terça-feira, 13 de julho de 2010

Paulo Moura



História para contar aos netos


Eu e o meu amigo Zé Amaral nos dirigimos até o estacionamento do Shopping Eldorado, zona sul de São Paulo. Domingo de manhã. Era metade dos anos 80 e o shopping patrocinava alguns shows naquela àrea. O show daquele domingo tinha Paulo Moura, só não me lembro se era solo, porque ele tinha acabado de lançar dois de seus trabalhos que não paravam de rodar no meu aparelho de som, o Mistura e manda e o Encontro, junto com Clara Sverner, Turíbio Santos e a cantora Olívia Byington.
No fim do show ele desceu do palco e foi até o cercadinho onde os espectadores estavam. Parou diante de mim e do Amaral. Acho que ao perceber nosso estado de encantamento parou e fez um solo ali. Os olhos claros dele brilhavam em nossa direção. Nossa alma era só delírio e...acho que fizemos uma reverência, tenho quase certeza que chegamos às lágrimas, inesquecível...de chorar.
Ficam por aqui, advogados ciumentos, jornalistas vendidos, geógrafos pretenciosos, goleiros desestruturados. Perdemos um passageiro que fazia essa viagem ter um pouco de graça.
'bora ouvir o filho do "Seo" Pedro, com quem ele iniciou carreira e para quem ele compôs Ao Velho Pedro, música motivo de presente ao meu pai, também Pedro. o mundo mais sem graça.


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