terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sem graça nenhuma

Leslie Nielsen (1926-2010)

dizer que se gosta de algum filme da franquia Corra que a polícia vem aí e ou antes daquela paródia do filme Aeroporto, Apertem os cintos o piloto sumiu, é quase uma declaração de demência em certos círculos. isso se você não confessar que já trocou algum filme de Almodovar, para um outro momento, pelos filmes que deram uma revitalizada na carreira de Nielsen nos 80. é mellhor nem falar que você gosta do Chaves.

Mário Monicelli (1915-2010)

antes da deteriorização total do centro paulistano, algumas salas com filmes de arte ainda conviviam sem problemas com as outras, mais populares ou mais degradantes. uma delas por sinal ficava na rua aurora, rua de casas de shows de strip-tease.
pois num domingo munido de pipoca da porta do cinema e chocolate confeti. assisti dois filmes em seguida de Mário Monicelli pelo preço de um.Ontem o mundo ficou mais sem graça.


Meus caros amigos



O incrível exército de Brancaleone

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um Oi para Tânia


Raros Leitores, 'Cença ! é Pessoal.


Com a licença dEla, aquela que me atura e dELE, que voce tem que aturar.





Tânia

por motivos de um dos dogmas escorpiniano, terminei o domingo mais introspectivo e mais silencioso, sei lá se foi o tal faustão, o fantástico ou o coringão ou o mundo meio assim dos últimos tempos.
tentei achar um "famoso' texto escrito para você nunca mais vi pela frente.
tentei terminar outro. que é uma brincadeira sobre sua presença em minha vida.
achei duas cartas suas para mim. na verdade uma, a letra de quase sem querer do legião urbana, por alguma razão, a recebi de você.
outra, um postal com um poema de augusto de campos, brincando com letra de roberto e erasmo, quero que tudo mais vá para o inferno.
achei que um presente para você dessa vez teria que ser feito com minhas próprias mãos. pensei numa colagem que ainda não terminei, pensei em fazer um pão de ervas. e pensei, por ser o dia 29 num prato de gnocchi, até peguei uma receita com a dona benê. apareceu até uma torcida organizada para que eu fizesse mesmo o prato. mas fui ficando intropspectivo e silencioso com o passar das horas. sei que isso não pode acontecer. aconteceu.
sei que será uma segunda de longos silêncios. e dura de passar, o que por um lado será legal, mais tempo para te comemorar. deve fazer sol, tomara, como na primeira vez que ti, se me lembro. blue skies como naquele standard . talvez eu assovie algum tema que me lembre você. devo me lembrar de alguma cena de doris day ou judy garland, um filme outro musical, outras atrizes. devo ficar tentando te lembrar de alguma cantora nova por aí. devo lembrar da única mulher que conhece, como eu, a história do filme da menina cedo, devo tirar o sapato virtual e entrar no seu jardim. vou chorar um pouquinho de alegria, bobão que sou e agradecer seu sorriso na minha vida. e como faz a dona benê, Vou Colocar Seu Nome Em Minhas Orações. como Faço Sempre.

Se cuida, Beijo.

Um certo Pedro

P.S. te prometo o gnocchi para logo.



domingo, 28 de novembro de 2010

Gil Scott-Heron

foto: maurício valadares
que ficaria algumas fila à minha frente


na sexta fui ao Sesc buscar meu ressarcimento dos ingressos de Gil Scott-Heron, com a esperança que até a ultima hora ele baixasse por aqui. pena, não foi dessa vez.
mas triste é saber que a alegada enfermidade dele, desculpa para o cancelamento dos shows, não o impediu de shows lá fora. que coisa hein ?




