Meu amigo Romão Robles, tinha uma camêra de vídeo. Pensávamos em arriscar em algumas produções. Até tentamos, adaptamos A Metamorfose de Franz Kafka, com Mauro Amaral no papel de Gregor Samsa e a Tânia, a dona do Jardim ali à direita no papel de esposa. Ela mesma que ficou horrorizada quando tentamos extrair do Mauro algumas lágrimas, fazendo ele relembrar, quando o Zé Amaral, irmão dele, quebrou os brinquedos dele.
Tenho pensando muito no Romão nos últimos dias, e só tomei conta do motivo, quando no sábado meu irmão me confirmou, era aniversário de casamento dele. E no casamento do meu irmão, o Romão levou seu "equipamento". Deu o microfone na minha mão e saiu gravando. Sei lá, foi uma baita performance e meu irmão tem a fita até hoje e vai transformá-la em dvd.
Romão então seria um, digamos, cinegrafista amador ? Talvez fosse. Mas, era, raça e graça, vontade e inteligência, só o "equipamento" era amador.
Penso no estrago que teria feito com as tecnologias de hoje. Um helicóptero, por exemplo. Os cinegrafistas de hoje, para conseguirem boas tomadas, e acharem uma invasão, o ângulo certo, na hora certa, para o telejornal certo,precisam de um. Que amadorismo hein ? bons equipamentos, veículos caros para a locomoção e o Jornal Nacional "comprando" teu trabalho.
O "cinegrafista amador", podia ter chegado antes, faminto por "justiça" que é. E ter perguntado ao administrador da Fazenda Cutrale, se a área não pertence ao Estado, e foi grilada pela empresa que mais vende suco de laranja para o exterior, tem processos trabalhistas, até com suspeita de trabalho escravo, e processos penais. O caráter dos envolvidos na ação, do helicóptero não tem zoom que alcance. O Romão com o "equipamento" dele, teria visto. A inteligência e a vontade cria argumentos melhores que o preconceito.
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