por mim. é um texto que ele na adoslescência intitulou, "Dois problemas se misturam", e aqui, pelo menos no que diz respeito ao título do texto, voltamos a música brasileira moderna, porque o título do texto, que versa sobre o cotidiano de um cidadão comum, se utiliza do recurso modernista de apropriação criativa em cima de um texto já construído para estabelecer outro. "Dois problemas..", evoca Raul Seixas, quando Raul andava esquecido. Lá pelo meio do texto, o cidadão comum, com as angústias comum, humanas, decreta:
"Então percebo
que o melhor
lugar do
mundo
é no meio dos
braços dela"
Vale lembrar que o texto de Zé Amaral é anterior ao de Antônio Cicero, e os dois juntos , deixam em mim uma sensação de agrado, e possibilidades de vitórias, sejam elas para o que o que for. Há também claro, a questão da inveja, e aqui a coloco sem traumas no caso do Zé Amaral. Esse trecho do texto dele, até hoje me tira o sono. Diante dele me sinto como um marcador de um jogador habilidoso, tomei todos os dribles possíveis.
Tendo os dois versos à mão, o coração estabelece que o amor abre essas portas de construções possíveis em nossas vidas. Uma felicidade, que embora momentânea, paira sobre nós, nos velando, nos aguardando, para que a tomemos como causa de nossa existência no mundo. Para que de um forma ou outra saibamos, em pequenos instantes, naquele efeito etéreo, que, é possível nos darmos bem, e sermos felizes. Que é nossa obrigação, nessa pequena viagem aqui. E que se essa viagem pode contar com a presença de um companheiro, companheira, amigo, amiga, familiares. Essa missão enamorada, pode ser menos traumática.


Só cheguei até aqui...... (*), necessita de correções.

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