segunda-feira, 16 de agosto de 2010

William,Fátima e Maria Izildinha

William Bonner e Fátima Bernardes estão no imaginário do povo. Para alguns são o casal ideal, modelo à ser seguido. Eles representam "aquela boa gente brasileira", que manda e desmanda neste país há mais de 500 anos, aquela gente que quando perde um naco de suas benesses saem esbravejando pelos cantos, buscando justiça, não querem repartir, querem somar sempre, os desvalidos que se arranjem.
Dizem que William é brincalhão, faz piadas, Lillian Wite fibe, disse em um seminário semana passada, que ele imitava cachorros nas redações dos telejornais que apresentavam juntos. Este talento pode ser conferido no twitter do rapaz, onde ele dá mostra deste talento. ele comentou certa vez, que o telespectador do telejornal que apresenta, era o típico Homer Simpson.
Fátima é a mulher moderna. concilia carreira e filhos. Entende de futebol e de Balé. Muitos brasileiros, daqueles que não querem perder nada, querem ser como eles.
Quando o casal sai para passear e são fotografados, os sites e revistas de celebredidades sempre mostram a seguintes legendas:"William Bonner,Fátima Bernadres, Vinícius, Laura, Beatriz e as três babás, tomam sorvete", quase sempre assim. Notem, as três babás, o seres inominados e brasileiros. Aqueles que não merecem os nacos restantes "daquela boa gente brasileira", aqueles não escolhidos. E aí deles se resolvem pedir que ao menos os nomes sejam escritos. Ou que alguém, lute para que os nomes sejam escritos ou que eles ganhem o direito de que os nomes sejam escritos. Vai choiver aquele tipo de e-mail, contra as pretensões dessa casta sem nome, dessa gente que não deve acreditar em promessas de "terroristas". Por que agora, lutar por um naco das benesses "é terrorismo".

Aqui um parantêses. Sobre "essa gente", vindo de um "não terrorista", escreveu Daniel Piza, jornalista do Estadão e que acha que o voto em Dilma Roussef é "conservador":

"Se nossos escritores se dessem ao trabalho de observar a tal “zelite” brasileira, teriam farto material para ficção. Os ricos brasileiros não mudaram muito desde que Machado de Assis retratou aqueles herdeiros do Segundo Reinado carolas e egocêntricos, principalmente no trato com a coisa pública e com os mais pobres. Me sinto mal quando vejo a maneira como eles – banqueiros, empresários, autoridades, famosos – lidam com as pessoas ao redor, que trabalham para eles e são obrigadas a aguentar a falta de educação aqui e ali atenuada pela culpa social, aplacada por mimos. Não dizem “por favor” nem “obrigado”, gritam e até ofendem; depois vão lá e dão uma roupa usada ou uma gorjeta extra para se sentir bem, mas sem registrar em carteira ou pagar decentemente. Em mais de uma festa supostamente chique vi empregadas domésticas, evidentemente negras, passarem horas seguidas em pé ao lado do banheiro, para mostrar o caminho do trono às majestades… Não temos uma elite; temos uma classe alta quase sempre ignorante e grosseira."


Pois William e Fátima no JN, o telejornal que apresentam, receberam os presidenciáveis para entrevistas. Logo vi qual era parte da intenção. Mas se eu não sei nem falar sobre futebol de botão, imagina sobre política. Mas neste fim de semana dois autores de links aí à direita, falaram com clareza sobre o assunto. São dois "terroristas".

Sidnei Brito no Ação e Reação:

"A presença firme de Dilma Rousseff no Jornal Nacional de 9 de agosto de 2010, respondendo de forma segura aos ataques desferidos pelo casal apresentador do programa, pegou de calças curtas não somente os políticos da oposição, como também aqueles que fazem a "verdadeira oposição" no Brasil, a saber, os dedicados escribas da mídia." (...)

e Ilderber Avelar no O vexame de bonner e o aniversário de 21 anos

"William Bonner e Fátima Bernardes com certeza não terão percebido a ironia involuntária, mas os grotescos espetáculos das entrevistas (agressiva e mal educada) com Dilma Rousseff e (subserviente e omissa) com José Serra marcaram a “maioridade”, por assim dizer, o vigésimo-primeiro aniversário da manipulação mãe de todas, a fabricação de outro debate Lula x Collor (diferente do debate que aconteceu) nas salas de edição de vídeo das Organizações Globo em 1989. O show de grosseria com Dilma e o show de subserviência com Serra foram indicação de que tudo continua o mesmo na Globo, mas tudo mudou no mundo que a rodeia. O seu poder de moldar a realidade nem de longe é o mesmo" (...)



Maria Izildinha é boa cantora. Surgiu na leva de boas cantoras brasileiras dos anos 80. A crítica dizia que o repertório era ruim. As éfe emes tocavam os seus sucessos.
Maria Izildinha protagonizou um escândalo rumoroso. Uma outra cantora de sua geração, homossexual assumida, lhe cobrou postura sobre um caso que mantiveram. Maria Izildinha se calou. A outra cantora distribuiu sopapos e impropérios e saiu atirando dizendo:
"Das cantoras brasileiras só quem gosta de homem são a Alcione e a Beth Carvalho !", Maria Izildinh apresentou uma gravidez e se escondeu nela.
Nos anos 90 Maria Izildinha fez o que os críticos reclamaram, apresentou bom repertório, bons arranjadores, outros compositores e se apresentava de um jeito mais camerístico e teatral, o irmão de Maria Izildinha é diretor de teatro famoso.
Fiquei sabendo que Maria Izildinha tem um blog. Achei que ele podia ser tão interessante quanto o de Joyce Moreno, o Outras Bossas, delicado e preciso.
Mas o de Maria Izildinha parece o reverberar da minha caixa de mensagens com aqueles e-mails denúncias "daquela boa gente brasileira" que nos quer alertar sobre os "terroristas". Não leio mais o blog dela. Ela tem a opinião dela mas eu não tenho que concordar com ela.
E mesmo porque ando d esconfiado desses por aí mundo afora que tocam a me defender dos ""terroristas" sem olhar para os próprios atos.
Foi por conta de alguns "terroristas", que eu e Maria Izildinha estamos por aqui escrevendo em blogs e não por conta da fuga e do não assumir como ela fez e outros que se esconderam na barra da saia de universidades estrangeiras.
É por conta desses "terroristas", que ela tem a liberdade de expressão dela e eu tenho a minha liberdade de escolha.

e aqui, como diz a moçada um "boi" para Maria Izildinha com Ana Carolina

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