quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Corrida contra o destino








quem é homem feito hoje , quando adolescente sabia. no centro paulistano algumas salas de cinema, eram dois filmes por preço de um. geralmente um do bruce lee e um outro qualquer, às vezes até um faroeste.
depois começaram a colocar um filme de pornochanchada. misturaram bruce lee com helena ramos. depois só pornochanchada e depois os filmes mais explícitos. aí o centro se deteriorou, e as salas, muitas delas, quase todas, se tranformaram até em templo evangélico ou fecharam mesmo. era assim nos cines, saci, avenida, dom josé.
só agora assisti em dvd, A prova de morte de Quentim Tarantino. o filme é parte do projeto Grindhouse de Tarantino e Robert Rodriguez, que dirigiu Planeta Terror.
os dois queriam homenagear, as salas de cinemas que passavam aqueles filmes de aventura e ação descompromissadas. em alguns momentos a fotografia dos filmes até reproduz aquelas falhas que se via tanto nas salas de cinemas populares, com saltos de cena, estouros do som. tudo sem pretensão. só divertimento.
mas vendo A prova de morte há uma outra homenagem. ao personagem Jimmy Kowalski. quem era adolescente nos 70/80, deve ter visto o filme Corrida contra o destino( Vanishing point-1971) na última sessão da tv globo.
kowalski está levando um carro do colorado para são francisco e quer fazer isso em tempo recorde. fica sabendo que sua mulher grávida está com problemas. ele resolve correr. parado pelas "otoridades rodoviárias" e confundido com um bandido e vendo que alegar inocência não está resolvendo, resolve fugir pisando mais fundo ainda no acelerador de um dodge challenger, no que começa uma perseguição desenfreada para sua captura. a polícia apresenta uma versão oficiosa para justificar a perseguição. mas um radialista negro e cego sabendo do fato descobre a verdade e começa a contestar a perseguição policial e seus métodos. o locutor vê em Kowalski "o ùltimo herói americano, o homem livre". e acompanha toda a saga do estúdio da rádio mandando recados, dicas de rotas, tudo alinhavado com temas de soul music, country, rock'n'roll.
kowalski não se sente assim um herói. teve muitas ocupações na vida, foi até policial, fuzileiro. os tempos são de contestação mas o cara só quer chegar a tempo de ver sua mulher em paz, atraves daquelas estradas americanas e seus horizontes.
as salas de cinema baratos e a última sessão da globo. tudo revolvido no prato servido por Tarantino. faltou sair de casa e ir atrás do churrasco grego e suco de laranja. coisas do dna de guri paulistano. e aqui nossa homenagem à Kowalski, companheiro de algumas madrugadas.
e como o mundo ficou sem graça e sem muita criatividade teve uma versão do filme em 1997. sem graça, sem graça.





e dessa não há como não lembrar. e o que teve de gente que cravou que era o pink floyd nessa.

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