meu pai levava para casa a coleção da editora abril " história da música brasileira", os fascículos vinham acompanhado de um vinil acho que de 8 polegadas.
pela coleção aprendi a cantar, "se você jurar" de ismael silva, "yaô" de pixinguinha, "quatorze anos" de paulinho da viola e descobri "canto de um povo de um lugar" no fascículo do caetano veloso que fechava um dos lados.
a música ia e voltava na vitrola presenteada pela mana, comigo fazendo backing vocal para caetano até no falsete.
o professor de história, o gildo, adotou o livro do economista celso furtado,"formação econômica do brasil". isso sem o menor constrangimento por estar num colégio público e nós ainda sob ditadura e o economista ser mais aceito pelos pensadores de esquerda naquele período.
eu e aquele meu novo amigo, o supra citado mestre zé amaral, incentivado pela liberdade dada pelo professor, para a participação em sala de aula, passamos algumas horas na biblioteca atrás de um outro historiador para usar de contraponto. sim o colégio, o glorioso. "e.e.s.g casimiro de abreu" a.k.a ceca, lá em vila guilherme, tinha uma biblioteca e bacana. eu e zé, descobrimos rocha pombo, outro historiador, mais à direita do pensamento de furtado e do que queria o gildo. e em sala de aula, para "zoar" o cara, o citávamos. o professor ria.
gildo um dia começou a aula escrevendo a letra de "canto de um povo de um lugar" de caetano no quadro negro. perguntou quem a conhecia.eu sempre achei a música parecida com um canto indígena. parecida com um mantra. começa baixinho como a manhã e vai ganhando sons ao longo do dia, até o falsete de caetano e a mansidão da noite. acho que arrisquei e cantei baixinho......
Referências?. referência é isso aqui, o pai, a mana, o amigo e o professor.
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