sábado, 27 de agosto de 2011

Roda de Sábado - Nick Ashford


eu invejava esse cara. era só olhar nas fichas técnicas de àlbuns da Motown ou de gente como Ray Charles, Teddy Pendergrass, Marvin Gaye, Cheryl Lynn, Earth, Wind & Fire para se encontrar o nome dele. quase tudo que neguinho assovia por aí teve a assinatura do homem. disco, funk, soul era com ele mesmo. como costuma dizer Rolando Boldrin essa semana Nick Ashford(1941-2011) viajou fora do combinado. mais um naco da infância de pivetes neguinhos que se vai.

é dele


mas eu invejava o cara também porque ele andava prá cima e prá baixo com a Valerie Simpson com quem formava a dupla Ashford & Simpson

e ele deve ter ficado bem pertinho da Chaka Khan e sentido o perfume dela quando foi mostrar uma das composições dele prá ela. só este "fato histórico" já marcaria a passagem de qualquer cara por esse planetinha.




): Descansa e Obrigado.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Eu sonhei outro mundo Meu Amor


a mulher à minha frente é linda. e uma coisa leva a outra. ela é linda mas as notícias vindo da fala dela, não as são. ela usa saias bem cortadas e camisas sociais abotoadas até o primeiro botão por debaixo do jaleco com seu nome bordado. enquanto ela fala vou computando, as notícias ruins estão bem no jogo, goleiam por 3 a 1. aí porque talvez não seja a primeira vez que nos vemos, ela brinca como alguém um dia começou a brincar comigo por conta do meu nome. ela larga a pasta dos meus exames me olha e sorri apertando os olhos. eu já estou longe. revejo dentro de mim os amigos, o que foram, o que estão por aí. eu me lembrei de uma menina do colégio me entregando um bilhete uma reviravolta em minha vida. na rua elenco coisas boas e ruins que fiz na vida até agora. coisas boas e ruins que aconteceram. na praça do bairro bacana vejo babás e crianças no dia ensolarado. chego num trecho bonito do livro que leio do Claude Lazmann. penso em como falar com aquela que me atura e volto para a lembrança para família e amigos e a menina do colégio. "eu sonhei outro mundo Meu Amor". por conta do sorriso da médica e pelo fato dela começar as notícias usando meu nome no aumentativo, uma liberdade que ela ganhou.


_ Então Pedrão......!!!




Sartre tinha tudo o que era preciso para seduzir Évelyne, ele a elogiava por razões articuladas, encaixadas, aferrolhadas umas às outras. Ver em ação essa formidável máquina de pensar, aquelas bielas e pistões lubrificados aumentando de potência até o regime máximo, deixava o interlocutor pasmo de admiração, ainda mais se o objetivo dessa lógica irrefutável e apaixonada era elogiar o interlocutor. Os inimigos de Sartre caçoaram de sua feiura, do seu estrabismo, caricaturaram-no como um sapo, gnomo, criatura imunda e maléfica, sei lá que mais... Eu via nele uma beleza, um encanto poderoso, gostava da energia extrema de sua atitude, da sua coragem física e, acima de tudo, daquela voz de aço temperado, encarnação de uma inteligência sem réplica. Portanto não me espantei quando minhas previsões se verificaram e minha irmã começou a amá-lo. Ele, por sua vez, amou-a loucamente.


