Sou leitor de jornal desde que me entendo por gente. Adoro manuseá-los e observar o corpo das letras, o design, os cadernos especiais, os artigos com mais profundidade, guardei alguns ao longo dos anos.
Sempre achei diferente o Jornal do Brasil que tinha o Caderno B desenhado pelo artista plástico Amílcar de Castro e uma penca de jornalista com credibilidade.
Na já citada banca do meu pai, o jornal chegava do Rio de Janeiro, outro mundo na minha cabeça, na parte da tarde e eu me considerava no mesmo mundo que Nelson Rodrigues, pois talvez estava lendo o mesmo jornal que ele e os amigos. Mas quase sempre o jornal não aparecia. Na distribuição dos exemplares pelas bancas londrinenses, na hora da banca do velho, ele ficava na mão.
Em São Paulo fiquei maravilhado quando via o jornal exposto em bancas do centro como se fosse um jornal local. Sempre que trabalhei na região da Paulista não deixava de comprá-lo. Sábados e domingos eram os dias que eu mais desejava ler o jornal, caminhava de minha casa na Vila Guilherme até o Terminal Tietê, onde algumas das bancas recebem o jornal, só para comprá-lo, era boa a caminhada, acompanhada de uma passada na feira do Center Norte, depois de inaugurada.
Recentemente descobri uma banca em Pirituba que também o recebe, é mais uma caminhada.
Cancelei as assinaturas dos meus jornais paulistanos, por muitas divergências. Compro-os aos fins de semana, por conta de alguns cadernos, com artigos mais aprofundados que ainda gosto. Mas sei que a circulação e venda dos exemplares tem diminuído. O proprietário de uma banca outro dia reclamou, quando eu perguntei pelo Estadão. "Não vende, não compensa pedir muitos exemplares."
Já de algum tempo se discute o futuro do jornal impresso. Os jornais se recusam a pensar sobre isso, os jornalões brasileiros mais. Para sobreviver, tome fascículos disso e daquilo, coleções que ainda fazem o leitor acorrer às bancas, embora se for paciente, fascículos, cds, livros, dvds encartados em coleções podem ser adquiridos à posteriori individualmente em bancas do centro paulistano, sem problemas.
Os números dos jornalões brasileiros não deixam dúvidas, e a fuga de muitos leitores para blogs independentes, e com gente com mais conhecimento sobre o que escreve parece minar cada vez mais o bunker midiático brasileiro em mãos de algumas famílias e de alguns empresários, que apregoam, liberdade de expressão, e precisam e muito, de dinheiro dos orgãos públicos para continuarem sobrevivendo.
Lá fora depois de abrir seu portal e ver seus exemplares parados nas bancas, o NewYork Times, resolveu cobrar pelas notícias na internet, tem quem discute a prática mas parece ser um caminho de sobrevivência diante dos novos tempos e suas novas mídias.
Nelson Tanure, empresário já percebeu isso. Depois de arrematar e fechar a Gazeta Mercantil, tradicional jornal econômico paulistano, que perdeu leitores, com a fusão feita por Folha e Globo na criação do Valor Econômico, anunciou ontem que à partir de 1 de setembro o Jornal do Brasil deixa de ter edição impressa. JB agora só na internet e com asssinatura para suas matérias.
Para quem se alfabetizou desfolhando pela casa o jornal, se encantando com artigos, charges, letras, fotos, é momento de pesar. Novos tempos, claro, mas uma pena.
Sempre achei diferente o Jornal do Brasil que tinha o Caderno B desenhado pelo artista plástico Amílcar de Castro e uma penca de jornalista com credibilidade.
Na já citada banca do meu pai, o jornal chegava do Rio de Janeiro, outro mundo na minha cabeça, na parte da tarde e eu me considerava no mesmo mundo que Nelson Rodrigues, pois talvez estava lendo o mesmo jornal que ele e os amigos. Mas quase sempre o jornal não aparecia. Na distribuição dos exemplares pelas bancas londrinenses, na hora da banca do velho, ele ficava na mão.
Em São Paulo fiquei maravilhado quando via o jornal exposto em bancas do centro como se fosse um jornal local. Sempre que trabalhei na região da Paulista não deixava de comprá-lo. Sábados e domingos eram os dias que eu mais desejava ler o jornal, caminhava de minha casa na Vila Guilherme até o Terminal Tietê, onde algumas das bancas recebem o jornal, só para comprá-lo, era boa a caminhada, acompanhada de uma passada na feira do Center Norte, depois de inaugurada.
Recentemente descobri uma banca em Pirituba que também o recebe, é mais uma caminhada.
Cancelei as assinaturas dos meus jornais paulistanos, por muitas divergências. Compro-os aos fins de semana, por conta de alguns cadernos, com artigos mais aprofundados que ainda gosto. Mas sei que a circulação e venda dos exemplares tem diminuído. O proprietário de uma banca outro dia reclamou, quando eu perguntei pelo Estadão. "Não vende, não compensa pedir muitos exemplares."
Já de algum tempo se discute o futuro do jornal impresso. Os jornais se recusam a pensar sobre isso, os jornalões brasileiros mais. Para sobreviver, tome fascículos disso e daquilo, coleções que ainda fazem o leitor acorrer às bancas, embora se for paciente, fascículos, cds, livros, dvds encartados em coleções podem ser adquiridos à posteriori individualmente em bancas do centro paulistano, sem problemas.
Os números dos jornalões brasileiros não deixam dúvidas, e a fuga de muitos leitores para blogs independentes, e com gente com mais conhecimento sobre o que escreve parece minar cada vez mais o bunker midiático brasileiro em mãos de algumas famílias e de alguns empresários, que apregoam, liberdade de expressão, e precisam e muito, de dinheiro dos orgãos públicos para continuarem sobrevivendo.
Lá fora depois de abrir seu portal e ver seus exemplares parados nas bancas, o NewYork Times, resolveu cobrar pelas notícias na internet, tem quem discute a prática mas parece ser um caminho de sobrevivência diante dos novos tempos e suas novas mídias.
Nelson Tanure, empresário já percebeu isso. Depois de arrematar e fechar a Gazeta Mercantil, tradicional jornal econômico paulistano, que perdeu leitores, com a fusão feita por Folha e Globo na criação do Valor Econômico, anunciou ontem que à partir de 1 de setembro o Jornal do Brasil deixa de ter edição impressa. JB agora só na internet e com asssinatura para suas matérias.
Para quem se alfabetizou desfolhando pela casa o jornal, se encantando com artigos, charges, letras, fotos, é momento de pesar. Novos tempos, claro, mas uma pena.
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