sábado, 27 de novembro de 2010

Roda de Sábado-Se segura malandro


trabalho de Hélio Oiticica

alusivo a morte

do bandido Cara de Cavalo





quando eu chegava em casa quase à meia-noite, ele estava sempre sentado, às vezes rodeado ou não por outros, no banco instalado no ponto do ônibus. talvez por me ver toda noite, passou a me cumprimentar.
um dia na feira na barraca do pastel me disse seu nome, Serginho. falei o meu. por ver o dono da locadora de vídeo me chamar de Pedrão, passou a me chamar de "Seo" Pedrão. e pedir dica de filmes de gangster.
perguntou sobre a moça que via caminhando comigo, falei da Teca, que também em certas noites chegava tarde. me disse sem eu me manifestar: "Pode ficar tranquilo "Seo" Pedrão."
tinha um carro bacana, financiava um dos times do bairro e o bloco carnavalesco. os seguranças de onde moro, ao me ver cumprimentá-lo uma noite resolveram me falar quem ele era. de onde saía o dinheiro para o carrão, o financiamento "filantrópico" e a boa casa no condômínio vizinho. me assustei. mas não deixei de cumprimentá-lo quando o via.
já não o vejo há algum tempo. mas a Teca sai bem cedo de casa e só penso naquela promessa dele, "Pode ficar tranquilo "Seo" Pedrão".
talvez por ser uma cidade esparramada. por não ter sido a escolha da Família Real Portuguesa, Capital Federal, sede da emissora de tv de maior audiência do país, São Paulo não glamorize nem seus bandidos. me lembro de três agora, Meneguetti, O Bandido da Luz Vermelha e recentemente o Marcola. quando nos damos conta, aquele vzinho que parecia o mais correto dos caras....
me lembrei porque no Rio sabemos todos os nomes dos chefões do tráfico. assim como sabíamos o nome de todos os bicheiros . não sei se os delitos glamourizados são os responsáveis por se estar onde se está. a eliminação deles, não é a eliminação do problema. o glamour irá deixá-los na história, mesmo as de ficção.



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Gente do morro

depois de escorraçados para o morro por decreto oficial. depois de serem esquecidos pelo Estado nos três níveis. agora é escorraçar a escoria visível e mantida por sabe-se lá quem.
há muitas contravenções entre o fuzil israelense, a cocaína colombiana e os morros cariocas. e não são nem de perto, cometidas sómente pelos traficantes.
mas é mais fácil escorraçar os bandidos mais visíveis. e cravar o preconceito em pretos pobres e desvalidos em cadeia nacional com aval dos especialistas e parte dos cidadãos.
ainda espero o escorraçamento dos que moram no "asfalto" nesse dia me planto diante da tv. mas rezo para o bem de todos, pretos, pobres, brancos, verdes, sambistas, socialites, globais, jogadores de futebol, vascaínos, tricolores, botafoguenses e rubro-negros. e pela cidade que é realmente linda.

e antes que eu me esqueça: e tem muita gente que acredita na falação de datena de que em São Paulo, está tudo muito bem, está tudo muito bom, porque "a polícia está nas ruas".
a realidade é bem outra por aqui. o dia que estourar, de novo, paulistanos correrão e se esconderão, como correram em 2006. os conchavos por aqui são outros. mas é tudo muito chic. o Rio é que é um bagunça. durma-se.






quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cultura televisiva

Maurício Valadares ontem no seu clássico radiofônico, Ronca Ronca, na OI Fm, que é dos poucos programas que ouço, deu alguns detalhes da passagem de Paul McCartney pelo Brasil.
Maurício ajudou a criar o clima para a espera do show. Fez uma seleção com alguns artistas, como Patti Smith, Gil Scott-Heron, por exemplo e mandou para o éter no Morumbi. Assim ficou próximo da produção do cantor. E revelou com o Paul e banda saíram dos camarins cantando até o palco o tema principal do seriado Os Monkees.

Esta situação me lembrou uma outra. Acompanhado só de músicos americanos, o cantor Sting saiu em turnê, a Bring on the Night. Durante um dos ensaios, para relaxar, Branford Marsalis, Darryl Jones, Kenny Kirkland e Omar Hakim tocam o tema dos Flinstones. Sting fez cara de quem não estava entendendo nada. Lá pelo 1:22 desse vídeo aó abaixo.






terça-feira, 23 de novembro de 2010

Silly lover tonto ?


acho que foi mesmo Eduardo Galeano, escritor uruguaio, de quem leio outro livro, que disse: "É no futebol que se conhece o caráter de uma pessoa !". talvez até numa mesa de futebol de botão.

já falei aqui dos três classicos botonistas da semana passada. mas os acontecimentos futebolísticos e sociais da última semana me levaram de volta para aquela mesa.

ainda esquentando a palheta, os botões e a munheca, fui displicente numa jogada contra o Tom. Gabriel ao lado da mesa decretou:

_ Pedrão, não tenha dó !

ou seja, não faça corpo mole. a brincadeira só fica legal se você particpar direitinho. o maior respeito é se jogar direito. respeitar o outro.

