o timbre grave da voz acompanhada de rouquidão veio cedo, antes dos outros garotos. claro mais um motivo para ficar silencioso.
na minha cabeça o motivo era o fato de que eu, durante um tempo, imitava apitos sem me incomodar com as cordas vocais sendo ferida do jeito que eram. e outra a mania de não aceitar àgua na temperatura natural, nem misturada, tinha que ser muita gelada.
as notas de algumas músicas nunca foram alcançadas com facilidade. e aquele incômodo.
de novo a música e o cinema e o rádio iam se encarregar de criar uma àrea de esperança na cabeça do pivete.
howard keel em "sete noivas para sete irmãos",
isaac hayes, hélio ribeiro, barry white, nilo amaro e winfred "blue" lovett, baixo do grupo de r&b The manhattans, foram alguns que criaram esse oásis.
e eu sei todo o recitativo winfred "blue" lovett lá minuto 2'19
ou noriel vilela
fui incorporando outros ao time, ike willis, sempre ao lado de frank zappa, leonard cohen e suprema felicidade, david bowie.
e o que dizer de serge gainsbourg, salvador da pátria total. feio e sempre bem acompanhado.
e começaram os elogios. em situações das mais interessantes...
e até hoje me lembro da sensação ao ver a partitura da linha do baixo nos corais dos quais participei. alguém precisava segurar as esgoeladas de sopranos e tenores.
mas também fui aceito rápido e vi os selecionadores vibrarem, faltava baixo barítono no mercado.
e claro adorei quando alcancei alguma notas mais baixas da linha dos tenores.
mas percebi mais ainda, que a vida em coro e fora dele, com os naipes ajustados, é bem melhor.
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