Capturados, por tribos inimigas, por colonizadores, transportados em porões de navios e vendidos para outros colononizadores como escravos, os negros chegaram às Américas, e parte da Europa. Quando chegou a abolição de sua escravatura, tinham muito pouco para continuar sobrevivendo. Se tivessem tido um "senhor", mais "liberal", talvez o negro, teria conseguido, algum dinheiro, algum pedaço de terra. Esse cenário foi mais possível, onde se diz, "o racismo" é maior, nos Estados Unidos. Desapropriados de sua fé e nome, liberto, o negro, ganhou ainda o sobrenome do seu "senhor", para ficar ainda mais cristão. Sem filiação reconhecida o negro vagava pelas cidades, pelos seus becos e periferias juntando-se uns aos outros.
Galvão Bueno, num dos treinos da F1, para mais uma vez, desclassificar Hamilton, saiu com essa, "Aí está a família do Felipe, esse tem " FAMÍLIA !". Nessa última semana, o interessado, que quisesse alguma informação, mais isenta do piloto britânico, teve que recorrer, às edições on-line dos jornais ingleses. A BBC News, por exemplo, tinha ontem um repórter ao vivo, de uma das curvas do autódromo, e depois, mostrou a festa familiar em Londres, com os avós, branquinhos, branquinhos, do piloto, em contrastes com os outros familiares negros, mas todos rindo, chorando e comemorando muito. Uma FAMÍlIA, como muitas. Como as de Galvão e Massa.
Quando começou a escrever a novela, A Próxima Vítima, o novelista Sílvio de Abreu, criou um núcleo familiar negro, um ineditismo na dramaturgia brasileira. Para se inteirar do cotidiano de uma família negra, foi convidado para um evento na casa do ator, Antonio Pitanga. Comeu, bebeu, se refastelou. Saiu encantado de lá e dizendo. "Não sabia que os negros se divertiam tanto!". além da falta de vínculo familiar, os negros podem ser vistos como tristes, ou bagunceiros, quando alegres. Sílvio de Abreu é consultor de autores de novelas na mesma emissora de Galvão. Emissora essa que atestou através de testes, que Neguinho da Beija-Flor e Milton Nascimento, são brancos.
A arquitetura da Sala Adoniran Barbosa, do Centro Cultural São Paulo, não favorece nem o artista e nem o público. Dona Ivone Lara, soube disso nesse fim de semana. Andando com dificuldades e sentando numa poltrona, colocada no palco, em alguns momentos, ela desfilou alguns sucessos num show, errôneamente anunciado como dela, pela produção da casa. Na verdade era uma participação no show do grupo Samba Social Fino, o que frustrou a maior parte do público que lotou a sala, fazendo com que muitos fossem embora, assim que ela encerrou sua participação. Um público muito jovem, branquinho, branquinho, que cantou e dançou a beira do palco. Dona Ivone merecia um show só dela. E o público mais respeito.
Esportivo
Como já dizíamos, olha a pretensão!, os time de Grêmio e Cruzeiro, não são confiáveis. São Paulo e Palmeiras, parecem sempre mais assentados em seus objetivos e com elenco mais encorpado para a competição. Que título parece tricolor paulista, isso parece, mas que o São Paulo, fique esperto, a Lusa, "aniquiladora de favoritos", merecia mais no sábado e fez por onde, faltou capricho em algumas jogadas de contra ataque, a situação ainda é complicada. Mas há esperança.
O capitão William, do Corinthians, foi o entrevistado do programa Bola da Vez, da ESPN Brasil. Jogador diferenciado, largou a faculdade de Ciencias Econômicas no último ano, tem planos de morar na Europa para aprofundar seu inglês, investe em ações e fazendas, se vê como um "ET", em algumas concentrações, nem entende essa coisa do torcedor sentir alegria, pela tristeza do outro. Diz que ler livros de psicologia ainda não lhe deram caminho para essa compreensão. Escrito isso, afirmo. Alegrias particulares, pode ser, pequenas, insignificantes, para os olhos de outros. Ter visto alguns jogos do Corinthians esse ano, na "B", sem vergonha sim, ao lado de quem vi, reafirmo, não teve preço. A vida é muito mais que isso do que torcer para um time de futebol, campeão ou não. Está escrito.
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