levada pela aura da presença de Paul McCartney nem levei muito a frente os sintomas de intolerância que campeiam, São Paulo e o Brasil. Não por falta de preucupação. Sempre achei que tudo que está acontecendo, só estava mesmo esperando uma chance para ser manifesta. Mas teve Paul e teve Lou Reed. os dois saídos daquela cápsula do tempo, onde o sonho de dias melhores, determinava muita coisa. convivência, tolerância e talento. A aura era essa sobre muitos e sobre mim.
talvez eu seja um tolo. enxergue o mundo me afastando dele e colhendo outras flores. não indo muito a frente com planfetagens. ou não discutindo porque boninho teve piti, envergonhando até sua senhora. ele mesmo que infesta a tv de quem quer com aquele bbb e disse certa vez se divertir atirando ovos nos transeutes, da janela de um hotel chic do rio. ou discutindo se entregaram o jogo os jogadores sãopaulinos. ou qual mesmo o talento de geisy arruda ?

não vivemos nos melhores do mundo. sempre soube disso, não me engano. o momento não é bom. mas foi gostoso, encontrar a família, amigos. sentar para ver um jogo ao lado do Seo Pedro. e ouvir dele ao final do jogo sómente um, "empatou". assim como determinando, "vamos para a vida !". tem mais cerveja ? vamos tomar ! o jogo é só um jogo, mas se olharmos há muito que se aprender com ele e com quem está nele, participando ou assistindo.
talvez eu seja um tolo. mas preciso acreditar num mundo diferente. mesmo sem falar muito disso. mas sei que muitos pensam como eu. e tem felizmente, dois meninos que ao redor de uma mesa de botão também pensam assim. o que dá uma esperança mccartiniana na gente que convive com eles. Não tenham dó. Vamos para a vida. O jogo é esse não se entreguem. Parece utopia mas não é .




e a melhor que ouvi ontem :

"Ainda bem que o tombo de Paul foi no Morumbi. Se fosse no Pacaembu, era pênalti. "

Mas tem que ter classe e respeito para inventar essa.

domingo, 21 de novembro de 2010

Mexendo nos Vinis - Wings over America

o disco da menina da Pedro Setti 80

em recente e-mail, meu irmão adotivo e supracitado Zé Amaral, em relato meio que num travelling cinematográfico, revelou que aquele petardo triplo do Wings, grupo de Paul Mccartney pós Beatles, que ouvíamos em minha casa, não era nem meu e nem dele e sim de Cristina, então só Mastrocessário. sintam.



Querido Pedrão

A palavra 'memória' tem, cada vez mais, na minha vida sido marcante.
Seja pelas pesquisas, seja pela posição política em termos de cultura (defesa da memória e das tradições culturais ), seja pela doença de minha mãe etc., sei que essa palavrinha também tem me atazanado a vida nos últimos tempos. E, não sei bem explicar porque, talvez por ser um momento mais tranquilo, de recolhimento, mas isso me pega mais a noite, quando dirijo sózinho pela cidade, voltando do trabalho. Passo pelo Bom Retiro... Cadê o Zé? Cadê dona Alzira? Cadê as cantorias na janela ouvindo LPs de rock' n' roll, jazz, sambas de Adoniran, canções de Orlando Silva ou Nélsão ou mesmo as árias de ópera que ele gostava de arriscar lá pelas bandas da Solon com a Anhaia... Cadê? Vira a ponte da Vila Guilherme, olho alí o campo do Vigor, depois, o São Sebastião, de um lado o Corôa, do outro o Vasco... Vem a José Bernardo Pinto. Cadê a dona Benê e os bolinhos de chuva e chá? O sr. Pedro, cheio de jornais ao redor? Aquele rádio ouvindo as últimas? Maior calor no apartamento... E a gente ia ainda pro quarto do Pedrão ouvir disco!!!!!
Já ouviu Djavan? E o Beto Guedes? O Itamar? A "Chuva na Montanha" com Lô Borges? E tem ainda aquela série da Abril "História da MPB", capas do Elifas Andreato.... E a Gigantes do Jazz?! Bom, talvez seja mais legal ouvir Debussy... Aí, chega o Ruy e a Rosa. Ela vinha lá do Santo Antônio... Ôps! E tinha aquele LP triplo do Paul Mc Cartney da Cris Mastrocessário... Pequenos Blues... um monte de papel, começos de ideias, poemas escritos... Telefones e endereços ... Eu, você, nós e toda aquela gente... Voltar prá casa... tudo certo... mais um dia.... Eu era feliz e bem sabia.