do livro a Lebre da Patagônia, Claude Lanzmann



ela contou pra ele que o viu no primeiro dia do ano letivo. e que duas amigas de classe falaram dele. ela achava interessante os meninos o chamarem com o nome no aumentativo. mas quando ela ouviu o nome dito por aquele um dos dois meninos que mais circulavam com ele, ela sentiu uma ponta de inveja. e que a primeira certeza de intimidade entre eles foi quando ela pode chamá-lo também no aumentativo, nos bilhetes ou de brincadeira entre eles. ela falou que sentiu uma alegria quando ouvia de alguns professores o nome dele. e que ficou mais alegre quando ele apareceu na casa da amiga naquela tarde de estudo e música. e que enquanto todos falavam em rock'n'roll, ele falava em paulinho da viola, beto guedes, quem? ele insistia no pessoal do clube da esquina e pediu que se prestasse atenção em lo borges e faça seu jogo, que ele cantou com a voz grave um trecho;"eu sonhei outro mundo meu amor", que ela escreveu no caderno. e ela percebeu, lá dentro dela, que ele tinha um olhar triste e sorria pouco. mas foi invejando ainda mais aquele menino, aquele que mais andava com ele, porque podia dividir aquela fala dele, aquelas coisas que ele sabia. mas que ele não deu a menor atenção para ela. e ela começou a rabiscar um bilhete invejoso e pr0vocativo e queria tomar coragem para entregar, chance que ela viu quando ele disse que já ia e ela falou; eu também. e eles foram em silêncio mas ela lembra que ele pegou na cintura dela e a colocou no lado de dentro da calçada, uma coisa atenciosa e educada. uma caminhada curta entre a casa da amiga na cassio de almeida até a praça oscar que ela somou mais tarde como a primeira caminhada deles. ao se despedirem e antes de entregar o bilhete, ela falou pela primeira vez o nome dele no aumentativo; Então Pedrão..!! e deu um beijo no rosto dele. e sem olhar para trás, atravessou a rua, passou pela praça, atravessou a maria candida, entrou no estacionamento do supermercado e só ao chegar na urbano marcondes respirou melhor. mas com uma certeza; "Fiz tudo errado!".


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Terra, Vento & Fogo nas nossas vidas


éramos uns dez ou doze em dois carros, um deles um fusca. moleques, pivetes neguinhos & branquinhos querendo celebrar aquela noite de sábado. cruzando a cidade desde vila guilherme até o ginásio do ibirapuera. tudo para ficar diante da melhor banda negra do mundo. daqueles só me lembro do celso e do irmão dele, cujo nome me esqueci, do claudio, do almir e do meu irmão Ruy. e eu dei mais sorte. fui nomeado pela minha Tia'Na, "guardião" dos meus primos Vera Regina e Luiz Eduardo e tinha assistido o show na noite anterior, detalhe que eu fazia questão de destacar para os outros. E olha Eles na capa da edição mais recente da WaxPoetics. Takeo.....

e se não me falha a memória esta é a última música do show. claro não estava vendo mais nada...



domingo, 21 de agosto de 2011

Leitura; A História do Amor

o livro



Nicole & Jonathan



desde que li o livro de jonathan safran boer, extremamente alto & incrivelmente perto, ligado em histórias de amor, fiquei interessado em saber quem era a nicole para quem ele dedicava o livro.

vi o livro de safran boer na gôndola da livraria e o achei diferente desde a capa. folheando-o achei mais interessante ainda. algumas páginas em branco, páginas com uma frase só, fotos, elementos para contar a história de um orfão de 11 de setembro.

ao ler mais sobre o autor, dos textos dele nas revistas new yorker, e granta, descobri também que a nicole, era nicole krauss também escritora e com livros lançados no brasil. descobri, a história do amor. é uma história intrincada de amor e um livro sobre o amor de um homem por uma menina da sua infância e adolescência. o livro é narrado em várias vozes. e tem aquela beleza triste. triste porque percebemos que ela é inatingível mesmo que desfrutada em alguns momentos.

não sou do tipo que guarda muitas passagens de livros. do livro guardei a história do judeu velho e nome da menina da história, alma. e também a dedicatória de nicole para...jonathan, o marido. e quando vi o desenho, mary & max, até achei o personagem parecido com o do livro. só achei.

não sei por quais caminhos dias desses desabei no blog o(s) espanador(es), um blog coletivo sobre livros onde alguns blogueiros, os rapazes, se apresentam revelando os times para os quais torcem e sem muito pedantismo escrevem sobre os livros que gostam. lá a jornalista juliana leueroth fala do livro e colocou um trecho do livro. que claro não me lembrava.

