depois de ver uma nesga do céu londrinense na chegada de Ronaldinho, Ex-Gaúcho à cidade e principalmente depois de ler pequenos comentários de Leonor Migliavacca e Tania Amaral.
os da capital, chamam aqueles que não moram na faixa leste do estado paranaense, pejorativamente de "Pés Vermelhos", porque carregam a poeira e o barro da terra roxa impregnada nas roupas, sapatos e alma.
a expressão fica mais bonita no sotaque com o "r" pronunciado e "lh" comido, cujo resquício ainda pode ser ouvido na fala de minha irmã Rosa Maria, da minha prima Rosa Adair, Francisleine Sancho e Grazi Massafera. "Pé Vermeio !"
a terra roxa foi a responsável pela forte cultura do café no norte paranaense. Londrina ganhou esse nome pela homenagem que seus fundadores, ingleses, resolveram fazer para suas mulheres, as londrinas.
por conta do café a cidade ganhou uma alcunha, que os locutores da Paiquerê repetiam a cada hora cheia, hora das notícias importantes:
"Em Londrina, Capital Mundial do Café, são 17:00hs. O goleiro Neneca participou do treino apronto. E joga contra o Maringá, o Clássico do Café, domingo no VGD."
Neneca era a segurança e é o único jogador que Iran Melo lembra do time. boa lembrança. o cara é um bom caráter.
a história da cidade foi contada na classe do Grupo Escolar Dario Vellozo, pela dona Esmeralda. encantado com a história pensei em fazer o caminho inverso. virar diplomata e morar em Londres. eu apresentaria minhas credenciais para a Rainha e apresentaria para ela a princesa londrinense que teria entendido meus meneios, rodeios, olhares silenciosos e amor platônico. e teria aceitado meu convite para caminhar comigo além das divisas da cidade, muito além de Jataizinho.
mas a história da cidade ficava mais bonita ainda na voz matuta e mineira de um dos primeiros moradores da cidade e que plantou muitas das árvores que ainda hoje estão em pé na cidade, talvez fazendo sombra na cabecinha oca de Ronaldinho, Ex-Gaúcho, meu avô Augusto.
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