o disco é o resultado da excursão de 76 do grupo pelos EUA. além de disco virou documentário. basico, é uma coletânea ao vivo do grupo com uma outra música que Paul nunca tinha gravado.
particulamente gosto mais do Wings at the speed of the sun e Venus and Mars. Nos shows recentes, Paul prioriza o material do Band on the Run, de digitalização mais fresca.
não sei se é coisa da memória, coisa do coração. mas com Wings over America, o bicho pega. Paul se mostrava feliz e a felicidade dele e a esperança eram também as nossas ao ouvirmos aquelas músicas, mesmo as muitas manjadas. e não deixa de ser assim até hoje. felicidade e esperança. e um tempo guardado em algum lugar esperando para ser resgatado se tivermos unidos para a empreitada. o disco me traz boas recordações.
espero que mexendo nos vinis, Cristina, aquela que também é Mastrocessário, de vez em quando o encontre no seus guardados. embora tenha quase certeza de que o dono do petardo seja o irmão dela, o milton. mas se estiver com ela e ela quiser emprestar. vamos buscar para ouvir numa tarde dessas.




sexta-feira, 19 de novembro de 2010

palavras/esboços


Todos os dias. ensaiou no espelho. a caminhada, o passo certo. o olhar adequado. escreveu em papéis dos mais simples as palavras . a entonação da voz. colocou na vitrola o diana e marvin e ensaiava uns passos. stop look listen. you are everything. a visualizava entre amigas, como sempre ela estava. frio na barriga. a maneira de estender a mão até ela, confirmando o convite. Todos os dias.

nenhuma importância. ter carro ou não. os encontros eram à pé. havia sempre um sebo novo. uma casa de chá. um cineclube com sessão à uma da tarde. um texto lido na caminhada. e estrelas e sol e chuva sobre.

aromas e perfumes



que não soe estranho meu nome em seu pensamento
em alguma tarde dessas
ainda gosto de música e lembro o nome do seu perfume
diga, você leu aquele livro que nunca terminava ?
parece estranho mas lembro até o nome do seu cão
ainda gosto de tomar chuva e de pipoca depois do cinema
pintei a casa, comprei vinho
alguém na espera
meu sorriso meu abraço

a música no carro, o sol do fim de tarde
aí você entrou para comemorar
tem bastante comida e bebida
e todos esperam ler mensagens
não deixe soar estranho meu nome
durante aquele sorvete que você gosta
ainda tenho medo de trovões
mas conheço alguns nomes de flores
aprendidos em nossas caminhadas silenciosas
espero te rever no sonho
espero que você tenha terminado
aquele livro
espero amanhã
aquela linha lá
seu nome aparecer
meu sorriso meu abraço


espero que não soe estranho
e não deixe que seja assim
deixe estar
as crianças irão fazer isso melhor que nós
as àrvores, os parques
a pipoca depois do cinema
os livros
e os nomes que iremos esquecer

que não soe estranho


(outros esboços para, O dia em que a tirei para dançar )

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Os piratas do rádio





quase nem ouço mais rádio hoje em dia. já fui mais assíduo. conhecia os locutores, seus horários. os imitava até. as seleções das fitas cassetes, eram a chance que tinha para demonstrar que eu sabia ser um bom programador de rádio. me arrisquei algumas vezes. nem entrei em campo em algumas. bati muitas vezes na trave. e fiz poucos gols mas que me deixaram uma sensação gostosa de que era possível sim.
respondi em parte assim mesmo dessa forma algumas perguntas sobre o meu relacionamento com o rádio hoje. as indagações vieram de pessoas próximas. e desembocaram na lembrança de um delírio pessoal, para qual arrastei três amigos. e um dia conto isso aqui.
tudo isso, justo na semana em que consegui assistir ao filme do diretor Richard Curtis, Os piratas do rádio (the boat that rocked). coincidêcias.
embora fosse recheada de bandas como the beatles, the rolling stones, the who, só para ficar nessas, a principal emissora de rádio inglesa a BBC, só dispunha duas horas de sua programação para a difusão de pop music e rock'n'roll.
os djs então foram à luta. se lançaram em alto-mar e de barcos atracados no Mar do Norte transmitiam os programas que queriam fazer e não podiam. Daí o termo Rádio Pirata. coisa que os nossos djs "revolucionários" nunca captaram.
só que para desgosto do governo inglês milhões preferiram ouvir as rádios piratas do que sua programação engessada e sem graça.
o filme baseado nessas aventuras dos ingleses é recheada de bons temas musicais e um deleite para quem gosta e foi criado ouvindo e querendo um rádio, locutores e programas diferentes para se ouvir.
mais uma coincidência. se ouço pouco rádio. busco muita música na internet, santa internet. e tenho na minha lista de favoritos a BBC, que tem programas ótimos. que mudou seu padrão depois daquela "revolução" dos djs.