Era uma vez um menino que amava uma menina, e a risada dela era uma pergunta que ele desejava passar a vida a responder. Quando tinham dez anos, ele a pediu em casamento. Quando tinham onze, ele a beijou pela primeira vez. (...) Quando tinham dezessete, fizeram amor pela primeira vez, numa cama de palha num galpão. Mais tarde - quando aconteceram coisas que eles nunca poderiam ter imaginado - ela lhe escreveu uma carta que dizia: Quando você vai aprender que não existem palavras para todas as coisas?" pg 18.


lindo não?


e exatamente este trecho me fez querer saber de novo sobre nicole. juliana me lembrava, de algum modo, que eu deveria ter guardado alguma lembrança por alguém que eu tinha me apaixonado. saber de escritos novos, antigos, qualquer coisa. e que eu deveria retornar ao convívio com o a história do amor. o peguei na estante, e lembro que ele está distante do livro do marido dela, embora em alguns momentos eles se pareçam. o tenho lido entre outros de escrita mais pesada. me apaixonei de novo por nicole e sua escrita e sua história. não sei se no futuro citarei passagens do livro, mas serei mais cuidadoso com minhas lembranças.

ah a dedicatória do livro do jonathan; "para nicole, meu ideal de beleza".

sem mais.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Saindo do "Exílio"

ou história para contar para os netos





na noite em que saí do "exílio" eu tinha um pasquim de nome "Rua de Lazer" e uns poemas para olívia byington.
estava abandonando a coletânea de Cruz e Souza, mania detectada e comentada mais tarde pela moça do Jardim aí à direita.
o show foi no Lira Paulistana, nos seus últimos momentos.
e não sabia que seria recebido no acanhado teatro por outro paulistano que também voltava de um "exílio", André Christovam que tinha emprestado sua guitarra para o show e me contou uma história linda sobre um outro "Rua de Lazer", que tinha viajado com ele e mais dois para a Europa. presos a única coisa que deixaram nas mãos deles foi o exemplar do pasquim, fanzine que eu escrevia à mão cheio de desenhos ruins, colagens erros de concordância, pontuação, nada diferente de hoje, paixão desenfreada num exemplar único entregue para cavaleiros e princesas.
ao ver um irmão daquele outro pasquim e saber do que se tratava, andré avisou; deixa comigo.
o show de olívia era voz, sax e guitarra. e ela foi cantando uma a uma das que eu gostava e não desde que ouvi o primeiro disco dela.
tudo com a voz mais doce e de fazer um coração duro se amolecer e acreditar que vida merece ser vivida.
no fim acompanhando o andré e antes que se fizesse qualquer apresentação; olivia o pedrão tem um presente prá você. ele escreve. paralisei. e ela, com aquela voz doce e de sonho; e então pedrão, cadê meu presente. raro leitor, você teria chorado?

........


saí do "exílio"




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Se bem que....



...a música deles que tenho tentado cantar nos últimos dias seja essa!!!





e eu gosto de grupos com nomes como Sir Joe Quaterman & the Free Soul, Credence Clearwater Revival, Kid Creole and the Cocunuts, Grand Funk Railroad, Harold Melvin and The Blue Notes. e as campeãs, Dr Buzzard's The Original Savannah Band e Charles Wright & The Watss 103rd Street Rhythm Band, descoberta por Marcello Nunes.

aqui The Watts...sem o Charles Wright

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pitacos Esportivos


antes de mudar de mala e cuia para a portuária Liverpool, passei uma temporada nas florestas de Sherwood e Nottingham, mais por conta de João Pequeno, Frei Tuck e muito por Robin Wood e Marian.
no fim de semana meio assim resolvi fazer uma Sessão Quero ver um filme bobinho e surgiu na programação de um canal o Robin Wood com Uma Thurman como Marian. E descobri que os Canais ESPN transmitirão toda a temporada 2011/12 da Segunda Divisão do Campeonato Inglês, chamada exatamente, The Championship, "O Campeonato" e lá está entre os favoritos o Nottingham Forest.
a Premier League, onde estão Arsenal, Chelsea, Manchester United ficou cara até para o torcedor inglês. Para se livrar dos hooligans, para continuar com credibilidade na Europa os ingleses, cercearam certas manifestações. O que não significa falta de emoção. Ela está mais solta na Segunda. Os campos são bons, a tradição paisagista inglesa aparece na conservação dos gramados e outra tradição, os jogos de sábado.
claro, sempre que der vou pegar carona na mula de Frei Tuck e voltarei para a Floresta sem perder o caminho daquela cidade portuária.



