segunda-feira, 14 de março de 2011

Bolachas para o Ruy

vergonha alheia é um termo em voga. tendo as minhas próprias não me ocupo com elas. as minhas, muitas vezes aparecem quando mal escrevo e digito essas linhas aqui publicadas. no arquivo de postagem tem muitas querendo descer para a Terra. esta aí abaixo era para vir à luz ontem, aniversário do homenageado. fiquei com vergonha, censurei.mas depois de falar com ele e viver o dia de ontem pensei, quer saber...as bolachas do Ruy aqui....


durante o carnaval tirei uma de filho único. só perdi essa condição quando meu irmão caçula apareceu para almoçar com pai, mãe e comigo. depois que ele saiu a mãe deu o alerta;segunda é aniversário dele, idade cheia. como se desse para esquecer.
na sexta me lembrei mais dele. e lembrando dele algumas lágrimas vieram. no lusgo fusgo da madrugada, esperando para chegar em casa, talvez ele também em outra ponta da cidade, rezando para que aquilo ocorresse depressa e com segurança, para mim e para ele na outra ponta da cidade.


aí me lembrei de nós dois saindo do ap. em vila guilherme, pela josé bernardo pinto, virando na coronel marques ribeiro, o contorno no campo do são sebastião, o maior campo de várzea que eu já vi e joguei, a miguel mentem, a passada em frente a sede social do flor da espanha e a chegada ao colégio, na esquina da maria candida com a hoje avenida conceição. colégio onde meninos vieram me interpelar ao saberem que ele entraria para o colégio: "seu irmão é tão bom quanto você ?". botei pânico; é melhor ! nem sei do que falávamos na nossa caminhada, talvez futebol com alguma certeza, meninas talvez, embora eu tivesse, um, dois nomes e rostos de meninas que a mim me parecia interessá-lo e música com certeza. e tem aquela assim ó dos Stylistics..."The sun belong to the sky....



e a volta que era a mais bacana. saindo do colégio na maria candida esquina com a hoje avenida conceição. indo pela maria candida nos virávamos na capitão luiz ramos e na esquina da chico pontes nós entrávamos toda noite no mercadinho chinen, então só duas portas, instalado ali naquela esquina. porque subsidiados pelo pai ou pela mana, tínhamos guardado uma grana do lanche. no chinen comprávamos um pacote de bolacha popular, talvez mabel. então ele ou eu, um dos dois, abria o pacote. e era, "uma prá mim, outra prá voce", assim seguindo pela chico pontes, virando na joaquina ramalho. às vezes seguindo até virar na josé bernardo pinto ou cortando pela doze de setembro. nem sei do que falávamos, talvez futebol com alguma certeza, meninas talvez, embora se aproximasse do meu conhecimento, três, quatro nomes e rostos de meninas que a mim me parecia interessá-lo e música com certeza. e tem aquela assim ó do Jorge Ben "Eu só quero que Deus me ajude e o menino muito mais também..."





hoje o pacote de bolachas é todo para ele. e quem há de dizer que não há riqueza numa história dessa.

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