dois temas da trilha




Pitacos Esportivos Especial

Torneio de Futebol de Botão no Alvares Amaral Arena


Eu só percebi a tática quando cheguei em casa, em nossos domínios e aquela que me atura, que não compareceu ao "Evento" devido a carga de ingressos me perguntou: E aí ? Como foi ? e eu comecei a falar de abraços, sorrisos, e mais sorisos e mais abraços e presentes e abraços, dois dos quais não desfrutava já algum tempo e um mais especial ainda e mais sorrisos e peixe servido e drinks de soda e groselha e vinho uruguaio e uma mesa de almoço que só se desfez lá pelo meio da tarde. Aí caiu a ficha. Antes de falar do placar das partidas, que foi recebido com um riso de canto de boca, assim como a me dizer: Eu já Sabia, como aquelas faixas nos estádios. Aí caiu a ficha, Fui dopado ! Colocaram outras substâncias na minha maionese. Quero que o STJD reveja as imagens das partidas. Pressão antes e durante as partidas. Juizes caseiros. Torcida em cima. O Tom descolando, como canta Chico Buarque, "a paralela do impossível" e o esquema tático de Gabriel, "agrupando" todos seus jogadores na linha de meio campo. Não tinha como. Que pênalti no Ronaldo, que nada ! O assunto é outro desde segunda por aqui. O movimento é de agradecimento. Em algum lugar escrevi semana passada. Sou um Felizardo !. Nem preciso procurar provas. Aqui é devolução de sorrisos abraços .




Ah ! O placar ?! Deixa prá lá. !!!!

sábado, 13 de novembro de 2010

Roda de Sábado - Paulinho da Viola

o escorpiniano meio da pá virada. aniversariante de ontem

das dez mais que esse blogueiro assovia ou cantarola no chuveiro

1) Chuva - está no disco de 1975 Amor a Natureza.

2) Para ver as meninas - de 1971 do Paulinho da Viola

3) Para um amor no Recife - de outro em 1971 também só Paulinho da Viola

4) Comprimido - soturna, Arrigo Barnabé é fã. de 1973 do Nervos de Aço com capa linda de Elifas Andreatto

5) Roendo as unhas - do mesmo Nervos de aço.

6) Vela no breu - do clássico Memórias Cantando de 1976

7) Sarau para Radamés - do Paulinho da Viola de 1978

8) Retiro - Prisma luminoso de 1983

9) Onde a dor não tem razão - do Paulinho da Viola 1981. tem uma história; Paulinho, eu e aquele amigo supracitado por aqui. qualquer dia dá um Para contar aos netos.

10) A toda hora rola uma história - do disco de mesmo nome de 1982

e para confirmar uma conclusão de um amigo de que só gosto "dos lados b", uma esquecida dele. Canção para Maria, dele e Capinam. aqui acompanhado pelo Trio Mocotó com o arremate com Quatorze anos, que aprendi ouvindo a coleção da História da Música Popular Brasileira da Editora Abril, em gravação de Nara Leão, levada para casa pelo "Seo" Pedro, para tocar na vitrolinha dada pela Mana Rosa e cantada em duo com o Mano Ruy. Escorpiniano sim mas andando e olhando os caras certos.




outro vídeo "lado B" trecho do documentário Saravah do cineasta francês Pierre Barouh. já lançadao em dvd por aqui.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Suave coisa nenhuma

a campainha do carro de sorvete soa longe, vai demorar para chegar por aqui. eu tenho uns doze anos e mexo as moedas que tenho, trocando- as de mão.

ouço uma música no rádio do vizinho. a menina da casa, que não conversa comigo cantarola junto desafinada. eu tenho uns treze anos.

a mão dela é macia, nunca vou esquecer. fico brincando com os dedos dela enquanto ela fala comigo sobre pôr do sol e poemas. eu tenho uns dezenove, ela menos e vai sumir logo do meu campo de visão.