antes de virar político o o x o era "oxo". a silhueta de alguns craques era lembrada;"está gordo senhores !". o replay era "o bi toque;"atentem para o bi toque senhores!". e Pelé era só "Ele", "bola com Ele, Senhores!". o locutor esportivo walter abrahão(1931-2011), naco da infância de muitos se foi. Saudamos e Agradeçamos Senhores!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O primeiro dia do futuro



ela contou assim para ele. que depois que ela soube que a mãe dele e ele estavam juntos na mesma classe, ela achou aquela história incrível. que começou a ouvir pelos corredores, na quadra nas tardes de educação física o nome dele no aumentativo. que começava a invejar aquele menino que parecia virar companhia constante dele. e que sentiu um orgulho quando professores comuns começaram a falar os nomes da classe dele e o nome dele apareceu e ela olhou para ver se alguém tinha reparado que ao ouvir o nome dele, ela tinha ficado encabulada. que ela pensou também que a vida dela era complicada para ela pensar o que estava pensando. mas que saiu uma tarde pelo bairro falando o nome dele, como os outros faziam. no aumentativo. para que assim como aquele menino que agora andava com ele, ela levasse um pedaço dele com ela.

ouvindo a fala dela. do jeito que ela colocava aquela história. com o coração acelerado. ele se lembrou de um outro colega. um que uns anos antes tinha andado pelo bairro com duas letras traduzidas e que numa noite de bailinho sacudiu-as na cara dele.

pedrão, hoje é o primeiro dia do futuro.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Bing Crosby



dois antes de sua morte, em 1977 Bing Crosby lançou um álbum que o reaproximou de alguns jovens, era um disco com uma cara mais leve mesmo, virou hit pop. o nome do disco era That's what life is all about. Crosby apareceu até no popular Top of the pops. o disco é tido como um trabalho "menor" de Crosby. valorizam outros períodos do cantor/ator e seus álbuns natalinos já clássicos no período.
"menor" também foi um fato da minha vida escolar daquele ano. peguei uma suspensão de três dias. injusta, claro. estava brincando com uma bolinha de papel. depois de algumas embaixadinhas resolvi encaixá-la na porta da entrada da classe. sim eu estava dentro da classe. não façam isso meninos. a bolinha passou raspando pela barriga da professora rosana, de educação artística. que começou a gritar. gritar mesmo. o seu romeu subiu para ver onde era o fogo e eu tentando pedir desculpa. e ela gritando no corredor. o seu romeu me conduziu a diretoria. ela continua gritando. a bolinha nem pegou nela. mas um detalhe, ela estava grávida. seu romeu me olhava feio. não tive defesa. nem me lembro o que meus pais me falaram.
mas naqueles três dias passeei prá lá e prá cá. explorando o bairro e arredores, subindo algumas vezes até a rua caçador, onde uma menina estudante do ceca, e irmã de um parceiro me chamava a atenção, já que a fila tinha andando. e também deu para ouvir o programa do ferreira martins até o fim na rádio bandeirantes. e depois dele correndo o dial à esquerda até a rádio jovem pan que tocava o disco do bing crosby, e a faixa principal era tema de natal da emissora daquele ano. mas eu gostava de uma outra música do disco, e gosto até hoje, que é l love to dance like they used to dance. música em que crosby homenageia, fred astaire e ginger rogers. a pan só tocava o tema no programa da noite da ana maria, o é noite tudo se sabe. tinha que dar sorte para ouví-la.

olhando pela janela e reparando neste dia de veranico e com vontade de me picar das atividades. e aproveitar o dia e explorar outros arredores, me lembrei desta história, daqueles dias ensolarados trazendo esperança boa de futuro. torcendo para que seu romeu onde quer que esteja, esteja em paz. e a professora rosana também. e lembrei do disco do bing crosby, um disco "menor".