segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pitacos (Quase) Esportivos

Uma pesquisa informal do meu amigo Mário Luiz, me levou de volta ao rádio AM. Ouço, pouco quase nada de rádio atualmente, alguns programas específicos apenas, em horários idem.
E de volta ao AM, trombei com as quatro rádios noticiosas, Jovem Pan, Eldorado, CBN e Bandeirantes, e reparei que continua tudo, como dantes.
Mas, ouvi na Jovem Pan uma campanha Anti-Globo, achincalhando as novelas da emissora, exaltando a moral e bons costumes dos brasileiros, diante do descalabro moral, veiculado nos produtos globais. Pensei, Uau, que coragem ! Bati palmas. Mas, esperei mais um pouco para saber o motivo da revolta do editorial, que me parece lido por Joseval Peixoto.
A Federação Paulista de Futebol, proibiu, neste Paulistão, as entrevistas dentro do campo. Afastou das quatro linhas, o bando de repórteres que avança sobre os jogadores e algumas vezes sobre os árbitros, a cada partida, no seu início, meio e fim. A Jovem Pan, que sempre cobrou um futebol mais "profissional", pela vozes de seus comentaristas, "Porque na Europa é assim, porque na Europa é assado !", acredita que a determinação tem o dedo Global na jogada. E em comunicados, a emissora carioca, através de seus programas esportivos, diz que não tem nenhuma relação com a Federação, mas apóia integralmente, a resolução dela, que a medida pode dar "dinamismo" às transmissões, tanto de Tv, quanto às de rádio. Daí o editorial virulento. Recolhi as palmas.
A Jovem Pan, talvez menos que a Eldorado, representa uma parte daquele eleitorado, classe média, indo para alta, de gente que se acha, os "eleitos" da sociedade, como representantes reclamantes de tudo quanto há. Aquele mesmo, que não olha para si, como parte da engrenagem carcomida que presenciamos todos os dias por aí, e que só ele pode e os outros não. Aquele que quer os direitos só para si, e os deveres para os "outros", os de baixa linha. Aquele que depois de anos de benesses, reclama do avanço de alguns, benefícios sociais e melhorias na vida dos "não iguais",
A Jovem Pan mesmo, que só agora resolveu fazer editoral anti-Globo, ela mesmo mantêm colunista de olho nos produtos da emissora carioca, servindo de ferramenta de propaganda gratuita e mais combustível, para o consumo dos ouvintes e telespecatodres interessados.
Ou seja. Faz como estão fazem muitos por aí. Na hora de usufruir sózinha, é bom. Quando há um mínimo de "prejuízo", se é que o há, reclama, se exalta. Os "culpados", "os não iguais","os não eleitos", então são defenestrados, em editoriais, e em e-mails nas caixas de mensagens.
Até esqueci de ouvir as transmissões dos jogos. Parei. Ah, e a sintonia estava boa, apesar da banda AM.

Observaçãozinha: ainda gostando muito de mulher, prefiro metade da banda The Who, bem envelhecida, ao meio tempo de qualquer jogo, do que aquele bando de cheerleaders caquéticas, meia boca, que vi no sábado chuvoso e agradável no Pacaembu, quando o "Velho Paca", foi apresentado à Isabela.

The Who, no meio tempo do jogo da decisão do Super Bowl, ontem em Miami

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