a bebida fez efeito antes do esperado. na rua da cidade estrangeira minha boca tem gosto de sangue. a mulher inerte na cama aguarda um sorriso para sobreviver. eu tenho uns vinte e cinco e vou correr de onde estou para um poço mais fundo.

o carrinho da memória e sua bandinha soam sempre sob o sol. eu tenho muitos anos e muitos nomes em minha história. alguns deles apareceram, bateram em minha porta. querem dançar comigo, eu aceito. escrevo felicidades em bilhetes imaginários e espero as próximas danças.

quando abro os olhos um par de olhos claros me indaga: você não estudou no casemiro ? a música que eu dancei com ela me abraça.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Auto Retrato 3

movimentos de um homem comum

nenhum grande legado. um gol aqui outro ali num campinho de várzea em alguma quadra com a testemunha de poucos. a voz bem colocada num coro. uma seleção de fita cassete bem feita. uma esperança cumprida. a palavra certa para conquistar e manter algumas amizades. a palavra bem colocada para um texto. uns beijos roubados. uns afagos dados. uma dança, outra. algum desejo cumprido. algum encontro. uns afagos e abraços desrespeitosos. (escorpião é fogo !). a palavra certa da sedução. um abraço um beijo uma oração.

dez para assoviar hoje

















terça-feira, 9 de novembro de 2010

Auto Retrato 2


sou só um ajuntador de palavras.



com esta pequena nobreza

é que quero te mostrar

algumas paisagens que vi.



meu discurso é pequeno

meu vocabulário

nas poucas palavras

que meu silêncio

deixa escapar

dá para ouvir

mão, cetim, fica, pêssego e gente

palavras das quais

faço posteres

que enfeita algumas paredes

por aí.




segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Auto Retrato 1



Faço o sinal da cruz
pelo lado errado
tudo certo.

Torto
sem ginga
não conheço nenhuma "quebrada"
mas, sei, o encontro é lá.

penso nela
nem todo tempo
em algum lugar
meu verbo me acode quando preciso
no vacilo
meu anjo me sacode

sem malícia
não conheço nenhuma "quebrada"
mas, sei, o encontro é lá
com Deus ? com Demo ?
quem sabe
poeta ? nada disso ?
nada. nem.

por vias das dúvidas
faço o sinal da cruz
pelo lado errado.

tudo certo.



sábado, 6 de novembro de 2010

Roda de Sábado - Meninas por aí

tem a falta de "S" em alguns versos. tem quem se importe. "nem direto como Catra/nem meloso como Wando". achei bacana. "quando os "pagode" mais "meloso" faz sentido".
me lembrei, como escrevi por aí, em algum lugar daquelas três, aquelas sobrinhas. aquELAS cujo nomes começam com a letra "A".






um dos motivos da sãopaulina e escorpiniana JULIA se chamar JULIA.o filho DELES. segura !!






ontem fiquei sabendo de uma história triste. de uma história linda de tão triste sobre Sean Lennon. que logo conto aqui. não sou só eu qeu exorcizo os dramas e delíros em textos.


inferno astral, esgotando vidas.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O lugar de Tia Anastácia


No meu aniversário de dez anos ganhei de presente um livro de Monteiro Lobato. Era o História das Invenções. Me deliciei, com o presente dado, pela minha avó Rosa e meu Tio Paulo. Me deliciei com a leitura.
Desgustei sinestesicamenete cada quitute preparado por Tia Anastácia para as noites de leitura da dona Benta. Me diverti com Pedrinho, Narizinho, Emília e o Visconde. Embora com o tempo nunca entendi mesmo a não mobilidade de Tia Anastácia naquele sítio. Procurei na biblioteca das escolas londrinenses que frequentei, outros títulos do autor. E anos depois acompanhei parte do seriado da tv.
Coincidentemente algumas semanas atrás peguei dos meus livros um título de Monteiro Lobato. Estufado com outras leituras e outros estudos, parei a leitura nas primeiras páginas, senti um desconforto. Entendi mas , resolvi fazer como faço, quando minha presença parece desagradar em algum lugar, me ausento e vou procurar praças de bom convívio. A leitura de O Poço do Visconde, o livro de Lobato em minha casa, estancou quando Pedrinho descrevia a figura de Tia Anastácia. Triste.
Esta semana li dois artigos sobre Monteiro Lobato. Os dois falam sobre o tratamento dado pelo autor à sua personagem quituteira.
No primeiro li que o Ministro Fernando Haddah não aceitou o veto proposto pelo Ministério da Igualdade Racial sobre o livro As Caçadas de Pedrinho. O Orgão viu palavras inapropriadas no trato com Anastácia.
No outro, um artigo da jornalista do Estadão, Cristina Padiglione, em seu blog, noticia que a Rede globo prepara para 2011 um seriado de animação baseada nos personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Só que ela quer cortar qualquer "resquícios escravocratas" da personagem Anastácia.
Na literatura brasileira, Anastácia não está sózinha. Um estudo recente da Universidade de Brasília, aponta que o protagonista preferencial é branco, classe média, escritor ou professor e mora nas grandes cidades. E nem Monteiro Lobato é caso único. Mesmo o celebrado Machado de Assis nunca deu muita voz aos seus iguais nos seus texto.s E nem por isso merece destrato. O releio todo ano.
Em 2008 com a então crescente ascenção de Barack Obama, a Editora Globo, detentora dos direitos da obra de Monteiro Lobato, lançou O Presidente Negro. Tratou a obra como um premonição do autor. Em parte até o é. Mas quem pesquisou a vida de Lobato sabe que no mesmo período ele escrevia o livro, trocava cartas com colegas sobre a controversa eugenia., que é aquele estudo sobre o aperfeiçoamento da raça humana, que ficou mal falada depois de utilizada pelos nazistas. Se era pesquisa para algum livro não se falou.
Nunca vi racismo em Lobato. Me lembro de uma excursão à um sítio da família do autor em Taubaté, que se tranformou num pequeno espaço de referências ao seus personagens, levado que fomos pelo professor Cardoso. Só fiquei desconfotável recentemente. Abandonei a leitura mais com vergonha do que com raiva.
E também concordo com Mrs. Alvarez, a dona do linkado Jardim ai à direita, que em sua página no Facebook perguntava que se talvez o leitor de Monteiro Lobato se transforme num racista ? O leitor de Nelson Rodrigues seria quase um devasso ? Não tem discernimento ? Cabe informação e educação. O leitor que faça sua análise e escolha seus caminhos.
Estamos num período que muitos não gostam do politicamente correto, tudo fere sensibilidades. As recentes eleições deixaram um rastilho perigoso no ar. Qualquer manifestação, bobaijnha que seja, pode ser o gatilho que falta, na cabeça dos despreparados.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ao fundo, Cat Stevens

meu olho direito dói. o tampão com o curativo será retirado. os pontos, avisa o médico, saem sózinhos. pelo canto do olho esquerdo vejo minha mãe. ela aperta os lábios. aperta as duas mãos, parece rezar. por alguma razão uma música do cat stevens em algum lugar entra na cena.


reparo que o penteado rabo de cavalo dela, está se desmanchando e saindo alguns fios do elástico que o sustenta. reparo naqueles fios na nuca que ela não conseguiu ajuntar ao penteado. quero crescer logo. e fugir ou estar lá fora aproveitando o sol da tarde. ouço por alguma razão, uma musica do cat stevens.


o sol de primavera bate na saia dela. faremos uma peça no colégio juntos. de vez em quando pego na mão dela. aproveito. a mão dela é macia. recebo um elogio por conta de um texto comentado por alguns na escola. demoro para soltar a mão dela sob o olhar dos outros. ela sorri. me lembrei das praias européias. ela me chama de poeta. daqui alguns dias é meu aniversário. já me sinto presenteado. por alguma razão eu acho que uma música do cat stevens deveria estar na peça. ou ao menos naquele momento.


me chamando para pegar meu caderno de exercícios. ela me pergunta se eu não tenho uma musa. todo poeta tem que ter uma, acrescenta. de cabeça baixa digo que não. sem revelar que desde o segundo dia que ela entrou na sala. a musa é ela. uma colega avisa. a musa está em outra série, outra classe. ela me olha. por alguma razão a música do cat stevens está sendo assoviada no corredor. quero o sol de primavera o tempo inteiro.


ela vai viajar. um tempo como esse. primavera. nossa classe não vai dar presente. a classe se alvoroça. uma colega pede que eu diga algumas palavras. o amor deixará de ser silencioso. chora a classe inteira. chora ela. a mais bonita declaração de amor. alguém segurando umas flores por alguma razão canta uma música do cat stevens. também choro.


_ Daqui alguns dias é seu aniversario !!!. reparo nos dentes dela ficando iluminado pelo sol da tarde. enquanto ela me pergunta sobre algum presente. meu olho direito voltou a doer. revejo a cara de minha mãe. o penteado preso com elastico, a declaração para a professora. a tv passa um filme bonito. harold and maude(ensina-me a viver). a trilha toda do filme é do cat stevens. bem....


o médico pede que abra o olho devagar. que me acostume com a luz. os lábios de minha mãe, apertados. abro o olho devagar. minha mãe fechou os dela e quase chora. acompanho o dedo do médico. talvez da sala de espera, por alguma razão a música do cat stevens. lágrimas........


_ Daqui alguns dias é seu aniversario !!!





...inferno astral chegando ao fim ...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Shows no Sesc Sp

excitado com o segundo turno passou batido a informação fundamental desse novembro, sobre este três caras aqui.


lou reed dias 20 e 21.



ornette coleman, dias 27 e 28



e pela primeira vez no Brasa, escritor, poeta, gil scott-heron dias 26, 27 e 28 com direito a apresentação gratuita no sesc interlagos. e claro sem aquele corte black power dos 70. depois de prisões e outros excessos.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Apontamentos do domingão do Pedrão

Acordei tarde, culpa de minha insônia crônica. Camisa vermelha na hora de votar. Seção calma, ruas calmas, ônibus passando lotado, uma conversinha atravessada aqui outra ali sobre Dilma.

Depois do VOTO, supermercado. Cheio. CHEIO. O que me faz pensar na ingratidão de alguns. Mas há análise que devo fazer mas só depois de consultar dois gurus desse blogueiro, sobre as votações em São Paulo, acho que não é esta festa apregoada pelo PSDB. Mas no supermercado fui comprar balas, doces para fazer estoque. Me preparar para o Halloween da criançada do condômínio.

fico sabendo que algumas linhas da empresa Urubupungá não estão circulando. Não é a primeira vez em eleições que isto acontece. Mesmo no meu bairro, a empresa que manda e desmanda nas linhas de ônibus por aqui, parecem ter intervalos intermináveis. O dono, dizem é o mesmo da Urubupungá.

Outra conversinha que ouço é a de que o Exército está de prontidão em caso de vitória de Dilma.

Em casa acompanhando pela internet. Blogs, twitcam . E esperando a criançada do condômínio, este ano eles não me aprontam.

16:... e alguma coisa. coração disparado. mais excitado que em 89. o globo news vem com um perfil meio atravessado da Dilma. Comento com a Teca, aquela que me atura, Será ??? E as caras de Cristiana Lobo, Merval Pereira e Monica Waldvogel me preucupa. Começo a ouvir as vozes infantis circulando pelas ruas do condômínio.

na band as caras de álvaro dias, o ex-téteio londrinense, que dez entre dez mulheres admiravam e ouviam no rádio, entre elas minhas tias, primas, quiça minha irmã ao lado de dora kramer e demétrio magnoli, que estava perdendo o cargo de ministro da igualdade racial do possível governo serra, me afastam ainda mais das emissoras de tv.

antes da confirmação oficial de william bonner sei pela internet, do resultado de boca de urna do ibope. abro uma cerveja, a primeira.

abro a segunda depois da 19hs e l segundo. Ligo para meu irmão Ruy. Análises entre risadas. Telefonema de Dona Custódia, a mãe daquela que me atura. Você me convenceu, ela diz do outro lado da linha, Ganhamos !!!! Caixão do Vampiro lacrado. O vampiro era tão de mentira como aqueles que começavam à tocar as campainhas das casas no condômínio. Podem vir, tenho balas, doces e se os pais vierem, tenho cerveja. Vou festejar.



vídeo idéia roubado do azenha



e ainda deu tempo de ver william waack de cara fechada falando em liberdade de expressão. e mostrando todo seu desdém a primeira aparição de Dilma já oficialmente eleita. só lembrando ele a destratou fora do ar numa entrevista dela ao jornal da globo.
e ouvir também a "grande vitória" da oposição. Dilma teve menos voto que Lula em 2006. Vão te catar né mesmo ?
e o Serra querendo saber se FHC estava no pronunciamento dele? kkkkkkkkkkkk.abri outra cerveja.

agora é voltar todas as forças para que o Todo Poderoso consiga ao menos vaga na Libertadores de 2011. Há muitos fantasmas por vencer. E esses não são conquistados com balas e doces.

Domingo de Gostosuras. Inferno Astral quase no fim.